Diário De Ikki escrita por Polly Weasley


Capítulo 4
Quarta Página


Notas iniciais do capítulo

Bem, meninas!! Aqui está mais um! Faltam só dois, espero que gostem!



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O leonino brincava com Taiyou, o gato rajado, mexendo um barbante na frente dele, deitado de bruços na cama só com a cabeça para fora, olhando o bichano com ar entediado. Sua mente vagava entre milhares de coisas. Eventualmente, tudo em que ele pensava se voltava apenas para uma coisa.

Apenas uma pessoa.

O lábio inferior ficou um pouco mais pra frente, e eles começaram a tremer. Os olhos azuis lacrimejaram, e uma lágrima caiu deles para o chão. Taiyou não pareceu se importar, ainda tentando pegar o barbante que o dono tirava de perto dele sempre que ele parecia querer pegá-lo.

Outros pingos se juntaram ao anterior, mas a expressão de Ikki não mudou. Além dos lábios trêmulos e das sobrancelhas franzidas, nada nele mudou. Até que ele não mais conseguiu aguentar e se virou para frente, alcançando o travesseiro com a mão e o apertando com força, enfiando o rosto no tecido acolchoado e começando a soluçar, um leve gemido rouco de dor saindo de seus lábios, sendo abafado pelo objeto. Ele apertava o travesseiro com tanta força, que parecia que o  mesmo ia se rasgar no meio. O cavaleiro de fênix tremia o corpo inteiro, suas pernas dobradas muito próximas do abdomen, enquanto ele derramava toda a sua dor naquilo.

Uma dor que jamais seria sanada. Que nunca iria acabar.

Chorou até que não mais tivesse lágrimas, ficando ali, parado, olhando para o nada, com o rosto vermelho e inchado, os lábios vermelhos entreabertos e os olhos piscando devagar.

Levantou-se automaticamente, andando até a escrivaninha, com o gato se enfiando entre seus pés, ronronando. Sentou-se na cadeira, puxando o diário depois de vários dias sem escrever. Tai pulou para o seu colo, olhando-lhe com olhinhos de quem entendia o que estava acontecendo, e encostou a cabecinha na barriga de Ikki, depois apoiando as patas fofinhas em seu peito e dando uma lambidinha em seu queixo. O moreno sorriu, coçando por trás das orelhas do gato e pegando uma caneta, assim que ele deitou-se em seu colo, e se pôs a escrever.

Já faz tempo… Faz tanto tempo que nem consigo me lembrar quanto tempo faz. Só sei que foi muito…

Ainda assim, eu não consigo te esquecer. Qual é o problema comigo? Eu costumo ser uma pessoa indiferente, mas… Você me fez tão mais caloroso e gentil com as pessoas. Você me mudou tanto, kami… Você não tem ideia do quanto. Sabe… eu costumava ser mais chato, mais introspectivo. Mas depois de você acabei virando alguém tão gentil e adorável.

Ikki deu um sorrisinho ao escrever aquilo, continuando nas linhas abaixo.

Mais um dia, e mais solitário eu me sinto. Na verdade, está ficando cada vez pior. Eu estou ficando cada vez mais sozinho, mais longe de tudo e de todos. Meu coração dói e eu… Não consigo me enturmar. Eu achei que já tinha passado da fase da depressão, mas… Parece que a depressão não é uma fase, e sim um estado. As fases… Vêm acontecendo comigo. Primeiro raiva… Depois desespero. Depois a consciencia de que as coisas não vão melhorar… Logo depois a constatação.

Eu acho que estou no limbo entre todas essas sensações.

E acabo chamando isso de saudade.

Uma saudade tão intensa e tão dolorida que acaba me fazendo perder o rumo. Shaka… Eu sinto tanto, tanto, tanto a sua falta… A cada vez que olho o templo de virgem eu me sinto pequeno, inacabado, desprezível. A cada vez que tomo chá me sinto sozinho… Eu não consigo mais comer onigiris sem lembrar de você… E… deuses, o colar com o seu simbolo parece pesar tanto…

Será que você ainda tem a pulseira que te dei?

Aquela com o meu apelido?

E a sua tornozeleira? Com um elefantinho? Ainda a tem…?

Eu…  Eu queria saber… Escutar de novo o barulhinho dela… Escutar você me tratando como se eu não fosse nada em especial… E depois sussurrando que me amava, tão docemente, como você fazia…

Você era minha calma, Shaka… Minha paz de espírito.

E eu sinto falta, porque não existe mais calma na minha vida, apesar de eu não conseguir ao menos sair de casa.

Eu não tenho mais paz… Meus pensamentos me destroem dia após dia.

Eu estou tão desesperado pra ouvir sua voz novamente, Kami…

Eu…

Eu queria poder dizer que te amava, ao menos uma ultima vez…

Eu nunca pude dizer…

Eu…

Eu te amo, ore no kami…

Ikki fechou o diário, encostando a testa nele, apertando os lábios. Tamborilava com  a caneta na madeira da escrivaninha, depois levantando um pouco a cabeça, encostando o queixo em cima do caderno, suspirando.

Será… Que ele nunca conseguiria superar aquilo…?

=x=

Bem, e pra quem queria ver a tatuagem do Ikki - a moça que interpreta o Shaka, a Keiko, fez pra mim! - aqui está!

A página dela é essa: http://lavenera.deviantart.com/


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Notas finais do capítulo

obrigada por terem lido!! Mesmo!! Faltam só duas semanas pro fim T^T Beijos da Polly e até semana que vem!



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