Reprise Sa Chanson... escrita por Very Happy


Capítulo 11
Cap. 10: Começo part. 2


Notas iniciais do capítulo

Oieee gente!
Senti falta de vocês. Fazer prova 2 semanas seguidas não é legal >
Mas enfim, demorei a postar, eu sei; mas, para quem leu as notas do cap. anterior viu que eu iria postar só fim de semana que vem. Logo, me adiantei ><
Espero que vocês gostem!!!
=D



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A coragem é para poucos. E os poucos corajosos, revelam sua face.


Seu rosto ainda permanecia igual, exatamente igual. Nada havia mudado. Senti um calafrio correr por minha pele. Queria correr para ele e perguntar o que ele estava fazendo aqui. Mas, simplesmente não pude. Afinal, quando dei por mim, ele já havia ido embora.


Acho que eu passei uns longos minutos por ali, fitando o nada. As pessoas que passavam já começavam a me encarar. Joguei minhas coisas dentro da bolsa e segui para o cinema, acanhada. Localizei Jon rapidamente e me aproximei dele mais rápido ainda.


–Oi. – falei.


–Oi. – ele disse, sorrindo para mim. Mas logo este se desfez. – Esta tudo bem?


Podia ser boa com mentiras mas definitivamente não era boa em “não demonstrar sentimentos.”


–Na verdade... não. Se importa de deixarmos o cinema para outro dia?


–Não, mas – ele saiu da fila e me guiou pelo corredor. – o que houve?


–Nada demais, só... vi alguém que não pretendia ver. – ajeitei a bolsa em meu ombro.


–Poderia saber quem?


–Não adiantaria lhe falar... você não entenderia e... eu não estou nem um pouco afim de contar... “a trágica história da menina de 6 anos.”


Por sorte, arranquei-lhe um sorriso.


–Tudo bem então... – ele disse, e, depois de uma pausa, suspirou.


–O que? – perguntei.


–Queria te levar a um lugar...


–Outro lugar?


–É. Esse é mais perto... Topa?


–Por que não...


Jon sorriu, vitorioso. Eu apenas revirei os olhos e segui o rapaz. Estar com ele de alguma forma me fazia esquecer... os problemas. Inclusive, esquecer a pessoa que vi ainda pouco... Mas, de algo eu tinha certeza: iria descobrir se ele ainda estava ali e porque veio...


–Chegamos. – ele falou, parando em frente a uma loja comum do shopping. – Eu disse que era mais perto...


Jon me guiou para dentro da loja e logo me mostrou os diferentes ambientes existentes ali. Era uma espécie de “templo da música”. No centro da loja, havia uma espécie de palco, talvez aguardando por alguém que tivesse de cantar no karaokê ali ao lado. Num dos cantos, estávamos dispostos vários CDs e DVDs para os mais diferentes gostos. Num outro canto e mais atrás da loja, ficavam os instrumentos para teste e venda. Achei magnifico a organização deles. E, no outro canto, ficavam espalhados pufes e tapetes, esperando por pessoas talvez dispostas a relaxar.


Por mais que eu não... gostasse de música, tinha de admitir que aquilo era incrível. Chegava a ser mágico. Olhei para Jon e vi que seus olhos brilhavam intensamente, o que me fez sorrir.


–Gostou? – ele perguntou, falando um pouco alto por causa do som das pessoas que ali ensaiavam.


–É... – falei, e logo recebi um olhar de reprovação. – Tá, é magnifico.


Ele sorriu, de novo.


–Venha, vou te mostrar um CDs. – ele disse.


Segui-o até a parte de discos e logo ele separou alguns para eu ouvir. Certo, Jon tinha um gosto musical invejável. Ainda mais para uma garota que não entendia muita coisa do ramo. Ouvi os CDs propostos e separei os que eu mais gostei.


–Sabia que você iria gostar da Katy. – ele disse, examinando minhas escolhas.– Confesso que você gostar de Legião Urbana é um pouco... surpreendente; mas acho que isso te leva a ter um bom gosto musical. É um clássico.


–Vai comentar sobre todas as minhas escolhas? – sorri.


–Porque não... – ele deu de ombros. – Se quiser dar uma volta... Tenho que saber seus gostos para te ajudar a gostar da música.


Surpreendi-me. Gostei bastante de me imaginar sentada em um banco qualquer junto a Jon e ouvindo músicas melosas. Sacudi minha cabeça e me afastei dali, antes que corasse.


Andei pela loja como uma criança em um loja de brinquedos. Encantada. E... nostálgica. Por mais que não trabalhasse com música, que não a exercitasse em minha mente, eu entendia um pouco... Entedia a diferença entre um instrumento e outro. E o som magnifico que cada um podia produzir. Entendia a diferença entre uma voz boa e uma desafinada. E entendia o tanto que aquilo me fazia falta...


Dedilhei um dos violinos, lembrando de quando meu pai tocava para mim. Sorri involuntariamente. Escorreguei meus dedos por alguns microfones em minha frente, lembrando-me da doce voz de minha mãe. Sorri mais ainda. E, por fim, eu o vi...




Tão lindo quanto o que tinha no coral. Tão magnético quanto ele. Um piano. Mais especificamente: um Steinway de meia calda. Senti uma pontada no peito ao me aproximar dele. Toquei as teclas e senti algo percorrer meu corpo, fazendo-me retornar ao passado. Um passado muito distante e... feliz.


–Toca piano?


Virei-me, assustada, e vi Jon me encarando, com as mãos nos bolsos. Sorri involuntariamente.


–Já toquei um dia... – voltei a olhar o piano. – Não sei se posso mais...


–Porque não poderia?


–Estou enferrujada.


–Damos uma jeito nisso. – ele disse, aproximando-se. – Sente-se.


A principio, hesitei, mas logo me sentei no pequeno banquinho atrás do piano. Jon sentou-se ao meu lado e tirou uma partitura de uma pasta que ficava em uma bancada ao lado do piano. Examinou-a e depois a colocou em minha frente.


–Tente.


–Eu não lembro muito bem...


–Temos que trabalhar sua memória também, hein? – ele disse, e logo fiz uma careta pra ele. – Vamos, assim...


Jon dedilhou as primeiras notas e confesso que fiquei encantada. O som que saia daquele instrumento era emocionante. Era quase um alívio ouvi-lo novamente...


–Agora você.


Depois de um longo suspiro, eu dedilhei as mesmas notas que ele. Ao terminar, eu o vi sorrir de canto e continuar a música. Assim que ele terminou, eu toquei, desde o começo, e assim continuei a música.


Pra lá e pra cá.


Sorri ao lembrar das palavras de meu pai.


Tecla, tecla, tecla, Mel. Tecla, tecla.


De fato, meu dedos corriam por elas. Mas de uma forma tão segura que chegava a me impressionar. Era bom fazer aquilo de novo. Faziam 10 anos... 10 longos anos sem poder ou querer tocar novamente. E aquilo fez muita falta para mim. Muita mesmo...


E, mal sabia eu, que, a partir daquele dia, a sequência “tecla, tecla, tecla” voltaria a minha vida. Mais rápido do que se imaginava...


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Notas finais do capítulo

Entãoooooo?
=D