Amor Imortal escrita por Lelon Lancaster


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Para compensar a demora do 2 capítulo. Espero que gostem.



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Eu, como sempre fui o centro das atenções, fiquei meio chateada por ser ignorada tão bruscamente duas vezes. Quem aquele garoto estranho pensa que é. Segurei a ponte do nariz e continuei andando até o portão principal. As pessoas dessa escola eram muito diferentes. Aqui parecia mais um reformatório do que uma escola. Eu podia jurar que vi uma menina usando tornozeleira na entrada.

  Na secretaria, eu descobri que eu não teria que dividir meu quarto com ninguém – pelo menos isso -, e algumas regras básicas, como:

1 – Não é autorizado o uso do celular durante a semana.

2 – Nenhuma saída da escola sem supervisão é permitida.

3 – Meninos não são autorizados a ficar no quarto das meninas, e vice – versa.

4 – Luzes apagadas as 22 horas em ponto.

5 – Sem festinhas nos dormitórios.

6 – Sem namoro.

   Aqui não parecia um reformatório, era uma prisão. Meus pais me mandaram para o inferno. Eu queria chorar. Assim que peguei as regras, fui procurar o meu quarto. Os dormitórios ficavam nos dois últimos andares e eram organizados um do lado do outro em um corredor largo e grande. Eu podia ouvir as pessoas conversando dentro de seus quartos, e alguns estavam com suas portas abertas. Meu quarto era um dos últimos do corredor e distante da escada para as aulas. Ele era pequeno, mais aturável, sua parede era branca e tinha uma janela no fundo. Havia uma cama encostada na parede e um armário e uma escrivaninha na outra.

     Olhei pela janela e dava pra ver o mar agitado batendo nas rochas e o céu nublado. O céu cinza me fazia pensar em casa. Eu não podia ficar triste, e não iria.

       Comecei a arrumar minhas coisas e tentar fazer com que aquele quarto parecesse com um lar. Minhas roupas quase não couberam no armário pequeno. Comecei a me sentir claustrofóbica e decidi dar uma volta pela escola. Peguei meu casaco e sai no corredor. A maioria dos quartos estava silenciosa, então achei que a maioria das pessoas ainda não havia chegado.

     Desci as escadas em silencio enquanto tentava memorizar a planta que consegui do prédio. Pelo que vi, as salas ficavam nos pisos abaixo dos dormitórios e a cafeteria ficava no piso térreo, junto com um espaço aberto que poderíamos ficar nos dias de sol. Tinha uma biblioteca enorme no 4 andar, junto com alguns computadores que poderíamos usar uma hora por dia.

    

    Andava tão distraída, que nem percebi quando alguém cutucou o meu ombro. Me virei e vi uma das pessoas mais normais que vi aqui hoje. A menina tinha cabelos pretos e escorridos, pele branca e olhos grandes e azuis que me encaravam com certa curiosidade.

    - Quem é você? – ele perguntou com um sotaque claramente americano.

    - Sou nova aqui. Meu nome é Ever, e o seu? – eu me sentia como no primário.

   - Sou Haven. Estudo aqui desde o primeiro ano. Acho que você vai gostar daqui, não é tão ruim quanto parece. – ela tentava ser otimista.

   - Acho que sim. Eu estava entediada e resolvi dar uma volta. Você conhece muita gente daqui?

  - Não muitas. Mas se você quiser conhecer, apareça hoje a noite no quarto 212, vai rolar uma festinha de boas vindas por lá.

  - Pensei que festas em dormitórios eram proibidas. – falei com descrença.

  - E são. Mas tudo é permitido se ninguém descobrir. A Drina Auguste dá as melhores festas, com as melhores bebidas e as melhores pessoas. Normalmente nessas festinhas só entram gente convidada, mas eu dou um jeito de você estar na lista. – ela deu uma piscadela enquanto falava isso.

  - Tudo bem. Você vai estar lá.  Eu não queria ficar sozinha com gente que não conheço.

  - Vou sim. Não perderia por nada. Eu já fiz uns favorezinhos para ele e ela me deixa entrar sempre. – ela disse com um sorriso.

    Depois disso, Haven me levou para conhecer a escola, me contou um pouco sobre as aulas, alunos e professores. Nada de terrivelmente emocionante. Compramos um lanche na cafeteria e sentamos em uma mesa de piquenique que tinha vista para a praia.

   - Você nunca quis mudar de escola?– perguntei de repente.

   - No começo era tudo o que eu queria, mas depois você se acostuma com a vida aqui. Eu morava com a minha avó, então era isso ou ter que aprender a tricotar.

   - E seus pais?

   - Morreram quando eu tinha dez anos. Me deixaram uma fortuna e uma avó rabugenta para me criar. – ela disse encarando o horizonte.

   - Sinto muito.

   - Não sinta, foi há muito tempo.

     Não conversamos mais sobre mais nada depois disso.

      Mais tarde, tomei banho e fui me arrumar para a festa. Não sabia o que vestir, ou o que fazer com o meu cabelo. Decide colocar um vestido vermelho que ia até o joelho, salto alto nude e prender meu cabelo em um coque alto. Eu gostava de chamar as atenções. Passei um pouco de rímel e gloss e fui para a minha primeira festa no inferno.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem. Sugestões para o próximo capítulo?



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