No dia seguinte não precisei procura-la, ela foi até minha casa.

-Oi.

-Oi, entra.

-Não, quero ser rápida.

-Tudo bem.

Ela cerrou os punhos e me olhou séria. Aquele olhar não era comum para ela. Fiquei receoso do que ela diria.

-Eu te amo, John!

-Certo, eu também te amo. –Respondi, apoiando minha mão na cabeça dela. Eu não tinha nenhum problema em falar aquilo em voz alta, tantas vezes quanto pudesse.

-Mas eu não te amo... Como... Como um irmão.

-Opa, espera aí. –Isso sim definitivamente explicava o beijo de ontem. Recuei; aquilo era diferente do que eu esperava. –Droga. Como alguém pode se apaixonar por mim? Como você pode se apaixonar por mim?

-Aconteceu, John. Quando percebi eu já pensava em você como algo mais que apenas um amigo.

-Não te amo desse jeito.

Isso não podia estar acontecendo, certo? Porque minha irmãzinha me ama assim? As coisas não podem acabar bem.

Ela me beijou de novo.

-Mas o quê?! Será que você pode parar de fazer isso?

Eu devo ser o primeiro cara no mundo a reclamar por ser beijado, que estupidez. Anne ignorou meu protesto.

-O que você sentiu? –Perguntou com seriedade.

-Sua boca.

-Não é isso, idiota!

A julgar pelo olhar dela, se eu não desse a resposta que ela queria na próxima vez podia me considerar um cara morto.

-É estranho, não consigo explicar. Juro!

Anne me derrubou no sofá, com uma expressão feroz no rosto. Fazia muito tempo que eu não a via daquele jeito. Eu havia acordado o monstro dentro dela. Não sei se posso morrer ou ser beijado outra vez, difícil decidir quando era dela que se tratava. Aquilo estava ficando muito confuso.

-Escute bem, eu te amo.

-Já entendi essa parte.

-Não vou deixar outras garotas se aproximarem de você.

-Ok.

-Você é meu.

-O que?! Espera...

-E vai namorar comigo.

-Ai, estou surtando...

-Te vejo amanhã. – Ela tomou minha resposta como um sim, me beijou pela terceira vez e foi embora.

Me levantei devagar e fechei a porta. Apago as luzes e vou me deitar. Meus pensamentos, meus sentimentos, tudo dentro de mim estava confuso. Ela disparara palavras e eu só consegui ficar falando coisas sem sentido.

-Minha Pequena me ama. Acho que vou morrer. Eu devo ter enlouquecido. Porque ela me ama desse jeito? Eu só queria proteger minha An.