Camp Half Blood escrita por Dinha e Mary


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Pronto,taí outro capítulo,escrito pela maravilhosa Mary, amada pelas multidões e adorada por todos(só que nunca). Espero que vocês gostem, e comentem,por favor >.< cada comentário é um estímulo que contribui para a história ficar melhor(DRAMA,DRAMA,DRAMA). Enfim,talvez esse fim de semana eu poste outro capítulo,beijinhos,meus lindos.



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Já fazia algum tempo desde que havíamos deixado o Acampamento, e estávamos chegando à Rodoviária. Dali pra frente a missão começaria de verdade, e toda a autoconfiança que eu havia adquirido a pouco tempo começava a esvair-se, e quando Gikah parou a van, mandando todo mundo descer, eu quase me abracei ao assento, querendo voltar. Ao invés disso, respirei fundo, peguei minha mochila e desci. O sol estava a pino, e eu tentei me acalmar. Me despedi de Gikah, e segui os outros ao saguão, onde entragamos nossas passagens e ficamos esperando pelo embarque. Ingrid e Carlos discutiam de novo, e o resto do grupo fingia ao máximo não conhecer nenhum dos dois. Eu olhava ao redor, observando as pessoas, quando reparei em alguma coisa se escondendo atrás de uma pilha de bagagens. Eu estava prestes a me levantar para averiguar, quando ouvi o anúncio de que o ônibus iria sair. Peguei minha mochila e segui, ainda incomodada com o que havia visto.

      Dentro do ônibus, sentei-me ao lado de Rebeca. Nas cadeiras à frente, estavam Joy e Raul, discutindo como sempre, e Carlos e Ingrid. Higor sentou-se entre os dois, e logo o ônibus partiu. Pus fones de ouvido e fiquei a observar as paisagens, enquanto Rebeca encostava a cabeça no meu ombro e começava a cochilar. Depois de três horas de viagem, eu também já estava sonolenta, com os olhos quase fechando, e teimava em observar a paisagem. Às margens da autoestrada haviam extensas plantações de milho, a perder de vista. Então eu vi entre os milharais, um vulto semelhante ao que eu havia visto na Rodoviária, e quando tentei me aproximar da janela,o ônibus deu uma sacudida brusca, e eu gritei. Rebeca acordou ao meu lado, gritando também. Joy gritou:

       - Mas que porra... - Ela nem chegou a completar a frase, quando tudo começou a girar. O ônibus capotou três vezes, eu bati a cabeça no teto e apaguei. Quando abri os olhos, estava de cabeça para baixo, suspensa apenas pelo cinto de segurança. Olhei em redor e tudo estava calmo e parado. Calmo até demais... 

      Soltei a fivela do cinto de segurança e cai de costas no teto do ônibus, batendo em alguns estilhaços de vidro. Pus a mão na testa e ela estava sangrando. Então ouvi barulhos de vidro quebrado do lado de fora do ônibus e paralisei completamente. Eram patas de algum animal enorme, que caminhava do lado de fora, como se procurasse alguma coisa. Ele deu uma patada em uma das janelas e se afastou devagar. Era um leão,e eu me lembrava de conhecê-lo de alguma história

       Quando não ouvia mais seus ruídos, engatinhei até onde estava a Ingrid, também suspensa pelo cinto de segurança e inconsciente. Sacudi ela, que apenas grunhiu, como se estivesse dormindo. Irritada, sacudi-a de novo, que dessa vez pareceu despertar.

       - Ahn, mãe? Cadê meu livro de física elétrica? Acabei de lembrar como se faz aquela questão...

       - Ingrid, você tá maluca? Agora não é hora pra física! - Ela então pareceu acordar de verdade.

        - Mary? O que houve? Física! Física é vida, toda hora é hora de se resolver questões!

        - Ingrid, o ônibus capotou, alguém fez todo mundo dormir e tem um leão lá fora, que com certeza não é o Simba do Rei Leão!

        - É o Scar? A Nala? - Os olhinhos dela brilhavam, e eu comecei a achar que talvez ela tivesse sofrido algum traumatismo craniano após o acidente.

        - Não, ele deve ser algum monstro do submundo, mas eu não lembro qual... Temos que sair daqui! - Era evidente o desespero em minha voz, e só então ela de deu conta da gravidade da situação.

        - Mary, me ajuda a sair daqui e vamos acordar os outros! - Ela se debatia, tentando soltar o cinto. Soltei a fivela e a deixei cair, reclamando da minha negligência e maldade. Cutuquei o Higor, que estava pendurado ao lado dela. Ele demorou um pouco a despertar, e logo abriu os olhos.

          - Hã, Ingrid, Mary? O que houve? Por que eu tô de cabeça pra baixo?

          - Ah, é que o ônibus... - Ingrid começou e eu logo a imterrompi, pois não havia tempo para longas explicações.

           - O ônibus capotou, tem algum tipo de monstro lá fora, e nós temos que ir, entendeu? Perguntas depois.

           - Ok, me ajudem a sair daqui. - Graças aos deuses, ele compreendeu a situação mais rápido do que a irmã. Ingrid logo ajudou-o a se soltar. - Acordem os outros, que eu acordo o Carlos e a gente dá um jeito de sair daqui. 

             Ingrid e eu fomos engatinhando até as cadeiras da frente, onde Raul e Joy estavam desacordados também. Ingrid sacudiu Raul e ele grunhiu irritado. 

             - Mary? Ingrid? O que aconteceu? 

             - Ônibus. Acidente. Monstro. Temos que sair daqui AGORA. - Respondi, sem saco para explicar a mesma história outra vez. Raul assentiu e Ingrid ajudou-o a se soltar. Ele logo puxou o cinto da Joy e deixou que ela caísse no chão, com um gritinho agudo.

              - O que foi? - Ela perguntou, esfregando os olhos com sono, e numa voz baixa e lenta, que mais parecia um gemido. Ingrid tentou não rir, e eu já estava de saco cheio de todo mundo perguntar o que estava acontecendo.

              - Acidente. Monstro. Partiu. Ir. Embora. Daqui. - Falei pausadamente, irritada. Enquanto ela e Raul pegavam as mochilas, olhei para trás. Carlos e Higor já estavam a postos, com suas bagagens e Ingrid já havia despertado Rebeca e trazido-a para junto de nós. 

              - Vamos? - Ingrid perguntou.

              - A questão é: Por onde? Pela porta é impossível, depois do acidente tem tanto caco de vidro lá na frente que é impossível passarmos por ali sem nos cortarmos. 

              - Não seja por isso. - Joy falou e chutou uma das janelas, que estilhaçou-se, dando espaço suficiente para passarmos. Todos saíram, e quando chegou minha vez, olhei para trás. Aqueles passageiros ainda continuavam dormindo, e pareciam tão tranquilos, que eu fiquei encucada. Rebeca logo me chamou.

              - Mary, vem logo.

              - Mas e os passageiros?

              - Vem logo, eles estão dormindo, e a névoa vai se encarregar de encobrir o que aconteceu aqui. Pra nós é que vai ser perigoso continuar nesse local. - Ainda com o coração apertado por termos envolvido inocentes na nossa missão, pus a cabeça para fora e saí.

             Do lado de fora, a lua estava alta no céu, e o vento batia delicadamente nos milharais. Um pouco mais à frente, havia uma pequena campina, com um enorme celeiro no topo. Ingrid deu a ideia de irmos até lá, onde poderíamos achar alguém ou pelo menos um lugar para dormir. Todos concordaram com a ideia e seguiram para lá. 

             Enquanto subia a campina, senti algo estranho. Uma sensação de estar sendo seguida ou observada, algo ruim mexendo no estômago. Olhei para trás e quase dei um grito: O leão estava bem atrás de nós. Ainda tinha a sensação ruim no estômago, só que agora eu sabia o porquê. 

               - Pessoal... - Chamei baixinho, tentando não fazer movimentos bruscos.

               - Mary, deixa de ser chata e para de encher o saco! - Joy retrucou sem olhar para trás.

                - Gente, é sério, por favor... - Eu estava quase chorando, paralisada pela iminência do perigo. Raul, que estava mais próximo de mim, se virou, provavelmente para me arrastar ou me xingar, e viu o leão.

                 - Ferrou. - Foi tudo o que ele disse, antes do leão dar um rugido e todos perceberem a sua presença.

                 - Fudeu. - Foi o que a Joy disse quando o viu. O leão atacou, e Raul me puxou pelo braço, me tirando do caminho dele. Eu ainda tentava lembrar de qual história mitológica eu conhecia aquele mosntro, quando Carlos sacou a espadae tentou acertar o tronco dele. Sua pele parecia de aço, e não sofreu um arranhão. Carlos ficou atordoado, e o leão deu-lhe uma patada tão forte que ele bateu de costas numa árvore próxima e desmaiou. 

                 - CARLOS! - Higor gritou, enquanto tentava desviar de um ataque do monstro. Naquele momento, meu cérebro lerdo deu um estalo e eu me lembrei: Aquele era o Leão de Nemeia, que tinha uma pele praticamente blindada e que havia enfrentado Hércules, na ocasião de seus doze trabalhos. Lembrei-me também de ter visto em algum lugar(provavelmente o Animal Planet) que leões não gostavam de luzes pulsantes. Imediatamente, pus a mão no bolso da mochila e tirei de lá a pequena lanterna que eu havia pego no meu chalé. Joguei uma pedra na cabeça do leão e fiquei gritando, como uma imbecil:

                - AQUI! SIMBA, AQUI! - O leão urrou e virou-se para mim. Apertei o botão da lanterna e para minha surpresa, ela começou a se transformar, até virar um machado de guerra de cabo longo. Observei-o, estupefata. Era prateado, com dois gumes enfeitados com chamas vermelhas, que iam do centro do machado até as extremidades, e que tremeluziam e pareciam queimar de verdade. Era super afiado, e apesar de muito grande, me parecia bastante leve. Eu estava tão abobalhada, que esqueci do leão me atacando.

              - MARY! - Ingrid gritou e eu olhei para a frente, onde o monstro já se preparava para saltar sobre mim. Ramos de trepadeira brotaram do chão e se enrolaram nas patas do leão, segurando-o no chão por tempo suficiente para eu me desvencilhar do ataque e sair de perto do leão. 

              - Mary, sai daí, eu não vou aguentar por muito tempo! - Joy gritava, enquanto se esforçava para mantê-lo preso. Foi quando minha mente voltou a funcionar e eu me afastei dali. Rebeca afastava Carlos da linha de frente, onde o monstro já se soltava e Higor, Ingrid e Raul tentavam atacá-lo. Lembrei-me do antigo mito de Hércules e da parte principal: " Hércules prendeu o pescoço do leão entre seus braços e o estrangulou". Tive uma ideia. Se ao menos eu conseguisse encontrar uma corrente...

               Corri até a porta do celeiro e tentei abri-la, mas ela estava trancada por um enorme cadeado. Extremamente desesperada, comecei a dar machadadas violentas e a chutar as lascas da madeira, abrindo um buraco grande o suficiente para que eu passasse. Lá dentro, encontrei feno, feno e mais feno, e numa parede, ferramentas à vontade. No chão, encontrei uma corrente ferro, com cerca de 3 metros de comprimento e elos muito grossos. Peguei-a e corri de volta ao lado de fora, onde o resto do grupo, com exceção de Rebeca e Carlos, estava atacando o leão.

                 - RAUL! HIGOR! AQUI! - Ergui a corrente, rezando aos deuses para que eles entendessem. Raul olhou com uma cara de interrogação, mas Higor entendeu e gritou alguma coisa para Raul, que me fez sinal para levar a corrente. Eu corri e entreguei-a aos meninos, que me mandarm distrair o leão para que eles pudessem enrolar a corrente no pescoço dele. Incendiei uma de minhas mãos e saí gritando:

                   - HEY,SIMBA! TÁ IRRITADINHO PORQUE MUFASA MORREU? - Se esse escândalo não chamasse a atenção, nada mais chamaria. - OU SERÁ QUE VOCÊ É A NALA?

                    Não sei se irritado com a comparação com o Rei Leão, ou irritado com o fogo em minha mão, ele atacou. Eu atirei seguidamente várias bolas de fogo no rosto do leão, que apenas parecia mais irritado. Joy fez flores se enrolarem nele novamente, enquanto Ingrid usava sua lança para espetar aleatoriamente o traseiro do animal. Higor e Raul jogaram a corrente ao redor do pescoço dele, e seguraram cada um, uma ponta. Quando vi o momento certo, gritei:

                     - AGORA! - E eles puxaram a corrente, cada qual para um lado, asfixiando o leão, que se debatia ficando sem ar. Depois de um tempo,ele logo parou de se debater e caiu. Todos nos entreolhamos e gritamos de alegria, afinal de contas, havíamos vencido o Leão de Nemeia.

                

                  

      

           

       


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