Reprise Sa Chanson... escrita por Very Happy


Capítulo 33
Cap. 34: Dois em um


Notas iniciais do capítulo

Oie! Estou meio em falta por aqui, mas é culpa da escola *ergue os braços*
Enfins, ai vai o seu capitulo. Espero que goste!!!
Bijin e até a próxima =D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/335883/chapter/33

Eu me sentia estranha em meio a tudo aquilo. A situação seria extremamente trágica, se ela não tivesse se tornado uma piada interna!

Caio também parecia incomodado. Girava a pequena colher de seu achocolatado dentro da xícara com a ponta do polegar, e procurava não olhar para mim. Eu realmente estava me perguntando se o Jon estava percebendo alguma coisa.

Ele estava tão animado com a presença do irmão que eu duvidava disso.

–Sophie me disse que você saiu de casa de novo. Pra onde foi dessa vez? – ele quis saber.

–Eu? Viajei novamente. Estava cansado do clima daquela casa. – Caio respondeu, e logo parou de girar a colher. Ele apontou para mim com o polegar e virou-se para Jon. – Ela sabe de alguma coisa?

Jon lançou-me o olhar. Era incrível como ele mudava de expressão quando olhava para mim. Encarei minha própria xícara, procurando não entrar no assunto.

–Sabe de algumas coisas... – ele disse, voltando a fitar o irmão.

–Algumas coisas como?

–Como as não necessárias.

Mantinha meu olhar baixo, embora meus olhos estivessem desfocados. Coisas não necessárias... O que eu realmente deveria saber então?

Ergui minha cabeça, e encarei Jon. Ele voltara a falar com irmão. Ria de vez em quando, um sorriso que eu nunca havia visto. Era frustrante perceber como eu nunca o havia feito sorrir daquela forma...

Sinceramente, eu estava começando a querer entender a real história daquele garoto.

–Você ainda dirige muito mal.

–Olha quem fala. Foi você que arrancou a cerca do vizinho.

–É... – Caio balbuciou, antes de rir. – Aquilo foi incrível.

Jon não pode deixar de rir também. Abri um sorriso curto, para não parecer grossa. Seguíamos para “casa” no momento. Estava no banco da frente, ao lado de Jon, e Caio mantinha-se sentando no de trás.

–Então... – comecei. – Há quanto tempo está na cidade?

–Há um bom tempo.

“Eu sei disso, mas quer por favo prolongar a conversa?!”, reclamei em pensamento.

–Vocês parecem... serem bem próximos... Eu queria ter um irmão.

–Um irmão como o Jon? – ele quis saber, mas logo corrigiu-se. – Ah não. Do Jon você deve querer outra coisa...

Eu, que mantinha-me encostada na janela do carro, voltei-me para eles bruscamente, corando. Jon riu abafado, e Caio estalou a língua nos dentes.

–Você estava muito legal. – Jon comentou, com um sorriso torto.

–Era o frio. – ele respondeu, simplesmente.

–Meu Deus... – sussurrei, voltando a fitar a rua que corria lá fora.

Porque não curte um pouco, ein? Aliás você é bem bonita, gracinha.

“Esses dois são mesmo irmãos.”

Alcançamos a casa mais rápido do que pensei. Desci do carro, encolhendo-me por causa da brisa fria.

–Hey.

Virei-me e me deparei com Caio bem próximo de mim. Sua expressão estava séria, mas ainda era possível notar em seus gestos que ele estava meio contrariado.

–Quanto aquele dia... na lavanderia... se importa de esquecer?

–Como é? – indaguei, não entendo o que ele pretendia com aquilo. Esquecer para que afinal?

–Entenda meu lado. – ele sorriu. – Você é a namorada do meu irmão.

O vento pareceu ficar mais forte naquele instante. Ou, talvez não. Talvez ele sempre estivesse com aquela força, mas eu só havia notado aquilo agora... Fitava o moreno a minha frente, realmente querendo falar algo. Mas eu simplesmente não conseguia.

–Hey. Vamos entrar; está frio aqui. – Jon nos chamou.

Caio desviou o olhar e seguiu para casa. Fitei os dois irmãos pelas costas, e suspirei fundo.

–Droga... – sussurrei comigo mesma.

Corri para dentro do local, e logo ouvi a comemoração de Sophie ao reencontrar o irmão do meio. Um sentimento nostálgico abateu-me, mas eu não me deixei levar por este. Encostei-me no hall da porta, e fiquei admirando a família de Jon.

–MEU DEUS! VOCÊS DOIS ESTÃO AQUI! VOCÊS DOIS... ESTARÃO... NO MEU CASAMENTO... AI, EU VOU CHORAR! – ela exclamava, levando as mãos ao rosto.

–Sem drama, Sophie. – Caio pediu, abraçado a ela. – Aliás, não sei se vou ao casamento. Não quero nem imaginar você em um vestido de noiva.

–Credo, Caio! Eu vou ficar linda!

–Eu sei, pirralha! Mas eu não quero admitir que você cresceu.

Ela voltou-se para ele, com os olhos marejados.

–AI! EU VOU CHORAR MESMO!

Ri comigo mesma, e logo ouvi um barulho vindo da cozinha. Segui para esta, e encontrei Joana trabalhando em um prato curioso. A mulher estava tão entretida que acho que nem mesmo ouviu a bagunça dos irmãos na sala.

–Joana? – chamei-a, aproximando-me.

–Ahn? Ah, oi, Srta. Blacked. Precisa de algo? – ela perguntou, e finalmente notou a arruaça deles. Ela fechou a cara, e levou as mãos a cintura. – Meu Deus, o que eles estão aprontando?

–Hum... Nada demais... Só o Caio que chegou e eles estão comemorando. – falei, sorrindo.

–É O QUE? Meu Deus!!! Meu bem, você pode colocar essas azeitonas aqui para mim, por favor... Eles estão todos aqui... – seus olhos voltaram a marejar.

–Claro. Pode ir.

A mulher partiu, deixando-me sozinha ali. Comecei a fazer o que me foi pedido, em silêncio.

Entretanto, havia algo naquela cozinha que havia chamado minha atenção.

Afastei-me do prato, ainda com o potinho de azeitonas na mão. Segui para perto da janela, onde havia pequenos porta-retratos.

Cada um, com uma foto de uma mulher diferente.

Pareciam estar ali secando a tinta recém pintada ou algo do tipo, estando meio que mal espalhados. Reparei em cada imagem, em cada rosto, e perguntei-me quem eram. A maioria das fotos estava em preto e branco, e algumas ainda pareciam bem gastas.

–O que está fazendo?

Virei-me bruscamente, e me deparei com Lúcio. Nem sabia que ele estava ali.

–Ah... Lúcio... Eu estou procurando uma faca para cortar as azeitonas. – improvisei, surpreendendo-me com minha própria agilidade. - Sabe onde posso achar?

–Sim. Eu pego para você.

Ele estava sério. Mais sério do que nunca. Aproximou-se da bancada, e inclinou-se para frente para pegar a tal faca.

E foi nesse movimento, que eu reparei.

–Aqui está. – ele disse, entregando-me a mesma.

Peguei a faca, sem fita-lo. Ele virou-se e seguiu para a entrada da cozinha. Antes de seguir para a sala, ele suspirou, e de súbito abriu os braços, com um sorriso no rosto.

–MEU FILHO! – ele berrou, antes de seguir para a sala.

Voltei-me para o prato, com o olhar desfoque. Passei a colocar as azeitonas mais vagarosamente no prato, ainda lembrando do detalhe inusitado.

Havia tinta na roupa dele. Tinha da mesma cor da dos pequenos porta-retratos no alto da janela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!