Reprise Sa Chanson... escrita por Very Happy


Capítulo 18
Cap. 17: Sempre


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Então, um cap pra comemorar o INICIO DAS FÉRIAS (que começaram a uma semana, mas quem se importa) !!!! *dança loucamente*
Bem, mas, ainda assim, não estou tãão feliz. Estou sentindo falta de comentários :/ Tipo muita falta mesmo.
Logo, minha meta são 2 coments nesse cap. Só assim postarei o próximo (que provavelmente não será postado na semana que vem , pois vou viajar), blz?
Então, boa leitura marujos! =D



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Abri meus olhos depois de mais um trovão quebrar no céu. Em plena 02:30 eu ainda não havia dormido direito. Vencida, sentei-me na cama e mordi a ponta do polegar. Não gostava de chuvas. Não gostava desde... desde... (suspiro). Logo, mais um clarão cortou o céu, fazendo-me juntar minhas mãos sob os ouvidos enquanto mais um estrondo me assustava. Certa de que não iria mais dormir, levantei-me da cama e segui para o banheiro.

Olheiras já começavam a se formar por baixo de meus olhos. Mais um clarão. Mais um estrondo. Mais medo. Não, eu não iria conseguir dormir. "Pelo menos, não sozinha", pensei. Novamente mordi o polegar. Sabia que isso ira me fazer sentir uma idiota no dia seguinte... Mas, fazer o que?

Fui até minha cama, peguei meu travesseiro e segui para a porta. Abri-a devagar e segui pelo corredor até a porta de saída. Parei em frente a ela e dei um longo suspiro. "Será que isso vai ser tão vergonhoso?", pensei, enquanto girava a maçaneta e saia pelo corredor. Andava bem devagar, mas acelerei o passo quando mais um clarão rompeu o local. "Melhor vai ser se ele bater a porta na minha cara...", pensei, enquanto levava minha mão a maçaneta. Sim, a maçaneta, porque aquela criatura nunca trancava a porta. Sério.

Girei-a e logo ouvi a porta destravando. Adentrei o local e voltei a fecha-la. Me virei e admirei o local. Um bagunça, como sempre. Logo, mas um clarão veio, fazendo-me escorregar pela porta e me encolher no chão. O estrondo foi tão alto que eu senti um arrepio correr pela nuca.

Estava lá encolhida quando eu notei pés ao meu lado. "Droga...", pensei, enquanto erguia a cabeça devagar, deparando-me com um Jon confuso.

– Boa noite. - murmurei, levantando-me e tirando as mãos dos ouvidos.

–Boa madrugada... - respondeu, sorrindo. - O que faz aqui? Pensei que eu era o culpado por você acordar cedo.

– Também. É só que... eu não gosto de chuvas. Mais especificamente, de trovões.

Jon sorriu (provavelmente achando graça) e cruzou os braços.

– Então, presumo que veio pedir para dormir comigo, estou certo?

– Infelizmente... sim. - admiti, abaixando a cabeça de vergonha. - É um medo idiota mas...

– "Todos os homens têm medo. Quem não tem medo não é normal."

Fitei-o, surpresa.

– Espera.... Jean-Paul?

– Exato, pequena - assentiu, bagunçando meus cabelos. - Aonde quer dormir?

– Opções...?

– Bom, sofá, quarto de hospedes e... meu quarto.

Corei violentamente, enquanto mais um trovão quebrava no céu. Mordi o lábio inferior, envergonhada.

– Não sei... Quero companhia, mas não precisa ser... tão próximo.

Jon começou a rir. Primeiro, um riso baixo, que depois foi aumentando até virar uma gargalhada.

– Para Jon! Está me deixando sem graça! - aumentei a voz, dando-lhe um tapa no braço.

– Ai, ai... Desculpa. Só que... - Tossiu. - achei muito engraçado isso.

– Ok, ok. Mas... então? Aonde eu durmo?

– Faz o seguinte: vai pro meu quarto que eu já vou.

– Mas...

– Vamos Melanie.

Bufei e segui para onde pediu, mas novamente, acelerei o passo quando um clarão cortou o local. Ouvi as risadas de Jon ao longe, mas não voltei para conferir.

Parei na porta do quarto, mais um vez corando. O quarto dele estava uma bagunça! Mas eu que havia ido ali, então não podia reclamar. Logo me aproximei da cama e me deitei nela, cobrindo-me com o cobertor que lá estava. Respirei fundo, sentindo aroma dele partindo do cobertor até próximo do meu nariz. Nossa, como era bom.

Fui bruscamente interrompida de meu momento "adolescente" quando um colchão caiu no chão ao meu lado. Voltei para Jon, que estava forrando o mesmo. Senti-me constrangida.

– Você vai dormir ai? - perguntei, sentando-me na cama.

Ele olhou para mim e sorriu.

– Não tem problema. Aliás, prefiro dormir aqui; é bem melhor do que dormir em um cama cheia de molas.

Achei um tanto fofo o jeito como ele tentava me convencer sobre dormir onde estava. Logo, voltei a me deitar e a fitar o teto, enquanto ele fazia o mesmo.

Ficamos um tempo em silêncio. O único som que se ouvia no ambiente era o forte ruído da chuva batendo na janela. Lembrava-me um pouco do agitado dia que tivemos. Mas, obviamente, o que mais me perturbava era o fato de minha tia estar aqui.

Quem sabe fizesse bem para Helena.

"Se fazer bem é deixa-la preocupada...", pensei. Minha tia é doida. Tão doida que eu nem sei a que ponto ela pode chegar. Já a vi tramar a demissão de uma professora só porque minha prima Rose havia tirado nota baixa em uma prova.

Ah, a querida Rose... A filha mais amada pela minha tia. Coitado dos meus outros dois primos... Ela era a cara da minha tia: loira, olhos acinzentados, lábios finos, quase imperceptíveis; e uma pele com cheiro de amoras. E a personalidade: igual a da mãe.

Meus pensamentos foram interrompidos quando mais um estrondo me assustou. Puxei o cobertor até o pescoço, num ato quase involuntário.

– Você não está com medo só da chuva, está?

Me virei para Jon, que ainda fitava o teto.

– Não - sussurrei.

Ele girou os olhos e mirou meu rosto. Sua expressão era indecifrável.

– Como ela é?

– Pior do que se possa imaginar...

– Do que ela é capaz?

Fitei-o.

– Isso é o que me preocupa. - fiz uma pausa. - Nem eu sei na realidade.

– Ela chegaria ao ponto de... te matar?

Senti um arrepio correr pela espinha. Não havia pensado por esse lado.

Sentei-me na cama e passei os dedos pelos meus cabelos. Eu estava com medo. Muito medo. Matar? Ela seria sim... Eu só não sabia como, nem quando; se seria somente a mim, ou aos que estavam próximos a mim também...

– Desculpe... - Ouvi Jon sussurrar,enquanto sentava-se na minha frente.

– Não, você está certo. Querendo ou não essa é uma das possibilidades. Minha tia é louca!

– Bom, então, o que nós vamos fazer?

– Nós? - fitei-o, surpresa. - Não, não tem essa de "nós", Jon. Se esse "nós" existir, você vai para o mesmo buraco que eu. E eu... não quero isso...

Ele ficou um tempo em silêncio, e eu também. E, depois de um longo suspiro, eu continuei:

–E, a propósito, vamos terminar com esse "nós" agora. - falei, levantando-me. - Eu vou...

– Melanie, - Jon me interrompeu. - eu não sei se você percebeu mas eu já estou envolvido. Isso pode ser a coisa mais clichê do mundo, mas é a mais pura verdade. E, mesmo que você não queira, - ele levantou-se. - eu vou ficar junto com você.

– Ok, mas quem vai te proteger?

– Tenho minhas fontes... - Sorriu.

– Ah, agora você virou um maloqueiro? - Cruzei os braços.

– Não. Mas é sempre bom ter uma garantia - Ele bagunçou meus cabelos de novo. - Agora, fica aqui. Se você for embora, eu vou ficar no seu pé e vai ser pior.

Dei um longo suspiro e sentei bruscamente na cama.

– Tá. Mas saiba que este é um caminho sem volta... - Falei, com a voz mais macabra que eu consegui.

– Eu topo esse desafio. - Deu uma piscadela e um sorriso suspeito.

– Idiota - Falei, enquanto me deitava de me cobria.

Virei para o lado e fechei meus olhos, com uma boa sensação. E, antes que ela se desfizesse, eu senti algo tocar minha bochecha. Algo que me fez abrir os olhos surpresa, enquanto via Jon se deitar, sorridente.

– Boa noite, Mel. - Sussurrou.

Passei a mão aonde ele me beijou, levemente corada.

–Boa noite, Jon - Respondi, com um sorriso leve passando despercebido pelos lábios antes de cair no sono, este que surgiu de forma mais rápida que pensei ser possível naquela noite.



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Notas finais do capítulo

Então, onde estão meus amados comentários? *.*