Josh, como o perfeito cavalheiro que era, se abaixou para pegar as coisas do chão, antes que rolassem para trás. E como o perfeito curioso que é, quando viu o papel, não teve a mínima gentileza nem de me perguntar sobre o que era. Logo abriu e começou a ler.

- Demi, que papel é esse? - me perguntou confuso.

- É o mesmo papel que eu estava segurando ontem quando você me viu no corredor do hospital.

- E quem te deu esse papel? - perguntou ainda confuso.

- Um psiquiatra.

- Demi, você viu o nome do remédio que ele te passou? - me perguntou com uma expressão simplesmente esquisita, eu não estava entendo mais nada , onde ele queria chegar?

- Não... Eu não...

- Demi! Um psiquiatra te passa uma receita médica e você nem ao menos se preocupa em me dizer isso? - perguntou num tom de voz meio alterado fazendo com todos ouvissem.

- Shhhh... Fala baixo. - pedi com calma.

- Tá, desculpa! Mas... Esse remédio, é indicado pra... - ele não falou mais nada, parou de falar como se alguém apertasse o botão de desligar em sua cabeça. Ficou imóvel.

- Pra... - dei continuidade.

- Depressão. - respondeu ele muito baixo e bem abalado por sinal.

- Depressão? Não, é possível! - dizia incrédula.

- Demi, olha tá tudo bem. Eu vou comprar o remédio que o médico mandou você tomar e você vai tomar normalmente, tá? Esse remédio vai fazer você se sentir melhor. Vai te ajudar a dormir... - falou enquanto olhava minhas olheiras, eu provavelmente estava parecendo um panda novamente.

- Eu não preciso disso, não preciso de remédio algum pra me sentir bem. - eu estava ficando nervosa e aquela maldita tontura estava voltando.

Eu tentei ir até o banheiro. Levantei com dificuldade e procurando algum lugar para me apoiar. Fui praticamente me rastejando até os fundos do avião (sim, era um boeing e não um jatinho particular). Todos me olhavam assustados. Minha expressão era séria e minha vista estava escurecendo. Aconteceu exatamente a mesma coisa que havia acontecido depois do show. Eu não me aguentei e caí.