Amor Imortal escrita por Lelon Lancaster


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo. :)



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    De repente tudo começou a sumir, fui sugada pelo que me pareceu ser um furação furioso e acordei em minha cama. Sentei rapidamente e fiquei tonta. Tudo aquilo tinha sido um sonho, eu não tinha beijado Jude, e não tinha ido floresta adentro com ele. Eu estava suada e tonta, mas aliviada por aquilo não ser real. Por mais que eu me sentisse horrível com a lembrança, parte de mim queria que aquilo tivesse acontecido. Olhei pela janela e ainda estava escuro, eram 5:30 da manhã. Eu não queria adormecer e ter que relembrar de tudo, então vesti moletons confortáveis, meus melhores tênis e sai para uma corrida.

      King Prep apoiava muito todos os esportes. No campus havia uma quadra poliesportiva, uma piscina enorme com raia olímpica e uma pista de corrida que ficava perto da floresta. Eu coloquei a música que tocava nos meus fones de ouvido no volume máximo e corri o mais rápido que pude. Eu não era uma pessoa muito esportiva, mas correr me ajudava a colocar os meus pensamentos no lugar. Eu corri até começar a ver as pessoas chegando para comer na grama, ou praticar algum esporte. Hoje o dia estava bonito demais para ficar trancada no quarto.

     Voltei para o prédio e tomei banho. Eu não tive pressa de sair de baixo do chuveiro, então fiquei lá por um bom tempo. Vesti uma regata verde e um shorts preto que só vestia em dias bons como esse. Eu mal tinha me dado conta, mas eu estava faminta. No refeitório, pedi um copo enorme de vitamina e uma fruta. Há tempos eu não me sentia tão disposta. Me sentei perto da Haven e comecei a comer.

    - Bom dia. – Jude disse assim que se sentou perto de mim.

    - Bom dia.

    - Eu não sabia que você gostava de correr. – eu pude sentir o sorriso na sua voz.

   - Você me seguiu? – eu não estava chocada.

   - Não. Eu fui nadar e no caminho vi você correndo que nem uma louca. – ele estava rindo agora.

   - Eu gosto de correr, me faz colocar meus pensamentos no lugar.

   - Em que você estava pensando? – ele chegou perto demais de mim para falar isso.

     - No dever de matemática. – menti

     - Que coisa ruim de se pensar. = ele disse sem acreditar nem um pouco.

    - Pois é. E você? O que estava fazendo longe da cama tão cedo?

   - Estava pensando em alguém.

   - Sua namorada? – eu demonstrei um pouco mais de curiosidade do que realmente queria.

   - Ainda não. – ele disse com um sorriso enorme e depois se levantou e foi embora.

  Fui para o meu quarto tentar estudar para a prova de física que eu teria na segunda, quando um envelope foi colocado debaixo da minha porta. Eu abri e encontrei uma carta. Um dos meus sonetos favoritos de Sheakespeare estava escrito em uma folha de papel pardo, em uma caligrafia impecável.

Não chame o meu amor de Idolatria 
Nem de Ídolo realce a quem eu amo, 
Pois todo o meu cantar a um só se alia,
E de uma só maneira eu o proclamo. 
É hoje e sempre o meu amor galante, 
Inalterável, em grande excelência; 
Por isso a minha rima é tão constante
A uma só coisa e exclui a diferença. 
'Beleza, Bem, Verdade', eis o que exprimo; 
'Beleza, Bem, Verdade', todo o acento; 
E em tal mudança está tudo o que primo, 
Em um, três temas, de amplo movimento. 
'Beleza, Bem, Verdade' sós, outrora; 
Num mesmo ser vivem juntos agora.

  No momento em que terminei o poema senti uma sensação parecia com Dejavu, eu já o tinha lido, mas dessa vez foi diferente. Eu virei a folha e atrás estava escrito:

   Existe uma linha fina entre o amor  e a loucura, mas ele só vem para quem não o procura.

    Coloquei a folha e o envelope em minha cama e Haven entrou no meu quarto. Ela vestia uma saia preta e uma regata roxa.

   - O que você está fazendo aqui dentro está um dia lindo lá fora e...  – ela parou de falar e olhou para mim.

  - Haven, foi você quem me deu isso? – eu mostrei a carta para ela.

  - Onde foi que encontrou isso? – ela tinha um olhar preocupado.

  - Colocaram debaixo da minha porta há um minuto.

  - Isso era seu. Essa caligrafia era sua há algumas vidas atrás. Eu não sei quem te deu isso.

   - Qual é o problema com isso?

   - Na maioria das vezes, suas vidas passadas não podem se misturar com a nova.     Você pode saber quem você foi, mas não pode ter nada do passado. Isso é ruim. Eu ainda não sei como isso vai afetar o seu presente.

    Eu me senti tonta. Comecei a ver tudo embaçado e desmaiei. No meu sonho, eu era uma aristocrata que só pensava no que os outros pensavam de mim. Eu estava usando um vestido bege a lá Maria Madalena e meus cabelos dourados estavam cheios de cachos presos no alto da minha cabeça.  Eu me lembrei de quando Damen me falou da primeira vez que me conheceu.  No sonho eu estava de mãos dadas com um rapaz loiro e muito bonito, Jude. Nós estávamos em um jantar da mais alta classe da sociedade e eu não conseguia desviar os olhos de um outro rapaz que estava sentado no final da enorme mesa de jantar, Damen.

      Quando o jantar acabou, Jude me levou para casa e me beijou. Eu pude sentir a doçura do seu beijo, mas não era o que eu queria. Ele foi embora e eu entrei na enorme casa e sentei no sofá. Alguns minutos depois, alguém deu três batidinhas na porta e meu coração acelerou. Era Damen. Ele estava lindo vestido com aquelas roupas antigas. Eu entreguei um envelope a ele – o mesmo envelope pardo que recebi no meu quarto hoje, - e ele me beijou. Seu beijo era diferente do de Jude, ele era voraz, apaixonado. Ele me beijou durante alguns minutos e se foi antes que alguém nos visse. De repente eu senti meu corpo sendo sugado e acordei ofegante na minha cama.


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Notas finais do capítulo

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