Everything I Would Do For You escrita por Julia Serra


Capítulo 18
*Capítulo 18*


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura gente!
Até lá em baixo.
—Jas



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                                     Capitulo 18

Eu não dormia tão bem á muito tempo. Assim que o Lucas me deixou em casa me troquei e em menos de um minuto dormi. Um sono bom, leve, sem sonho nem nada. Somente lembranças maravilhosas vagando pela minha mente.

Na manhã seguinte me troquei o mais rápido que pude, mais sem esquecer os detalhes importantes como um bom perfume e uma maquiagem básica, e arranquei o carro da garagem. Quando cheguei ao colégio praticamente todas as vagas estavam ocupadas, então fui obrigada a estacionar um tanto que longe da entrada do colégio.

Quando finalmente cheguei ao meu armário não me surpreendi ao encontrar o Adam em frente ao armário vizinho retirando o material da sua próxima aula, que pelo o que eu reparei seria inglês. Por sorte a minha próxima aula seria artes então eu não teria que vê-lo até o terceiro período onde temos historia juntos.

- De nada. – Ele balbuciou com um sorriso de canto sem tirar os olhos do seu armário.

- Eu deveria te agradecer por...

Eu realmente não sabia o que ele havia feito de bom para mim, por isso deixei que ele terminasse a minha frase.

- Se não fosse por mim você nunca teria ficado noite passada com o Benz mais novo. – Ele disse confiante de que graças a ele eu tive uma noite maravilhosa. Bem, pelo menos parte dela.

- Você sempre soube que eles eram irmãos, certo? – Perguntei já esperando qualquer tipo de resposta. Não me surpreendo mais com qualquer coisa que envolva Adam Tyler.

Ele fez que sim com a cabeça como se fosse obvio demais para eu ainda perguntar. Mas como ele sabia que eu passei a noite com o Lucas? Ele estava me seguindo?

- E como você sabia que eu passei a noite com o Lucas? Você estava me seguindo? – Sussurrei para que ninguém mais ouvisse a baboseira que isso parecia. 

Ele não respondeu, apenas fechou o seu armário e com uma piscadinha me disse:

- Te vejo na aula de historia.

Não tive animo para ir atrás dele em busca de uma resposta. Em vez disso me rastejei até a sala de artes, largando o meu material ao lado de um desses suportes para tela de pintura.

Todos os alunos já estavam em seus devidos lugares, mas havia apenas uma bancada livre com uma tela em branco ao meu lado.

Me abaixei para buscar os pinceis que estavam jogados na minha bolsa e quando levanto me deparo com um lindo garoto de olhos claros e cabelos castanhos bagunçados.

- Bom dia á todos. Esse é o novo aluno no nosso curso de artes, o nome dele é Lucas Auguste. – A Sra. Miller disse com graça e esplendor. Depois continuo virando-se para o Lucas. – Você pode se sentar naquela bancada ao lado da Srta. Rhodes.

Meu coração disparou só de ver ele andando em minha direção com um sorriso no canto da boca como de quem diz “surpresa.”

Ele se sentou na bancada ao lado da minha e um breve silencio se estendeu entre nós. Somente a nossa troca de olhares permitiu que eu percebesse o quão lindo ele estava.

- Srta. Rhodes empreste alguns pinceis para o Sr. Auguste por gentileza. – Sra. Miller disse virando as costas para nós para ajudar um aluno que estava com duvida.

- Aqui está o seu pincel Lucas Auguste. –Eu disse lhe entregando um pincel e rindo ao pronunciar o falso sobrenome do cara.

- Você pode me chamar de Lucas Benz se quiser. Mais não espalhe para todo mundo, não quero que pensem que sou um mesquinho, filho de um dono de uma empresa multimilionária.

Nós dois caímos juntos na gargalhada. Era impressionante como tudo ao redor dele era mais feliz.

- O seu segredo está a salvo comigo. – Eu disse dando uma pequena piscadinha.

- Se os dois forem conversar eu posso arranjar outra dupla par ao Sr. Auguste. – A Sra. Miller disse.

Admito que segurei o riso quando ela disse “Sr. Auguste” mas tanto eu quanto ele negamos com a cabeça á pergunta da nossa professora.

Acho que a Sra. Miller percebeu, pois depois desse momento ficou encarando nós dois só esperando que nós fizéssemos uma coisinha errada para nós tirar da sala. Por isso evitamos ao máximo conversar.

Pare de pintar para checar á tela do Lucas. Uma obra-prima. Só isso que eu tenho pra dizer. Não parece uma imitação da obra do Picasso e sim a obra original roubada do museu do Louvre.

Em comparação à dele a minha obra esta um desastre completo. Enquanto a dele tem traços firmes e bem esculpidos, a minha mais parece conter alguns rabiscos. Deveria ser um crime comparar a minha obra com a original do Picasso.

Percebendo o meu desapontamento, Lucas confere que a Sra. Miller está ocupada fazendo algumas anotações e mela o pincel dele na minha tinta verde musgo e começa a terminar a minha pintura na minha tela, sempre checando para ver se a nossa professora ainda estava ocupada.

Eu fico observando admirada a rapidez e facilidade que ele leva na pintura. Me perguntando, secretamente, se ele não é bom em alguma coisa. 

Depois de melhor a minha obra (agora sim isso pode ser chamado de obra) ele larga o pincel dele e aponta com o queixo para que eu pegue o meu. Eu obedeço, mesmo sem ter muita certeza se isso é uma boa ideia.

Depois que eu pego o pincel com a mão meio mole, Lucas vem por traz de mim, colocando uma mão na minha cintura e a outra na minha mão que segura o pincel.

Guiando a minha mão direita, a que segura o pincel, até o pote de tinta verde ele sussurra, baixo o suficiente para que só eu possa ouvir, o seu hálito de menta contra a minha orelha fazendo com que eu me arrepie inteiramente.

- Segure firme o pincel.

Ele disse levando a minha mão direita até a tela. Percebendo que eu hesitei ao pintar, estando certa de que eu só poderia estragar a obra prima que ele havia começado ele sussurra novamente.

- Vai dar tudo certo, confie em mim. – Ele sussurrou e apertou um pouco a minha cintura junto à dele.

E dessa forma pela primeira vez eu pintei. Pintei de verdade e o que antes eram rabiscos agora havia se transformado em uma linda pintura plagiada do Picasso. Mas eu estava ciente de que só havia conseguido fazer aquilo, pois tinha o melhor professor do mundo, literalmente, grudado á mim. Sentir o seu abraço me trazia segurança e eu sabia que enquanto ele estivesse ali, comigo, tudo daria certo.

- Você já falou com o Peter?- Eu tive que perguntar, tive de estragar aquele clima maravilhoso.

Logo que perguntei me arrependi pois o Lucas se soltou de mim fazendo com que toda a precisão que eu sentia no meu corpo se tornasse uma verdadeira gelatina.

- Sim. Ele disse que está tudo bem, mas eu não acho que ele foi sincero. – Lucas tocou no meu braço me virando delicadamente. – Talvez você devesse falar com ele.

Antes que eu pudesse responder qualquer coisa o sinal tocou avisando que a aula já havia terminado.

Me abaixei para guardar o meu material e quando levantei Lucas já não estava mais ao meu lado. 

Assim que eu sai da sala de artes encontrei uma multidão em torno do mural da escola. Natalie estava entre eles e assim que me viu veio gritando em minha direção.

- Ah o colégio vai fazer uma viagem! Não consigo acreditar, faz tanto tempo que ele não faz algo que preste. Você vai não é? Claro que vai, a Ticia vai e descobriu para mim que o Adam vai também! Será que o Peter vai? Será que ele vai levar aquele novo amigo sexy dele? Você fica encarregada de descobrir isso, agora eu tenho que ir avisar a minha mãe. – Ela finalizou o seu discurso programado mandando beijinhos no ar em minha direção e saiu saltitando totalmente empolgada.

Assim que ela se foi o meu celular fez um “bip” avisando que eu recebi uma nova mensagem. Era da Clarice e dizia assim:

“Se encontre comigo no campus para agente organizar a festa do papai –C”

Nossa eu me esqueci totalmente que amanha era o aniversario do papai.

Então peguei as minhas chaves no meu armário e fui andando em direção á saída. Assim que saio lembro-me da onde o meu carro esta estacionado e um desanimo avassalador tenta me convencer a voltar para a sala. Ao invés disso, o ignoro e a preguiça e me rastejo até o final do estacionamento.

Assim que chego lá me lembro de que aquela área era a área dos drogados perdidos e sem sentido na vida que matam aula para ficar fumando e bebendo.

Escuto alguns deles rirem alto quando eu passo e um até assovia para mim, mas não dou a mínima bola. Porem quando eu me viro para ver quem era quase caio para trás ao reconhecer o Peter no meio da multidão.

Eu tenho certeza que o Peter que eu conheci não fumava não se drogava e só bebia em eventos ou na presença dos amigos. O Peter que eu conhecia nunca cabularia aula para se drogar. Mas o Peter que eu conhecia não era o Peter de hoje em dia

- O que diabos você está fazendo aqui? – Eu pergunto sem perceber que estou gritando conforme me aproximo com passos largos e pesados.

- Que isso querida? Para que tanto estresse? Se quiser beber, é só pedir. – Ele responde sorrindo como se tudo aquilo fosse normal, como se aquele fosse o seu mundo.

- Peter Benz você vai embora comigo agora ou então eu juro que... – Eu disse cerrando os punhos sem saber como terminar aquela frase.

- Ou, sem estresse gata, eu vou. A bebida já estava acabando mesmo. – Ele acena para os seus amigos se despedindo e conclui. – Vejo vocês mais tarde.

No caminho inteiro até a minha casa nenhum de nós dois ousou falar uma palavra. O silencio predominava o carro até que, percebendo que eu dirigiria em direção á minha casa, o Peter se manifestou.

- Por que você está me levando para a sua casa? – Ele perguntou ainda virado para a janela, evitando olhar para mim.

- Para cuidar de você. – Eu respondi olhando para ele pelo o canto dos olhos.

Assim que chegamos em casa eu mandei ele ir tomar uma banho, para ver se o efeito da bebida passava, e preparei um lanche básico para nós.

- Juliet. – Ele girou do andar de cima. – Eu preciso de alguma roupa.

- Um minuto.

Fui até o quarto do meu pai e peguei a sua camisa mais velha e os seus jeans mais velhos também. Eu não tinha certeza se aquela camisa velha caberia no corpo bem definido do Peter, mais valia a pena tentar.

Bati três vezes seguidas na porta usando o ritmo que eu, ele, Ticia e Tony costumávamos usar para reconhecermos que era um de nós batendo na porta.

Tony... Eu tinha certeza de que a pessoa que mais sentia a sua falta era o Peter. Ele foi o nosso melhor amigo durante anos e na metade do ano passado o seu pai foi transferido para Chicago. Nos primeiros meses agente manteve contato por Skype, mas com o passar do tempo fica difícil se relacionar com uma pessoa desse jeito. Eu me lembro até hoje quando o Tony veio nos contar. Ele sempre foi um cara muito alegre, odiava despedidas, então no seu ultimo dia em Billthings ele nos levou para o melhor bar daquela época e ficamos bêbados. Quer dizer, Peter e Tony competiram para ver quem bebia mais e a Ticia ficou “alegre”. Eu sabia que não podia beber, pois estava de motorista, então assim que deixamos Tony na sua casa e nos despedimos dele, Peter entrou em desespero. Chorou feito uma criança, com direito á soluços e tudo. Ticia então nem se fala. Ela e Tony namoraram quando eles tinham 13 anos e se tornaram melhor amigos desde então. Naquela noite eu levei os meus dois melhores amigos para a minha casa e nós acampamos no jardim, choramos, comemos pizza e até xingamos “o idiota do pai do Tony por levar ele da gente.” Palavras da Ticia.

Voltando á realidade... Deixei a roupa para o Peter pendurada no pequeno cabide na porta branca do banheiro e desci esperando para conversar com ele.

Nós tínhamos muito que conversar e com certeza essa noite seria longa. 


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Notas finais do capítulo

Primeiramente me desculpem por ter ficado tanto tempo sem postar. Estou com um grande bloqueio de criatividade.
Mas o que mais me magoa é que eu percebi que perdi alguns leitores nesse tempo que fiquei sem postar.
Geente se vocês acharem melhor eu parar de escrever a fic, ou entao nao tiverem gostando ou forem parar de ler por favor me avisem.
Bjos.
—Jas



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