A 1ª resistência pós apocalíptica do Brasil escrita por Guilherme Melo


Capítulo 3
Capítulo 3 - Confiança


Notas iniciais do capítulo

"Não julgue o próximo pelo guarda-roupa ou pela máscara, a verdade nunca surge com aparências exteriores"



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Levei um grande susto. Quem eram aqueles dois? And? Ana? O que queriam, faziam? Tinha boas ou más intenções? Será que eu poderia confiar neles? Pois é, eu não sabia o que fazer então eu observei, eu procurei e dali do alto, eu ouvi:

- Olha! Os encerebrados estão vindo!!!! – Gritou a menina

- Nossa mãe! Tem muitos! – Comentou o cara – Pega o facão aqui! Vou usar o martelo! Mire na cabeça deles, eu acho que eles morrem assim!

O homem tirou uma faca enorme da mochila e jogou pra garota que pegou e primeira e virando-se pra direita, acertou em cheio a cabeça de um dos monstros que próximo a ela estava. Já o cara, tirou um martelo bem grande, devia pesar uns dois quilos, e com a sua força, acertava os “encerebrados” em todas as partes, mutilando-os.

Os vi em apuros, logo eu decidi ajuda-los, mas sem me revelar, ou seja, sem que eles soubessem onde eu estava e muito menos quem eu era, afinal, não sabia do que eles eram capazes de fazer comigo. Saí do telhado, e com um pequeno salto, fui até uns galhos de uma árvore próxima a casa. A menina escutou o barulho dos galhos se mexendo e olhou em minha direção, achei que ela tinha me visto e até mesmo olhado em meus olhos, porém nada aconteceu. Ela estava muito ocupada pra se preocupar com “galhos” de árvore, e usando seu facão, daqueles que se usa pra abrir espaço na mata, ia derrubando 1, 2, 3, 4 monstros! O homem também fazia grandes séries, conseguindo detonar até sete de uma vez.

Já não bastava todo aquele caos em volta deles, uma aberração gorda iria morder o pescoço daquele cara de meia idade, até que eu intervi fazendo o monstro tombar como um bêbado após uma noite de prazeres. O rapaz havia notado, mas assim como a menina nem pode parar pra se preocupar em ver que era eu que o salvara. A menina derrubava os que vinham da esquerda, o cara acabava com quem quer que viesse da esquerdam deixando assim um espaço entre eles, a casa nos cobria as costas e eu cuidava dos que estavam no meio e na frente. Eles também saíam de cantos, como prédios do outro lado da rua, casa por perto e até de alguns carros, como se eles acabassem de acordar.
Eram bons, os dois.

Acabariam em poucos minutos com todo aquele exército de encerebrados que vinham por toda a parte. Tinham o jeito de sobreviver, a manha pra conseguir, apesar de todas a dificuldades, superar a si mesmos em meio a uma guerra humana. Mesmo com tudo isso a seu favor, eu não gostaria de me juntar a eles, sem antes ter certeza que poderia confiar a minha vida, e a minha jornada a pessoas desconhecidas. Seria de grande importância estudar o jeito com o qual eles levariam tudo aquilo, vendo a forma com a qual abordariam outras pessoas e como reagiriam se um dos dois fosse ferido.

Enfim, acabaram, foram muito bem a meu ver, e começaram a se perguntar:

-Mas, o que foi aquilo? – Perguntou a menina – Como surgiram do nada todas aquelas flechas?

- Não foi do nada, tem alguém por perto – Respondeu o homem – E essa pessoa nos...

- Olha ali! – Cortou a garota – Vamos lá ver se conseguimos comida e água!

Eles entraram no quintal da casa e viram dois encerebrados que eu tinha abatido ontem à noite. Agora eles perceberam que eu tinha estado lá naquela casa e entraram para não só caçar suprimentos, mas para ver se eu estava ali.

- Essa pessoa que nos salvou, também esteve aqui, notou aqueles dois no chão lá né? – Falou a menina

- Sim, mas agora me ajude com esses sacos de arroz, vai!

- Você viu a árvore?

- Para de falar! Ainda temos muitos dias de caminhada! – Reclamou o homem

- Tá, tudo bem, mas é que eu achei ter visto alguém naquela árvore.

Eu tinha voltado ao telhado, estava recolhendo minhas coisas, para segui-los e ver aonde iam. Dias de caminhada... Pois é, eles estavam indo pra algum lugar predefinido assim como eu. Enquanto isso foram aos quartos pegar algumas roupas e lá encontraram mais dois encerebrados que mataram sem dificuldades. Saíram de lá com alguns sacos de arroz e feijão e umas sacolas com roupas e sapatos.

- Vamos dividir, eu levo esses aqui e você estes ok? – Recomendou a menina enquanto ele concordou

Continuaram seguindo, para sair dali, e caminhamos bastantes até encontrarmos uma praça que tinha muitos carros dos quais seis eram viaturas policiais. Geralmente, carros da PM carregam em seus porta-malas fuzis e submetralhadoras com pentes suficientes pra ir à guerra. Apenas em dois tinham armas, encontraram uma M16 (fuzil) com seis pentes de 30 balas, uma 12 (escopeta) com dois cartuchos de 12 balas cinco granadas e três pistolas com silenciadores e quatro cartuchos de 15 balas. Colocaram em uma mala e carregados de suprimentos foram a uma vila ali perto.

Na vila eles fecharam os portões, e foram até a quinta casa À esquerda e se abrigaram lá. Eu abri os portões e fechei-os novamente, subi no telhado desta casa facilmente, pois ela era fechada com grades de 2 metros e meio de altura, ótimos para impedir a entrada de encerebrados no local. Lá eles foram até os quartos, abateram dois encerebrados e arrumaram as camas. Na cozinha, prepararam para comer um pouco de arroz feijão e ervilhas que eles já tonam lá. Estava anoitecendo e eu fui comer também. Para não fazer fogo e não chamar a atenção de nada nem ninguém, eu comi umas frutas que eu tinha pegado de casa e já estavam muito maduras.

Era bem tarde e eles estavam dormindo. Eu? Nem pensar, era hora de limpar aquele lugar, e em todas as 13 casas da vila retirando a que estavam And e Ana, tinham monstros à espreita. Seria um bom lugar para se morar e ficar até aquilo tudo acabar. Os portões da vila eram fortes e altos, as casas, aconchegantes, tinha bastante coisa para se pegar ali perto, como roupas, alimentos, água... Então, acabando de varrer o lugar eu fui dormir no terraço de uma casa que ficava em frente a que eles estavam.

Amanheceu e acordei, sentindo aquele cheirinho de pão quente, como nos dias em que eu acordava pra ir à escola e tomava o café da manhã com minha família. Bateu uma saudade... Eles estavam tomando seu café e eu tratei de comer o resto das frutas que eu deixara para hoje, sempre pensando no amanhã. Então ouvi um barulho no portão. Não, não eram encerebrados, eram pessoas que arrombaram o portão e silenciosamente adentraram na vila. Cerca de cinco caras entraram e vasculharam todas as casas até que sentiram o cheiro de café e pão quente e de fora gritaram:

- Bom dia! – Gritou com arrogância o que parecia o líder

And percebeu a hostilidade e trancou as portas.

- Quem é? – Perguntou ele

- Somos amigos, queremos conversar com vocês!

- Conversar? Sobre o que? Anda, fala!

Bastou um descuido do And, ao abrir a porta e os homens invadiram a casa. Eu puxei a flecha e esperei pra ver o que ia acontecer, não pareciam ser amigos, ainda mais invadindo daquele jeito. Logo após eles saem da casa, com o And e a Ana amarrados em cordas velhas.

- Isso que dá não receber as visitas bem! – Zombou o líder do grupo mercenário

- Mas, pra que isso? Já não basta tudo que tem acontecido? Você ainda quer fazer mais mal? – Falou And

A Ana se debatia, resistindo a toda aquela situação, o cara que a prendia, puxou seu cabelo e falou:

- Fique quieta, se não vai ter suas consequências.

Ela não parou e o líder respondeu ao And:

Mal? Eu quero sobreviver, agora a lei é a do mais forte!

- Chefe, me deixa dar uns tratos nessa menininha, ela não para quieta, quem sabe assim ela não desiste? – Perguntou um dos mercenários, com um sorriso amarelo estampado em seu rosto.

- Vai lá e vê se faz parar de se debater e gemer como um animal.

-NÃO! POR VAFOR, NÃO MACHUQUE ELA! – Gritou And com medo de machucarem ela

- PAI, SOCORRO!

- “Papai! Papai!” Que garota ridícula! – Zombava novamente o líder.

Um dos caras a puxou pelo braço e arrastou até o quintal da casa

- Para! Não tem motivo toda essa violência! – Pediu o pai da menina

- Ah, tem sim! Em tempos difíceis, a diversão levanta a moral dos homens – Retrucou o chefe.

Acertei sua perna direita e seus homens se assustaram. Desci da casa e subi na árvore, tão rápido que eles dispararam no meu vulto, sem saber que eu já nem estava mais lá.

Acertei o cara que puxava a Ana, no pé e no ombro... E antes que os outros dois puxassem suas armas, caíram com flechas ao peito. Desamarrei a Ana e o seu pai enquanto o chefe gemia ao chão. O And deu um chute forte na barriga dele e eu me apresentei:

- Oi, sou Lucas.


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Notas finais do capítulo

Me desculpem pois não postei na sexta, tive alguns problemas e estou postando hoje. Amanhã também postarei, obrigado e até mais.