Camp Half Blood escrita por Dinha e Mary


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Pronto, aqui outro cap e.e pfvr,me digam que não ficou tão longo assim e.e



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       Dei um sorriso largo, e mal pude conter minha alegria diante daquela vitória. Com uma corrente, vários gritos e um pouco de inteligência, havíamos vencido o Leão de Nemeia! Pulei em cima da Joy para abraçá-la, enquanto os garotos gritanvam de alegria. Ingrid baixou a lança e sorriu, jogando o cabelo para trás, como se fosse alguma pessoa importante.

       - Viram? Se não fosse por mim, vocês teriam perdido!

       - Claro, Ingrid. Se não fosse sua enorme ajuda espetando a bunda do Leão, teríamos todos morrido. - Respondi, ironicamente.

        - EEEI! Carlos ainda tá inconsciente aqui! - Rebeca gritou, num ponto não muito distante dali, onde Carlos estava apagado e ela ajoelhada ao lado dele. Olhei para trás, mirando o enorme celeiro com a porta arrebentada e falei:

        - Podíamos passar a noite aqui. - Apontei para para o celeiro. - Amanhã cedo passamos uma mensagem de Íris para o Acampamento e seguimos nosso caminho, que tal? 

        - É, até que é uma boa ideia... Arrastem o Carlos pra cá. - Ingrid falou e foi ajudar os meninos a levantá-lo. Pedi a Joy que me ajudasse com as mochilas e arrebentei com o machado o que restara da porta. Lá dentro, puxei alguns dos montes de feno e os ajeitei o máximo que pude. Raul, Higor e Ingrid puseram Carlos em cima da cama improvisada e ficaram observando-o. Ele ressonava, e provavelmente havia aproveitado o desmaio para dormir.

          - Ok, nós passamos a noite aqui e amanhã de manhã mandamos uma mensagem de Íris pro Acampamento e seguimos viagem, certo? - Ingrid falou, com uma pose de líder.

          - Primeiro: a ideia foi minha. Segundo: quem te deixou no comando? - Perguntei, levantando uma das sobrancelhas.

          - Minha beleza me deixou no comando, querida. E a ideia foi sua, mas soa muito mais legal quando eu digo ela.  

           - Pelo amor dos deuses, Ingrid. Você anda passando tempo demais com o Raul, vai acabar virando uma egocêntrica meio maluca que nem ele.

           - Enfim, e o que fazemos com o mostro morto lá fora? - Joy interviu antes que começássemos outra das nossas discussões malucas e sem sentido.

           - O que vocês quiserem, oras. - Ingrid deu de ombros e foi arrumar um lugar para dormir. 

            Eu estava morrendo de frio, e pensava em como deveria ter trazido um casaco, até que me ocorreu uma ideia genial. Enquanto Ingrid, Joy e Raul arrumavam suas camas improvisadas com feno, peguei uma adaga e saí. Perto de onde o Leão jazia caído, Higor estava sentado na grama, encarando tristemente um papel. Me aproximei devagar e olhei por cima do seu ombro, querendo saber o que era aquilo. Era uma foto, onde estavam ele e a Ana, com camisetas do Acampamento e pareciam estar gargalhando alto. 

              - Tá fazendo o quê aí? Momento nostalgia? - Perguntei.

               - É, acho que sim. Eu tava só sentindo o vento da noite na cara, precisava pensar um pouco. - Ele respondeu, ainda olhando a foto. Sua expressão parecia triste.

                - Sentindo falta da Ana, não é?

                - É claro. Nós quase morremos hoje, viu só o que aconteceu com o Carlos? Foi o primeiro dia da missão, e nem sequer chegamos na metade do caminho. Quem garante que não vamos acabar perdendo alguém num próximo ataque?

                Um minuto de silêncio seguiu-se. Eu queria argumentar, sorrir e dizer que nada de mal iria acontecer, mas eu sabia que não seria assim, por mais que tentasse me convencer do contrário. Mesmo sem querer, naquele ponto eu concordava com Higor.

                  - Olha, eu entendo perfeitamente como se sente. Eu também fico com receio de perder algum dos meus amigos, eu também sei que se tá ruim agora, a tendência é só piorar, mas sei que se formos pessimistas, não vai ajudar em nada. - As palavras simplesmente saíram da minha boca, eu não fazia ideia de que tinha pensamentos otimistas.- Se você tem alguém te esperando no Acampamento, tem que se esforçar para vencer e voltar vivo, custe o que custar.

                   - Eu sei disso, Mary. - Ele parecia um pouco mais radiante agora. - É exatamente o que eu pretendo fazer, só que é bem mais fácil na teoria, não quando tenho que me separar dela por muito tempo.

                   - Bom... Você precisa ser forte e superar. - Ótimo. Que merda de conselho eu estava dando. Nunca foi boa em consolar ninguém, mas aquela frase foi a coisa mais imbecil que eu já disse para alguém em toda minha vida. Frase típica de folheto religioso de autoajuda para alcóolicos anônimos. Higor me olhou com uma cara de "sério, Mary?" e eu não consegui segurar o riso. Ele riu junto,sem entender e eu me levantei dali. Fui até o corpo do Leão e me abaixei ao seu lado. Higor olhou pra mim e perguntou:

                      - O que é que você vai fazer?

                      - Tirar a pele, oras. - Falei, enquanto tentava cortar uma parte sob o pescoço. Segurei firmemente a juba dele e quando consegui fazer um pequeno corte, ao invés de sair sangue, senti o corpo do Leão ficando mais leve. Quando olhei com mais atenção, ele estava virando pó! Tudo o que restava era sua pele, que se transformou em um manto branco e felpudo, com um capuz. Olhei-o estupefata, e Higor estava em pé ao meu lado, com os olhos arregalados.

                         - Mas que merda... - Eu sussurrei, com o manto em minhas mãos.

                         -  Trófeus de guerra. - Higor respondeu, ainda chocado. - Quando se mata um monstro, geralmente sobra dele algo valioso, como o chifre do minotauro ou os frascos de veneno e antídoto das górgonas.

                          - E o que eu faço com isso? Não fui eu quem matou o Leão.

                          - Tanto faz pra mim,pode ficar com ele.

                          - Sério mesmo? 

                          - Claro, Mary.

                          - Obrigada! - Levantei e me dirigi ao celeiro, sendo acompanhada por ele. - Sabe, você não é tão cuzão quanto me falaram, pelo contrário, me parece legal.

                           - Ah, valeu. Espera,quem me chamou de cuzão? 

                           -  Sua irmã. - Respondi, e ele fez uma cara de "ah, eu já imaginava". Entramos, e todo mundo já dormia. Higor foi para um canto perto da Ingrid e eu me aconcheguei num nicho próximo de onde Rebeca dormia. Recostei-me na mochila, usando-a de travesseiro. Puxei minha lanterna do bolso e fiquei mirando-a, com um sorriso de criança que ganha um brinquedo novo. Até que enfim, uma arma decente! Pus a lanterna no bolso da calça e fiquei olhando pra o teto, onde uma claraboia permitia que eu visse o céu estrelado. Comecei a sentir as dores no meu corpo e pensei no saldo final daquele dia: Um corte na testa graças ao acidente, joelhos arranhados de tanto engatinhar num ônibus com cacos de vidro pelo chão, alguns músculos doloridos, e uma vitória e tanto sobre um monstro lendário. Imersa em esperanças, apaguei em um sono muito leve e tranquilo.

                             O sol entrava pela claraboia. Me virei e tentei ignorar a claridade incômoda, mas logo desisti e resolvi levantar. Sentei-me na "cama" de feno e olhei ao redor, ciente de que estava com voz de bêbada sonolenta, cara inchada de sono, e um ouriço despenteado marrom em cima da cabeça. Todos já estavam acordados, e sentados em seus lugares, comendo seus "cafés da manhã", que na verdade eram apenas lanches industrializados. Ingrid olhou para mim e se pôs a gargalhar, apontando para meu estado recém- desperto e eu dei dedo para ela. Abri o bolso grande da mochila e pus a mão lá dentro, mentalizando alguma coisa para pentear meu cabelo, e quando tirei, estava com uma escola de plástico azul. Dei um sorriso e me pus a desembaraçar a massa de cabelos ondulados e emaranhados castanhos. Assim que acabei, desisti de comer algo e mandei que passassem logo a mensagem de Íris para o Acampamento. Joy abriu uma torneira, e quando a água estava correndo, jogou um dracma, e invocou Íris, pedindo-lhe que chamasse Ana Paula no Acampamento Meio-sangue. A imagem tremulou, e logo mostrou-nos Ana, que parecia brigar com alguém, dizendo:

                             - AH, vocês não vão pra canto nenhum! Tão achando que vão simplesmente fugir por motivos idiotas assim? Nem pensar!

                             - Annie? - Ingrid chamou, e só então ela pareceu notar a mensagem de Íris.

                             - Tia Ingrid? Pessoal? Ah, oi! Como que vai a missão? Cadê o Higor, ele tá bem?

                             - Eu tô bem sim, querida. Só que deram alguns probleminhas, o ônibus capotou e um Leão atacou a gente. Nada demais, relaxa.

                             - Como é que é? E vocês estão bem?

                             - Sim,ninguém se feriu muito. - Sorri, tentando acalmar a menina. Logo Roniara apareceu atrás dela,gritando.

                              - TIA INGRID! HIGOR! MARY! ONDE VOCÊS ESTÃO?

                              - Boa pergunta. - Respondi,passando a mão no cabelo, nervosamente.

                               - PESSOAAAAAAAL! - Gigi gritava atrás dela, e Ana gritava com as duas, e Ingrid começou a gritar com as três, e Carlos gritou pedindo silêncio, e depois de muita confusão, fizeram silêncio. 

                               - Olha, a gente tá bem, vamos seguir em frente daqui, e logo, logo estaremos na Califórnia falando com Hades e resolvendo os probleminhas,ok? - Nesse momento, Ana pareceu assustada olhando para mim. Não percebi e continuei a falar, até que senti uma mão cobrindo minha boca e meu nariz. Comecei a tentar gritar, gesticular e espernear, mas logo acabei desmaiando. 

                                  Quando acordei, estava tudo muito escuro, e eu não conseguia enxergar nada. Me levantei, e quando tentei ficar de pé, percebi minha perna presa em algo, e ouvi um som metálico. Alguém havia me acorrentado. "mas que beleza, era tudo o que eu precisava", pensei. O chão estava muito frio, mas eu estava vestindo o manto do Leão de Nemeia, e ele me manteve aquecida. Incendiei minha mão para iluminar o ambiente, e vi que era um calabouço, muito extenso, e que eu não conseguia iluminar. Com um suspiro, comecei a pensar em formas de sair dali, quando ouvi um grunhido atrás de mim. Engolindo em seco, me forcei a olhar para trás, e vi o maior par de olhos que eu já havia visto na minha vida me encarando. Provavelmente era um monstro gigante, com aquele par de olhos enormes e com orbes de um profundo tom de âmbar. Com certeza aquele não era o meu dia. 

                             

                               


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