Bill estava sentado no chão da sala usando apenas uma causa preta e segurando uma garrafa de wisk pela metade, eram quase dez da manha, não tinha dormido bem essa noite como todas as outras das ultimas semanas, ouviu a porta ser aberta mais não se mexeu.

Andreas: Um pouco sedo pra já estar na metade não é.

Bill: Eu não comecei essa hoje.

Andreas: Eu não sei se isso é bom ou ruim.

Andreas retirou a garrafa da mão do amigo e pôs em cima da mesa.

Andreas: Como foi sua noite?

Bill: Não consegui dormir de novo.

Andreas: E o que fez pra se distrair dessa vez?

Bill: Eu escrevi uma musica.

Andreas: Serio? Eu posso ver?

Bill: Esta em cima da mesa.

Andreas voltou até a mesa e pegou a folha de papel amassada e úmida, as palavras estavam borradas em algum ponto onde as gotas de bebida tinham caído. Era uma letra triste mais muito bonita e levemente perturbadora se você souber a inspiração do compositor.

Andreas: Você faz suas melhores musicas quando está triste.

Bill soltou uma risada seca, quase uma fungada.

Bill: Isso é mesmo deprimente em vista que eu devo ter umas 1000 letras.

Andreas: Bom você passou por maus bocados mais o lado bom é que você se tornou um grande letrista.

Bill: Tem sempre um lado bom não é?!

Andreas: Tem sempre um lado bom. Já ia me esquecendo, estive com o Strif ontem à noite, ele perguntou por você.

Bill: E você respondeu?!

Andreas: Que estava bem na medida do possível já que não pode fazer muita coisa até o promotor chegar a uma conclusão.

Bill: Certo. Ele é um cara legal, ainda devo uma letra pra ele.

Andreas: Ele falou sobre isso, disse pra não se preocupar com isso, o Cinema Bizarre está acabando então eles não vão lançar mais nenhuma inédita.

Bill: É uma pena, eu gostava de algumas musicas.

Andreas: Ele quer permissão pra cantar uma musica do Tokio na turnê de despedida.

Bill: Sério? Qual?

Andreas: Reden eu acho.

Bill: Então ele vai ter que falar com Tom por que eu não compus essa.

Andreas: Bom isso vai dificultar um pouco as coisas.

Bill sorriu ao se lembrar da expressão de desgosto que Tom fazia toda vez que Strif era citado em uma conversa.

Andreas: É bom ver você sorrir sabe, sua cara tem estado péssima.

Bill: Eu tenho estado péssimo.

Andreas: Eu estou com medo, não quero que você fique doente de novo.

Bill: Acha que pode acontecer?

Andreas: É o que parece você tem se comportando de uma madeira tristemente familiar pra mim.

Bill: Eu não me sinto daquele jeito. É diferente.

Andreas: Então aja diferente.

-x-

Jörg: É claro que conheço, sou seu pai.

Tom: Contribuir com seu esperma não faz de você um pai de verdade.

Jörg: E o que você faz aqui então?

Tom: Era você quem queria falar com agente se lembra?! Vim saber o que você quer com isso tudo.

Jörg: Com isso tudo?

Tom: É, você só esta tentando chamar atenção, sabia que eu viria até aqui oferecer alguma coisa pra desmentir o que você disse, o que você quer?

Jörg: Olha só, você ficou mesmo muito inteligente, então é verdade que você tem jeito pros negócios, sabe que tudo é negociável não é?!

Tom: Não, mais eu sei que você é.

A expressão de Jörg mudou de sarcástico para irritado.

Jörg: Pois muito bem, eu quero dinheiro, estou falido e morando nesse pardieiro, é ridículo já que meus filhos são astros internacionais. Eu quero dinheiro e um apartamento de luxo em Londres. Se me der isso eu retiro tudo o que disse para a imprensa.

Tom olhou em volta e soltou uma risada curta e seca.

Tom: Você é tão ridículo.

Jörg: Mais respeito moleque.

Tom riu com gosto dessa vez.

Tom: Respeito? Por você? Essa é muito boa.

Jörg: Pare de desaforos e diga logo, vai me dar o que eu pedi?

Tom: E se eu não der?

Jörg: Então você e seu irmão não vão se ver pelos próximos vinte anos pelo menos, esse processo vai demorar tanto que quando sair a sentença nem se lembrarão mais um do outro.

Tom: Você se acha mesmo muito esperto não é? Acha mesmo que vai conseguir nos manter separados. Você mesmo disse, somos astros internacionais, temos muita coisa ao nosso favor, o que você achou? Que alguém condenaria Tom e Bill Kaulitz? Eu acho que não.

Jörg: Eu não teria tanta certeza se fosse você. Incesto é uma crime grave, e agressão também, acho que pode ser considerado violência domestica já que você é bem maior que seu irmão.

Tom: E se formos condenados, o que você vai ganhar com isso? Absolutamente nada. Nossos bens estão congelados e em caso de condenação iria tudo pro governo, você vai continuar falido e odiado por todos os alemães que ouvirem esse historia.

Jörg: Ainda assim você estaria longe do Bill e lamentaria cada dia por não ter feito a coisa certa, me de o dinheiro. Me o dinheiro e eu digo que inventei as brigas e a armação, que vocês se amam desde sempre e essa palhaçada toda.

Tom: Palhaçada?

Jörg: Acha que eu não percebi, desde pequeno vocês tem esse frescura um com o outro, não sei como meus dois filhos saíram assim, homossexuais, narcisistas, ridículos. A melhor coisa que eu fiz foi me livrar de vocês e de toda essa nojeira.

Tom: Tem razão, a melhor coisa que você já fez foi sumir das nossas vidas.

Jörg: Vai pagar ou não?

Tom: Só em seus sonhos.

Jörg: Então agüente as conseqüências.

Tom: E eu digo o mesmo pra você.

Tom entrou no carro e bateu a porta com força, fez o cainho de volta o mais rápido que podia sem perder o controle do carro, na porta de sua produtora David o espera aflito.

David: Conseguiu?

Tom desceu do carro sorrindo e entrou a David se celular.

Tom: Consegui.