Capitulo 16 

Demorei uns vinte minutos para chegar até a sua casa. Casa não era a palavra certa para descrever aquela propriedade. Ela era enorme! Na frente tinha uma garagem espaçosa que eu calculei que caberiam no mínimo três carros nela. A casa inteira era marrom escuro e dava a impressão de que ela era feita de pedras. Tinha um estilo rustico e um jardim enorme (Link da casa que eu imaginei http://p1.pkcdn.com/estilo-rustico-casa-com-jardim-e-piscina-la-hoya_106880.jpg mas nao extamente assim tá gente? -Jas)

Decidi estacionar o meu carro na rua e ficar esperando o momento em que Peter sairia de casa. Bem, esse momento demorou.

Tive a impressão de ficar umas quatro horas sentada no banco de motorista do carro. Por sorte o meu teria uma reunião hoje, o que quer dizer que ele voltaria bem de tarde. Minha irmã estaria na faculdade e eu não tinha motivo para ter pressa.

Eu não conseguia parar de pensar o porquê do Peter nunca ter me levado até sua casa. Será que essa casa era mesmo dos Benz? E se o Adam me deu o endereço errado?

 Então a porta da casa se abriu e eu tive a certeza de que o endereço estava certo. Não por ver o Peter saindo de lá e sim por ver o Lucas saindo de lá e sendo seguido por um homem por volta do 40 anos moreno e bem parecido com o Peter. Na verdade, ele era parecido com o Lucas também!

O meu carro estava perto o suficiente da enorme porta de entrada para que eu pudesse ouvir o que os dois estavam conversando. Eu me agachei para que eles não vissem que eu estava ali e colei a minha orelha na porta do carro. Eu não tenho certeza se ouvi certo, mais era alguma coisa mais ou menos assim:

- Eu sei que vai ser difícil você me aceitar na sua vida, mas eu só quero que você entenda o porquê de eu ter mandado sua mãe ir embora com você. – O pai do Peter, eu supus, disse parecendo emocionado. – Você e o Peter são tudo que eu tenho agora.  

Então o Lucas respondeu alguma coisa que eu não ouvi e do nada um carro veio com toda a velocidade e, em uma manobra rápida, estacionou em frente à imensa garagem. Desse veiculo desse o Peter que estava vermelho de raiva.

Ele foi praticamente marchando em direção do Lucas, que permanecia em frente ao suposto Sr. Benz, e começou a gritar com ele, como se ele não tivesse vizinhos.

- Você ia beijar ela? Depois de tudo que eu te contei?!- Peter gritou com muita, muita raiva.

Eu sabia que o “ela” era eu e por isso me afundei ainda mais no banco do carro morrendo de vergonha.

- Eu nunca faria isso com você cara! Eu não sabia que ela era a garota que você estava afim, assim que soube eu disse para ela que nada rolaria. – Lucas se defendeu e mostrou preocupação com o Peter.

Na verdade eu achava fofa a amizade inédita deles. O Lucas parecia ser um amigo perfeito! Ele parecia ser muito mais do que um amigo perfeito...

- Quem é ela? – O Sr. Benz se intrometeu na discussão dos garotos.

- Ela é... – Peter começou com dificuldade. Parecia que ele não queria tocar no meu nome!

- Juliet. – Lucas respondeu visando ajudar o amigo que estava gago. – Rhodes.

- JULIET RHODES?- O Sr. Benz soltou um grito que eu aposto que nem ele esperava que saísse tão alto!

Nesse exato momento um silencia se estabeleceu na rua. Foi possível ouvir até mesmo o cantar de três andorinhas que voavam por ali. O barulho da cachoeira, encontrada na famosa ponte Billthings Nature que ficava perto dali, se tornou mais alto. Nenhum dos três ousou dizer uma única palavra.

A expressão na cara do Peter havia mudado completamente. Não era mais raiva e sim vergonha, como criança quando faz algo errado. Finalmente, segundos depois, o Sr. Benz quebrou o silencio.

- Eu te disse para evitar essa garota! O seu dever era fazer com que o Lucas e você ficassem longe de toda essa confusão, longe dessa garota! E não se apaixonar por ela! – O Sr. Benz disse com certa mistura de raiva e preocupação.

Eu não entendia porque eu era considerada uma confusão. Nem o porquê do Sr. Benz me odiar tanto, sem ao menos me conhecer. Não entendia porque o Peter e o Lucas ficavam calados, como se aquele senhor tivesse toda a razão.

Mas eu sabia que o Peter gostava de mim e isso não deixou de alegrar o meu confuso coração.

- Vocês dois, prometam para mim que nunca mais iram ver aquela garota e nem chegar perto daquela família. Eu faço qualquer coisa para manter vocês a salvo bem longe dos Rhodes, mesmo que seja preciso mudar de país! – Sr. Benz disse com ênfase.

- Vocês dois são tudo que eu tenho filhos. – Ele disse por fim.

FILHOS? Filhos no plural? F I L H O S? COMO ASSIM?

Lucas era irmão do Peter? Eles eram irmãos? Durante dez anos o Peter me escondeu que tinha um irmão? E esse irmão decide aparecer anos depois?

Eu não conseguia mais conter a minha indignação só para mim, então eu abri a porta pesada do meu carro em um movimento rápido e gritei:

- Vocês são irmãos?!