Reprise Sa Chanson... escrita por Very Happy


Capítulo 17
Cap. 16: Surpreendente


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Como prometido, mais um cap ^^ Obrigado pelos comentários, me animaram bastante ^.~
Espero que gostem!
=D
ps: o gif vale pra primeira parte do cap, ok?
pss: Não sei se vou postar esta semana, ok? Tenho um projeto pra apresentar, e ele requer tempo, logo....



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Seria meio difícil dizer como eu levantei aquela manhã... Ou talvez como eu cai.

–Droga... - falei, levantando-me e seguindo para o banheiro.

Depois que eu e Jon saímos do banco, seguimos direto para casa. Cada um para a sua própria casa, ok?! Enfim, não nos falamos muito durante o caminho. Acho que pelo choque da alta quantia da herança. Uma alta quantia mesmo. Não fazia ideia do tanto que a empresa dos meus pais poderia render.

Depois de fazer minha higiene matinal, segui para a cozinha. Peguei uma torrada no vidro e logo ouvi a campainha tocar. Já sabendo quem era, abri a porta e voltei para cozinha, ainda mastigando a torrada.

– Bom dia. - Jon disse, sentando-se na bancada (o que é super normal!).

– Bom dia. Por sua culpa, ando acordando cedo... - falei, colocando suco em um copo.

– Isso é bom. Acordar cedo é realmente muito bom...

Revirei os olhos, enquanto me aproximava dele.

– Quer café?

– Já tomei. - ele disse, simplesmente. - Na realidade, eu vim aqui por causa...

–... da herança. - Completei a frase óbvia. Dei um longo suspiro, enquanto fitava o nada. - Estou tão confusa quanto você. Sabia que eles tinham um bom negócio, mas nada deste porte...

– Bom, você não conviveu muito com eles. Então, eu não te culpo.

– É, mas ainda não faz muito sentido...

Jon ficou calado por um tempo, pensativo.

– Você não acha que eles... Sabe... Faziam algo ilegal ou algo do tipo?

Me virei pra ele, irritada. Rapidamente, grudei uma torrada em sua testa, fazendo-o recuar.

– Ok, ok. - ele disse, tirando a torrada da testa e passando o dedo no local, para colocar logo em seguida na boca - Geleia?

– Jon!!

– Ok. Mas, se você não sabe como eles conseguiram tudo isso, então que outra saída teríamos?

– Eu não sei! Só sei que eles não fariam isso... Pelo menos eu acho que não...

– Bem, vamos esquecer essa hipótese.

Bufei e segui para a sala com meu copo de suco em mãos. Sentei-me no sofá e então reparei no telefone.

– Quantas horas? - perguntei.

– São umas 9:30. - Jon disse, aproximando-se. - Porque?

– Tenho que ligar para alguém... Que eu não liguei ontem. - falei, lembrando-me dela.

– Quer que eu saia?

– Não, é... Bem, eu estou em dívida com essa pessoa. Acho que visita-la seria melhor.

– Então, quer companhia?

Fitei-o, pensativa.

– Bom, você já sabe de metade da minha vida... - Dei de ombros, levantando-me.

– Aonde vamos?

– Recomendo que você coloque uma roupa mais... Adequada. - disse, reparando em sua calça surrada. - A pessoa que vamos visitar é meio exigente.

– Hum... Tudo bem. Te espero no elevador. - ele disse, saindo do apartamento.

Voltei ao meu quarto, sorrindo. Como aquela criatura era relaxada...

...

– Você demorou uma década. - Jon brincou, já dentro do elevador comigo. De fato, ele tinha se arrumado melhor, vestindo agora uma blusa social e uma calça jeans.

– Desculpe, senhor apressadinho. - Falei, enfiando meus fones de ouvido (presente do Romeu) em minha bolsa.

Saímos do elevador e seguimos para a porta. Bom, pelo menos eu tentei seguir para a porta, até o momento em que o Romeu me puxou.

– O que foi?

– Venha comigo. Tenho algo que é mais rápido que um taxi...

Estremeci, enquanto ele me puxava para a garagem. "Não! tudo menos o...", pensava, enquanto andávamos por aquele lugar abafado. E então, ele parou.

– Te apresento meu mascote. - Disse simplesmente.

"É, estava certa.", pensei, admirando a moto a minha frente.

– E-Eu não vou andar nisso... - Falei.

– Vamos, Mel. Não é tão ruim. - Disse Jon, montando nela.

– Sério, Jon, eu tenho trauma de motos.

– Jura?

– Juro.

– Melhor ainda. - ele disse, saindo da moto e vindo até mim com um sorriso suspeito.

Meu primeiro ato foi o mais óbvio possível: correr. Que bom que eu estava com sapatos fechados. Entretanto, a minha corrida não foi de toda a melhor, visto que Jon, sem nenhuma dificuldade, me pegou pela cintura e me arrastou até a moto.

– Jon, para! Sério! Não! - Falei, tentando ser o mais firme possível. O que na verdade era impossível, visto que ambos riamos.

– Vamos, Mel. Ela não morde.

Ele me soltou na frente dela, e voltou a monta-la. Eu cruzei os braços e bufei, irritada... E vencida.

– Se você andar muito rápido, - Apontei o meu indicador para ele com ar claramente ameaçador. - eu te mato.

Jon ergueu os braços, enquanto visivelmente segurava o riso. Eu dei a volta na moto e montei nela, apoiando-me nos ombros dele.

– Se sentir medo, não me importo se me abraçar, viu gracinha? - Debochou, colocando o capacete.

– Calado! - Exclamei, colocando o meu.

–Hey, tive uma ideia: Me dê seu celular.

Vasculhei minha bolsa e procurei o aparelho. Assim que o achei, entreguei a Jon, que conectou os fones e procurou por uma música qualquer.

– Tome. - Me entregou um fone enquanto colocava o outro no ouvido por baixo do capacete. Enfiei o fone em meu ouvido, tendo dificuldades por causa do capacete. - Agora, curta a música e divirta-se no passeio.

http://www.youtube.com/watch?v=FG1NrQYXjLU

Ele deu o play na música e rapidamente acelerou a moto, obrigando a segurar em sua cintura... E a gritar.

– Seu louco! - Gritei, enquanto saímos do estacionamento.

Por mais que a moto fizesse um barulho um tanto alto, era possível ouvir as risadas de Jon.

Atravessamos várias avenidas rapidamente, desviando dos carros. De vez em quando ( e garanto que de propósito!), Jon andava em ziguezague entre os carros, o que me fazia querer mata-lo.

– Para onde vamos? - O ouvi gritar.

– Para o hospital mais próximo!

Mais uma vez, ele acelerou, e seguiu para o típico hospital azul e amarelo.

...

– Meu cabelo deve estar uma droga. - Resmunguei, descendo da moto e tirando o capacete.

– Ele está como sempre, Mel. - Jon disse, impaciente.

Arrumei minha roupa e mirei o hospital. A sensação de felicidade se esvaiu de mim tão rapidamente quanto ela veio.

– Quem viemos visitar? - Jon perguntou, colocando as mãos nos bolsos.

– Helena... - Respondi, entrando no hospital com Jon ao meu encalço.

Seguimos para a recepção, onde me identifiquei e eu e Jon recebemos os crachás de visitas. Pegamos o elevador mais próximo e logo apertei o terceiro andar, enquanto Jon permanecia quieto.

– Esqueci as flores... - Suspirei.

– Acho que ela não vai se importar.

O fitei com surpresa.

– Helena... é a sua mãe, não é? - Perguntou de repente, fitando o nada.

Encarei a porta no elevador, enquanto ela se abria.

– É.

Seguimos pelo corredor, até o quarto 549. Novamente, senti aquele mesmo nervosismo de sempre. O de abrir a porta e ver minha mãe naquele cama, pálida e com a expressão sem vida. Todas as vezes que eu ia ali. Já havia se tornado um ritual: Ver ela e chorar quando eu chegasse em casa, lembrando os bons momentos que passamos juntas.

Espantei esses pensamentos enquanto adentrava o local. E então me lembrei de Jon. Me virei e fitei seus olhos castanhos, agora confusos.

– Não se assuste. - murmurei.

Ele assentiu, como quem compreende um problema. Respirei fundo e abri a porta. Quase fiquei cega pela claridade daquele quarto. Assim que meus olhos voltaram ao normal, focalizei Helena, que me pareceu ainda mais pálida do que antes. Mordi o lábio inferior e me aproximei da cama, com Jon atrás de mim.

– Oi mamãe. - falei, abrindo um sorriso torto. - Ahn, esse é o Jon, um amigo meu. - Apresentei, puxando Jon pelo braço para próximo da cama. Ele parecia atordoado.

– Olá... Dona Helena. - Cumprimentou a mulher em sua cama de hospital, coçando a nuca. - É um prazer conhecê-la...

Sorri, achando um pouco de graça no desconforto de Jon. Ok, isso é cruel. Mas é porque ele ficava bastante fofo daquele jeito.

Ficamos em silêncio durante um tempo, fitando-a. Jon logo relaxou e disse:

– Você se parece bastante com ela.

Me virei para ele e sorri, vendo que ele também sorria.

– Meu pai me dizia isso também...

Logo ouvimos a porta abrir. Dr. Thiago surgiu através dela examinado alguns papéis numa prancheta. Não demorou muito, e ele notou nossa presença, sorrindo.

– Olá Melanie. - Cumprimentou e se voltou para Jon. - Olá... namorado da Melanie.

– Ele não é me namorado. - Expliquei de imediato.

– Oh. Então, olá futuro namorado da Melanie.

Enrubesci enquanto Jon ria.

– Olá. - Respondeu, apertando a mão do Doutor.

– Então, como ela está hoje?

– Acho que está bem... Mas me parece mais pálida...

– Isso é normal, Melanie. Infelizmente.

Balancei a cabeça, tentando esquecer aquilo...

– Bem, temos alguma novidade? - Desviei de assunto.

– Era exatamente isso que eu estava vendo... Estava analisando a papelada dela e pelo visto ainda estamos na mesma. Mas não é razão para perder as esperanças, Mel. - Me tranquilizou com um sorriso.

Retribui o sorriso e voltei-me para minha mãe.

– Já volto... - Sussurrei. Me virei para Jon, que tinha um sorriso mínimo nos lábios. - Vou falar com o Doutor e já volto. Se importa de ficar aqui?

– Sem problemas.

Sorri e acenei para Thiago, que abriu a porta para mim. Saímos da sala e permanecemos no corredor.

– Bem, - Respirou fundo - quais são as perguntas?

– Dr. Pedro.

– Ah... Supus que era isso. - Coçou a nuca.

– O que ele decidiu?

– Bem, ele não voltou atrás, Melanie. Mas, saiba que eu estou fazendo tudo o que está ao meu alcance para persuadi-lo.

Dei um longo suspirou, e mordi o lábio, pensativa.

– Ele já disse quando pretende... Matar minha mãe?

– Melanie, calma. Ele é um médico...

– Tá, desculpa. É que eu estou querendo mata-lo.

Thiago me fitou, surpreso.

– Bom... Ele não deu uma data em específico. E acho que não vai dar tão cedo.

– Porque?

– Porque felizmente, pelo menos para nós, ele não pode tomar essa decisão sozinho. A uma série de questões que ele tem que resolver e tudo mais...

– Isso é bom...

– Sim... Mas ainda existe a chance.

– Pelo menos aumenta a esperança.

Thiago sorrio, terno.

– Que bom ouvir isso.

Sorri também, e logo me lembrei de Jon.

– Bem, eu tenho que ir. Vou ver se venho amanhã também.

– Ok. Traga seu nam... futuro namorado.

Cerrei os olhos, enquanto adentrava o local. Encontrei Jon sentado perto da cama, olhando os papéis de minha mãe. Logo, ele se levantou e se aproximou de mim, sorrindo.

– Resolvido?

– Hu-hum. - Concordei. - Já quer ir?

– Pra mim, tanto faz. Pelo menos ela fala menos que você...

Dei um leve tapa no braço dele, enquanto Thiago ria.

– Viu? Isso é amor! - Disse - Agora, vão. Vamos fazer uns exames hoje e qualquer coisa te ligo.

– Ok. - disse, aproximando-me da cama. Inclinei-me e dei uma leve beijo na testa de minha mãe. - Tchau, mamãe.

– Tchau, Dona Helena. - Jon disse, acenando.

Saímos do quarto em direção ao elevador. Minhas mãos já haviam parado de suar, o que era muito bom...

– Melanie! - Ouvi Thiago gritar. Eu e Jon nos viramos rapidamente, enquanto ele se aproximava. - Esqueci de lhe falar... Ontem sua mãe recebeu visitas.

Pisquei algumas vezes, tentando digerir o que ele disse.

– Visitas? De quem?

– Da sua tia. Sabe, eu não sabia se podia deixa-la entrar, devido aos problemas entre vocês; mas, resolvi deixar. Quem sabe fizesse bem para Helena.

Ok, eu admito. Depois do "tia", e não ouvi mais nada direito. "Ela já está aqui...", pensei, temerosa.

– O-Obrigada por me avisar. - disse, abrindo um sorriso mínimo.

– De nada. E... Você está bem?

– S-Sim. Só com... dor de cabeça. Obrigada. Vamos Jon.

Me virei e segui para as escadas, em passadas rápidas. "Que droga, ela já está aqui!"

Ela está vindo atrás de você.

Meu coração parecia que iria sair pela boca.

Ela está louca!

Ela nunca havia sido normal! Quem dirá agora.

E fará de tudo para ter sua herança...

– Melanie! - Ouvi Jon gritar, enquanto me puxava.

Um carro passou buzinado a minha frente, enquanto eu voltava a realidade. Já estava fora do hospital, com Jon me segurando pelos braços...

–Eu... Eu... - Comecei, ofegante.

Jon parecia confuso. Ele me olhava, preocupado. E, num ato de impulso, eu o abracei.

–Eu... Estou... Com medo.

Jon retribuiu o abraço, enquanto uma lágrima silenciosa rolava por minha face.



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Notas finais do capítulo

=D