Reprise Sa Chanson... escrita por Very Happy


Capítulo 34
Cap. 35: Chega de mentiras


Notas iniciais do capítulo

OIE GENTE! Faz muito tempo que eu não apareço por aqui XD Mas aqui estou ^^
Fiquei feliz porque recebi uma nova leitora e as visualizações aumentaram o/ Muito obrigada *inclusive aos leitores fantasmas kkkkk
Enfins, ai está seu cap, super especial e emocionante. Confesso que tomei a decisão de colocar tal coisa nele do nada, mas acho que chegou em boa hora e espero que gostem! O gif lhes dará uma pista do que é ; até deixei como link para aumentar ainda mais o suspense HAHAHAHAHAHAHAHAHA parei
Boa leitura amores!
=D



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Acordei na manhã seguinte ao mesmo tempo em que Jon levantou-se da cama, seguindo para o banheiro. Com os olhos entreabertos, espiei pela janela e notei que uma bela manhã já se formara lá fora. Sentei-me na cama, passando as mãos pelos meus fios de cabelo bagunçados.

E, então, me lembrei.

Segui para perto da janela, onde havia pequenos porta-retratos. Cada um com uma foto de uma mulher diferente...

Levei o polegar a boca, e comecei a mordicar a ponta, pensativa. Deveria perguntar ao Jon se ele sabia de alguma coisa sobre aquilo? Temia receber uma resposta curta e grossa, mas estava realmente bastante curiosa sobre aquilo.

Como se lesse meus pensamentos, Jon saiu do banheiro, já vestido e com os cabelos molhados.

–Bom dia. – desejei.

–Bom dia. – ele respondeu, seco e sem olhar para mim.

OK, depois eu acertava meus problemas com ele. O outro assunto naquele momento parecia mais interessante para mim.

–Ahn... Jon... Posso fazer uma pergunta?

–Claro. Eu ainda não cobro por isso.

Ele parecia arrumar alguma coisa na escrivaninha, logo ainda permanecia de costas para mim. Pela primeira vez, preferi que ele ficasse assim; achava que não teria coragem de continuar aquela conversa se ele estivesse me olhando nos olhos. Limpei a garganta, antes de continuar.

–Então,... ontem eu estava na cozinha, e... vi alguns porta-retratos secando na janela. Eu nem ia comentar nada, mas é porque eu fiquei curiosa...

Ele parou de fazer o que estava fazendo, e olhou para frente. Engoli em seco, e parei de falar imediatamente, esperando que ele dissesse alguma coisa.

E ele disse.

–Porque ficou curiosa? – ele virou-se para mim, com uma das sobrancelhas arqueada.

–Porque... em cada porta-retratos havia a foto de uma mulher diferente.

“Direta até demais.”, pensei comigo mesma, avaliando sua reação. Jon desviou o olhar, respirou fundo e, para minha surpresa, voltou-se para a cama, sentando na beirada da mesma e me fitando.

–Não eram mulheres diferentes. Era a mesma.

–Mas... elas tinham... cabelos diferentes e...

–Tinta para cabelo, plástica... Coisas que a mulher de um cara importante como meu pai faria.

Ergui o olhar e encontrei com o dele. Queria saber se ele estava mentindo ou não.

–Está me dizendo... que aquela era sua mãe?

–Sim. Minha e dos meus irmãos. Mais alguma pergunta?

–O que aconteceu com ela?

–Morreu.

OK, aquilo havia sido um baque e tanto. Voltei a fitar os lençóis, embaraçada.

–Eu sinto muito... Não deveria ficar perguntado.

–Tudo bem. Mais cedo ou mais tarde, você ficaria sabendo. Faz parte da família agora, esqueceu? – ele disse, erguendo-se da cama e seguindo para a porta. – Se apronte e desça para o café. Acho que Sophie vai precisar da sua ajuda hoje com os preparativos da festa do casamento. Por algum motivo, ela desistiu da festa de noivado.

“Por algum motivo? Uma festa onde um garoto faleceu não é ótimo motivo?!”

–OK. Já desço. – disse.

E ele saiu. Eu fiquei sentada na cama por um tempo ainda, digerindo aquilo. E pedindo seguidas vezes perdão, porque eu, infelizmente, não acreditava no que ele me dissera.

–Bom, bom, bom, como eu e o Teo desistimos da festa de noivado e eu já estava usando um anel mesmo, agora só preciso me dedicar ao casamento. Então, hoje vou te arrastar para vermos alguns vestidos para mim e para você! Tcha ram!!!

Era incrível como ela não perdia nunca aquela animação. E eu simplesmente adorava aquilo.

Me encontrava confortavelmente acomodada no banco do passageiro do carro de Sophie. Andávamos pelo centro da cidade, as ruas movimentadas, cheias de pessoas atraídas pelo belíssimo dia que se formara lá fora. Sentia-me surpreendentemente satisfeita por poder usar uma roupa mais leve (uma calça jeans, uma regata com um casaco fino por cima e sapatilhas) e Sophie também parecia adorar aquele clima, animada estreando seus novos óculos escuros.

Logo, ela estacionou em frente a uma grande e imponente loja, aonde, traduzido ao pé da letra, lia-se “Paraíso das noivas”. Bem a cara dela mesmo.

–Olá. Eu tenho um horário marcado com o Daniel, para escolher um vestido para o meu casamento. – ela disse a moça da recepção, em um perfeito inglês com sotaque britânico.

A moça assentiu e nos guiou para dentro da loja. Senti-me minúscula ali: o ambiente tinha dois andares, abarrotados de salas, manequins e alguns vestidos expostos. Funcionários andavam de um lado para o outro, atendendo noivas radiantes mas visivelmente preocupadas em busca do “vestido perfeito”.

–Sophie, que bom vê-la! – um homem de cabelos escuros e olhos extremamente claros cumprimentou-a. Surpreendi-me ao ver que este falava português.

–Olá, Dan! Vim fazer aquela prova que eu te falei e... O que foi, Mel? Venha cá! E ela também, só que de vestidos para madrinha.

Enquanto o moreno assentia e partia em busca de alguns vestidos (pelo visto ela já havia falado o que planejava), eu e Sophie nos sentamos em confortáveis poltronas. Virei-me para ela, ainda com suas últimas palavras na cabeça.

–Você disse... madrinha? – perguntei.

–Claro! Quem mais poderia ser? – ela deu leves palmas, e depois segurou minhas mãos, com um sorriso nos lábios. – Desculpa ser tão de repente, mas... eu realmente gosto de você, Mel. Você é uma amigona e está me ajudando tanto.

Não pude deixar de sorrir, por mais que algo dentro de mim alertasse que aquilo era perigoso. “Você está mentindo para ela. Como pode aceitar?!”

–Aqui está, Sophie! – Daniel disse, aproximando-se com dois vestidos em mãos, ambos para a noiva.

–AH MEU DEUS! – ela saltou do meu lado e ergueu um deles, admirada. – São simplesmente incríveis! Vou experimentar este primeiro. Por favor, Dan, traga o da Mel. Quero minha madrinha linda!

Sophie seguiu para o provador e o rapaz saiu em busca do meu vestido. Sozinha, eu voltei a me perguntar se eu realmente merecia tudo aquilo.

–Eu estou mentindo para você... – eu sussurrei, fitando o outro vestido a minha frente.

–O que acha?

Quando virei-me para Sophie, quase perdi o ar. Ela estava muito bonita, e radiante também. Parecia que simplesmente estar dentro de um vestido de noiva já a deixava mais ainda no clima do casamento.

–Você está... linda. – eu disse, sorrindo.

–Jura? Ai, eu estou nervosa! – ela riu, olhando-se no espelho. – Ih, esse não! Já não basta eu me casar, se eu aparecer com um decote desses, ai que meus irmãos me matam mesmo.

Eu ri junto com ela, enquanto Daniel chegava com alguns vestidos no braço.

–Aqui está o seu e... Sophie, você está linda! – ele disse, admirado com ela tanto quanto eu.

–Eu sei, mas meus irmãos não vão gostar nem um pouco. Me passe o outro por favor.

–Na na ni na não. Eu trouxe outro que você irá adorar.

–Jura?!

–Sim. Aqui. – ele passou outro vestido a ela, que voltou ao provador imediatamente. – E você mocinha, experimente este. Tenho certeza que agradara a noiva e – aqui, ele diminuiu o tom de voz. – à você também.

–Obrigada. – eu agradeci, com um amplo sorriso, e segui para o outro provador.

Tranquei a portinha do mesmo e voltei-me para o espelho. Fitei minha figura, e senti um aperto no peito.

–O que que eu estou fazendo...? – perguntei a mim mesma, pegando o vestido e analisando-o, antes de finalmente me despir e vesti-lo.

Era um vestido de tecido fino, basicamente azul claro, mas com alguns rastros de amarelo queimado e dourado. A saia era reta e solta, e a parte de cima, que consistia em um tomara que caia trançado, era ornamentada com algumas folhas douradas aplicadas, que desciam até a cintura e se perdiam na vistosa saia. Se eu dissesse que era um vestido simples, eu estaria mentindo. E mais, tenho de admitir que o que o ajudava mais ainda era o meu corpo, que se encaixara perfeitamente nele.

E tudo aquilo somente piorou ainda mais a minha situação.

Sai do provador, e me deparei novamente com Sophie. Daquela vez, de fato, eu perdi o ar.

–Soph... – sussurrei, levando as mãos a boca.

–O que...? MEL, VOCÊ ESTÁ LINDA!

–Já olhou para você?! Você está incrível!!!

E de fato, estava. O vestido que ela estava usando era bem a cara dela mesmo: uma saia cheia, com um tecido branco e fino por cima. Tal com o meu, era tomara que caia, com um corte em coração e trançado na cintura. E mais: também haviam flores douradas aplicadas, e algumas pedrarias douradas que somente desenhavam ainda mais o coração na parte de cima.

Novamente, ela estava radiante, e admito que eu também. Nos olhamos no espelho, ela com um sorriso de uma orelha a outra.

–Será que o Teo irá gostar?

–Se ele não gostar, mando seus irmãos matarem ele. – disse, voltando para ela e sorrindo. – Você está extraordinária.

Sophie voltou-se para mim com os olhos marejados e me abraçou fortemente.

–Oh Mel! Você está agindo como uma mãe agora! Obrigada... – senti alguns pingos caírem em minhas costas.

OK, aquilo havia sido a gota d’água.

–Ai! Mas, vamos fazer os ajustes logo. Ainda tenho muito o que fazer. Dan, por favor. Só não me espete! – ela pediu, vendo-o pegar os alfinetes.

Chegamos em casa já quando o sol estava se pondo. Sophie ainda me arrastou para comprar sapatos e exigiu que eu comprasse sua lingerie para a Lua de Mel. “Te darei depois, apressada”, disse, com vergonha de entrar na loja.

–Pensei que iriam dormir na rua. – Caio disse, deitado no sofá da sala lendo alguma revista.

–Não exagere. Resolvemos muita coisa hoje, não é Mel? – Sophie disse, voltando-se para mim.

–Ahn? – perguntei, sendo tirada de meus devaneios. Aliás, tenho de admitir que desde que saímos da loja de vestidos, estava daquela forma. – Ah, sim, resolvemos.

–Você parece cansada. Desculpa abusar de você.

–Não, sem problemas. Vou subir logo, acho que vou dormir cedo.

–Não vai nem jantar, morena?

–Morena? – Sophie perguntou, franzindo o cenho para o irmão que já estava de pé. – Caio, mais respeito, ela é a namorada do seu irmão.

–Eu desço mais tarde para comer. Até! – eu disse, já na escada.

Alcancei o quarto e fechei a porta as minhas costas. Suspirei ruidosamente, escorregando até o chão e enterrando a cabeça entre as pernas e meus braços abraçados aos joelhos. Podia ser coisa da minha cabeça, mas estava sentindo ânsias e um gosto amargo na boca.

Você está agindo como uma mãe agora! Obrigada...

Não, eu não merecia aquilo. Eu sabia disso. Tudo aquilo era uma farsa, uma mentira. Mas... o que eu sentia por aquelas pessoas era real, até mesmo pelo Jon! E, assim, eu não achava justo fazer aquilo com elas.

Para minha surpresa, a porta do banheiro foi aberta e mais uma vez Jon saiu de lá somente de toalha. “Deve fazer isso para me provocar...”

–Melanie? O que faz ai? – ele perguntou, visto que eu ainda estava no chão.

Fitei-o, como se quisesse ler sua alma. Ele realmente parecia preocupado comigo. Ergui-me do chão e aproximei-me dele, a porta abrindo um pouco quando me desencostei da mesma.

–Eu estava pensando, Jon. E percebi... que não aguento mais.

–Não aguenta mais o que?

–Essa mentira toda! – exaltei-me. – Eu me sinto... uma hipócrita fazendo tudo isso. Eu não acho justo com seu pai, com sua irmã... Eu não acho justo comigo! Desculpe se eu não pude te perdoar ainda mas... eu não vou continuar fingindo para eles.

–O que quer dizer com isso?

–Eu quero dizer... que ou a gente assume um namoro sério... ou eu vou voltar para o Rio de Janeiro, me entregar para minha tia e cavar minha própria cova.

Jon realmente parecia surpreso. Até eu me sentia surpresa para dizer a verdade! Ele desviou o olhar, suspirando, e aquilo me frustrou um pouco. Ri baixo, escondendo aquilo.

–Não vai falar nada? – perguntei, desafiando-o.

–Você estava achando... que eu iria te impedir de ir?

Aquilo me chocou. Minha mão coçou, ameaçando dar-lhe um tapa.

–Sinceramente... sim... – disse, meus olhos marejando.

–Realmente parou com as mentiras...

–Eu não quero mais ter de mentir. Para ninguém. – lágrimas escapavam de meus olhos, molhando minhas bochechas.

–Certo. – ele disse, aproximando-se mais. – Então, eu vou parar de mentir para mim mesmo também.

Jon se aproximou de mim e selou nossos lábios num beijo.

Era meu primeiro beijo, mas não era o primeiro dele.


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Notas finais do capítulo

Entãããããão, o que acharam do kiss??? kkkkkkkkkk
Aguardo coments ;)
Até =D