Meu nome é Annabeth Chase e eu sou a presidente do conselho estudantil da minha escola, a Half Blood High School. Há apenas dois anos que essa escola virou uma escola mista (inicialmente eram apenas homens), então noventa por cento dos alunos ainda são homens. Com muito esforço e dedicação, consegui ser a primeira presidente mulher da escola.

E neste momento, estou fazendo o meu papel.

– Presidente, é realmente necessário mudar as regras do manual escolar? Eu não sei bem se os garotos irão aprovar o modo tão formal de vestir os uniformes... – diz a vice-presidente, Violet.

Olho para ela enfurecida. – É claro que sim! Os homens da escola já são muito imprestáveis, se continuarem a fazer só o que querem essa escola nunca irá para frente!

Quando eu entrei nessa escola eu quase entrei em pânico. Homens sem camisa e sem uniforme, armários fedorentos, revistas de pornô... Nunca mais quero enfrentar isso novamente.

– Agora que eu sou a presidente do conselho, eu irei mudar isso!

– Sim senhora, nesse caso eu vou dar um jeito de entregar o manual para as classes ainda hoje. – diz minha vice tentando ser prestativa.

Saio da sala do conselho e começo a “patrulhar” pela escola. Encontro três garotos rodeando minha amiga Silena.

– Ei vocês! Trio de idiotas! Não se atrevam a abusar de uma garota indefesa! – ralho com eles, e eles saem resmungando.

– Você está bem, Silena? – pergunto preocupada.

– Sim, obrigada Annabeth, você sempre me ajuda. – diz ela agradecida.

Mas não tive muito tempo para conversa. Escuto uma menina chorando alto e vou em direção para descobrir sobre o que se trata. Acabo encontrando uma menina chorando em frente do Perseu Jackson, o garoto mais querido da escola.

– Mas o que está acontecendo por aqui? – pergunto desconfiada.

– Nada, só recusando uma confissão amorosa. – diz ele como se isso não significasse nada.

Fuzilo o maldito com os olhos. – Perseu Jackson! Quantas vezes eu tenho que te dizer para ser mais gentil com as mulheres?! Elas são delicadas! Da próxima vez que fizer uma garota chorar, você verá comigo!

– Quantas vezes ela já disse isso? – o escuto suspirando e dizendo a um garoto.

Maldito bastardo. Quem ele pensa que é para tratar as mulheres como se fossem objetos, como se não fossem nada? Eu realmente o odeio.

Termino a patrulha na escola, e como já havia acabado as aulas, vou-me embora para o meu trabalho de meio período, o Maid Café.

É uma lanchonete onde as garçonetes utilizam roupas de empregadas para atender os clientes e também os tratam como se fossem seus “amos”. Não me sinto bem utilizando esse tipo de traje e tratando os homens (que tanto odeio) como se fossem meus donos. Mas a gerente é muito gentil comigo e com todos, e o salário também não é nada mal, e como minha família precisa de dinheiro...

Chego no Maid Café e trabalho durante horas, me esforçando ao máximo para fazer tudo correto. Quando acabo meu turno, já eram mais de oito horas da noite.

– Bom trabalho, Annie! Você foi muito bem, como sempre. – diz Afrodite, a gerente do local.

– Obrigada gerente. – digo com um sorriso amarelo.

Ela me olha com uma expressão de tristeza. – Você não gosta muito de trabalhar desse modo, não é? Desculpe-me por te obrigar a fazer isso.

– Não se preocupe gerente. É o meu trabalho, e além do mais, preciso muito do dinheiro. E as pessoas que trabalham aqui são muito gentis também. – digo docemente a ela.

Pego o saco de lixo enorme que estava para ser jogado fora, e vou em direção à porta dos fundos. – Antes de me trocar e ir embora, vou jogar o lixo para você, ele está muito pesado. – digo.

– Obrigada Annie, você é um anjo! – ela diz sorrindo para mim.

Saio da loja e vou em direção ao lixo atrás da mesma. Deposito o saco dentro do lixão e me viro para entrar novamente, e vejo o que eu andara evitando o tempo inteiro: um aluno da minha escola me vendo com uma roupa de empregada.

Ainda mais o Perseu Jackson.

Eu me viro rapidamente e entro na loja, rezando para que ele não tenha visto o meu rosto. Troco de roupa rapidamente, e volto a porta dos fundos, dessa vez para ir embora.

Saindo da porta, vejo o garoto ainda lá.

– Olha, então realmente era a presidente do conselho da minha escola. – diz ele levemente surpreso.

Isso realmente não é bom. Minha vida acabou. Amanhã, ele irá contar a todos da escola o que eu faço depois da escola, e minha moral como “presidente infernal” irá pelo esgoto. O que eu irei fazer?!