The Uncommon Life escrita por Espiador Multiversal


Capítulo 1
Chapter 1 - The Uncommon Birth




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/336698/chapter/1

Essa história é complicada de ser contada... é difícil saber por onde começar. Complicada de ser contada por ser inacreditável. Acho melhor começar contando como era minha vida antes do mais recente acontecimento, que mudou tudo. Eu não tinha quase nenhum amigo e os únicos que tinha sempre estavam ocupados com suas outras atividades, sempre me deixando em segundo plano. Não que eu já esteja acostumado com isso... sempre foi assim e não me surpreende. Então, na primeira sexta feira de aula, o dia não foi diferente. Tenho um monte de conhecidos, mas nenhum é realmente íntimo. Nenhum realmente sabe o que eu realmente passei ou o que eu realmente passo. Posso conversar normalmente com várias pessoas, mas nenhuma está interessada em mim realmente.

Antes que vocês pensem coisas erradas sobre mim, eu tenho 15 anos e durmo com meu cachorrinho de pelúcia sim, mas sou hetero. Mas como estava falando, foi na noite dessa sexta feira que tudo começou a mudar. Foi nessa noite quando eu desejei o que mudaria minha vida para sempre. Pode parecer idiota de primeira vista, realmente.

Eu estava deitado em minha cama à noite, prestes a dormir. Foi então que olhei para meu cachorrinho de pelúcia que tenho desde quando tinha um ano e desejei a coisa mais estranha possível:

“Como gostaria que você fosse um humano como eu... para poder gostar mesmo de mim.”

Fiquei encarando os olhinhos pretos dele... não que eu esperava que algo acontecesse, mas fiquei ali, olhando. Depois de mais ou menos trinta segundos, resolvi cobrir ele com meu lençol e pouco tempo depois peguei no sono.

No dia seguinte, levantei rapidamente da cama para desligar o despertador. E foi aí que me deparei com ela.


– O QUE É ISSO!? DE ONDE VOCÊ VEIO? – Gritei.

–Ué! Você desejou que eu virasse humana! Aqui estou! – Falou em um tom alegre, ainda sorrindo. – Só nunca entendi o porquê de você me chamar de Kochi já que sou menina...

– Kochi...? Espere... KOCHI? – Comecei a olhar por todo o quarto, mas foi aí que me dei conta – Você está pelada!

Fechei os olhos e virei para o lado contrário de onde aquela figura estranha estava.

– Você desejou que eu me tornasse humana ontem, lembra? – Ela riu levemente. – Eu também tinha esse desejo já faz muito tempo. Nossos desejos se cruzaram e aqui estou!

– Cruzaram? – Me virei pra ela – Se cubra com o lençol!!

– Tem razão! – E fez uma cara e entendimento – Os humanos se cobrem com panos esquisitos...

– Um cachorrinho de pelúcia não pode falar nada – Falei em tom de brincadeira.

– Então você acredita mesmo em mim?

– Seus olhos... sinto que já os vi em algum lugar. E agora faz sentido. Sempre me perguntei porque seus olhos enquanto pelúcia eram tão expressivos!

Ela tomou uma expressão de alívio.

– Obrigada! Tive medo de que você não acreditasse em mim se um dia meu desejo se tornasse realidade.

Eu acreditava que meu desejo mais forte tinha se tornado realidade, mas mesmo assim, isso era uma coisa surreal demais para acontecer. Ela tinha cabelos loiros compridos e olhos escuros. Nunca imaginava que meu Kochi era uma menina...

–Tudo bem... mas agora temos que achar uma forma de explicar isso para os meus pais.

Emprestei algumas roupas antigas minhas para ela. Não posso negar que ela ficou engraçadinha com aquelas roupas. Então nos dirigimos até a cozinha, onde meus pais estavam tomando café.

– Filho... Filho?? O que é isso? O que uma menina está fazendo aqui? Ela dormiu com você?

– Não pai! Eu sei que é difícil de acreditar... mas o Kochi na verdade se transformou nela. Ontem a noite eu desejei isso pai.

– Pare de inventar essas coisas! – Disse minha mãe.

– Eu posso provar que eu realmente era o Kochi! – Ela disse. – Eu sei tudo sobre a família de vocês porque estou junto com o Ryu desde quando ele tinha um ano!

Por incrível que pareça, ela sabia de tudo mesmo. Desde os menores segredos até o mais comum. Sabia de todos os meus segredos. Até os que meus pais não sabiam. Ela ficou por quase meia hora falando e discutindo com meus pais. Eu intervia uma vez ou outra, mas a maior parte do tempo estava apreciando o jeito que ela falava. Era um jeito fofo, devo dizer. Meus pais acabaram vasculhando meu quarto inteiro, porque sabiam que eu não ia me livrar do Kochi por nada para inventar alguma desculpa para ter uma namorada e por fim aceitaram o fato de que algo inexplicável aconteceu.

– Ryuhei, venha aqui um pouquinho. – Meu pai falou. – Não temos para onde levarmos ela, então devemos cuidar dela por enquanto. Se for mentira, essa história não durará muito tempo. Se o que você diz é verdade, ela terá que se sustentar sozinha um dia, e para isso, precisará de estudos, portanto, você deve levar ela para a escola junto com você.

– Escola? Mas ela não sabe de nada! Como ela pretende entrar no ensino médio sem nem saber nada sobre as outras pessoas ou sobre as matérias?

– Bom, então tomaremos a semana que vem para ensinar o básico para ela. Mas tome o dia hoje para comprar roupas para ela. Vou levá-los no shopping hoje a tarde.

O almoço foi super tranquilo. Mesmo que tenha sido a primeira vez que ela tinha comido alguma coisa.

– Incrível! Então é isso o que vocês sempre comem! – A cara dela expressava uma real admiração.

– Vai se acostumando – Eu disse. – Você vai começar a comer esse tipo de comida todos os dias.

– Se for assim, pra mim tá muito bom! – Ela falou sorrindo. – Adorei essa comida.

Então meu pai nos levou até o shopping e nos deu uma quantidade de dinheiro para comprarmos o necessário.

– Quanta gente! – Ela falou de um jeito tímido.

Quando uma pessoa que caminhava na direção contrária da nossa se aproximou, ela se agarrou em mim com tanta força que quase me sufocou. Ela estava com uma feição estranha... estava sinceramente nervosa. Ela abraçava com muita força, mas não pude não gostar.

– Não gosto de lugares com tanta gente assim... – Ela disse completamente preocupada.

– Tudo bem, mas vai ter que se acostumar! Na escola é ainda pior.

Foi nessa ocasião que eu pude perceber o quanto ela era baixinha em comparação a mim. Então depois do aviso a levei para um lugar mais tranquilo do shopping e perguntei:

– Como posso chamar você...? Kochi?

– Hmmm... não me pergunte de onde eu tirei isso... mas eu me chamo Amy.

– Amy? É um bom nome – Falei sorrindo.

Era tudo muito diferente... meu antigo companheiro inseparável de infância agora se tornou a Amy. Minha mente ainda tinha milhares de perguntas, mas resolvi fazer apenas uma dessa vez.

– E você se lembra de alguma coisa de quando você estava na forma de cachorrinho de pelúcia?

– Hahaha claro! Me lembro de tudo! Me lembro de cada momento que nós passamos juntos, de cada noite que dormimos juntos...

Não pude deixar de corar quando ouvi a última frase. Mas fiquei satisfeito em ouvir aquilo tudo aquilo. Quem sempre me entendeu ainda estava ali.

Então fomos comprar as roupas que ela precisava. Ensinei o que precisava fazer para comprar, então deixei a escolher todas as roupas. Fomos até os provadores e ela experimentou o primeiro conjunto.

– E aí? O que achou? É assim que as pessoas se vestem hoje em dia?

Incrivelmente, mesmo não vivendo no mundo dos humanos, ela tinha um ótimo gosto para roupas. Ela escolheu uma camiseta branca manga curta, um vestidinho curto verde por cima e uma calça jeans... me surpreendeu.

– WOW! Tá incrível!

– Obrigada – Falou com animação – Fico feliz por saber pelo menos isso.

Depois que pagamos todas as roupas, resolvi comprar um sorvete para ela experimentar.

– Isso é engraçado – Ela sorriu. – Sorvete é bem geladinho.

– Haha isso é um doce comum aqui, que bom que você gostou.

– Realmente gostei – Então ela mudou para um tom mais preocupado – Mas podemos ir embora? Não gostei muito de shopping...

– Tudo bem – Eu falei. – Vou ligar para o meu pai vir nos buscar.

Pouco tempo depois, ele chegou e nos levou para casa. Quando chegamos, a janta já estava pronta. Minha irmãzinha de 2 anos estava esperando na mesa.

– Nossa! É a primeira vez que vejo sua irmãzinha tão de perto, Ryu! – E começa a fazer caretas engraçadas. - Como ela é fofinha.

Inacreditavelmente, minha irmã não estranhou a Amy. Agiu como se já a conhecia. Parece que os bebês tem mesmo um sentido diferente dos mais velhos.

Logo após a janta, falei para os meus pais:

– Só temos um problema... aonde a Amy vai dormir?

– Como não temos espaço na casa e sempre foi desse jeito... – Minha mãe começou. – Acho que ela terá que dormir no seu quarto.

Sinceramente, fiquei feliz. Ela não poderia ter a mesma forma de antes, mas eu não queria dormir longe dela. Nunca dormi longe do Kochi.

Abrimos a cama embaixo da minha e ela deitou-se lá. Apagamos as luzes e então eu falei.

– Boa noite, Amy.

– Boa noite...

Senti certa hesitação em sua voz.

– Aconteceu alguma coisa?

– Sim... eu não quero dormir sozinha na cama...

– Tudo bem. – Falei escondendo o nervosismo que sentia naquele momento. Mesmo que fosse o Kochi, ainda era uma menina. Muito bonita por sinal. Liguei o abajur e continuei. – Você quer subir aqui pra cima?

Ela apenas assentiu com a cabeça.

– A cama é grande suficiente pra nós dois.

– Obrigada.

Como costume e sem nenhuma segunda intenção, coloquei meu braço por cima dela. Ela também não pareceu se importar. Já estava mais calmo. Ainda sentia quem ela era. A forma poderia ter mudado, mas o jeito que nós nos tratamos não mudou.

– Boa noite, Amy.

Ela deu uma gargalhada quase inaudível.

– Boa noite, Ryu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Uncommon Life" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.