Cheguei bem cedo já conhecia o colégio estudaria, era no mesmo que estudei há dois anos, fiz questão de que meu pai me matriculasse ali era perto de casa e bem o mais importante era onde a Isabella estudava. Passei no Starbucks e comprei um frapuccino de caramelo à base de café e fui tomando no trajeto casa-escola que era bem curto. Apenas três quarteirões. Estava saindo da diretoria com a minha folha de horários quando ouvi passos vindo em minha direção, me virei e deparei-me com a figura alta de um adolescente. Cabelos pretos, olhos verdes, moreno, ombros largos, corpo definido, ao perceber que eu o examinara deu um sorrisinho de lado que devia fazer várias garotas se apaixonarem por ele.

“Oi aluna nova certo?” perguntou ainda esboçando aquele sorriso de lado que estava começando a me irritar.

“Mais ou menos.” Respondi e o voltei a andar em direção ao meu armário.

“Como assim?” perguntou confuso e uma ruguinha apareceu bem no meio de sua testa coisa que eu achei adorável.

“Já estudei aqui antes.” Falei dando de ombros e apertando o passo.

“Prazer James Gordon, mas pode me chamar de James.” Ele falou estendendo a mão em minha direção. Ele tinha estilo eu tinha que admitir meio hispter. Ficava bonito naquele uniforme do colégio o que era meio que uma missão impossível completa coisa que apenas a Isa conseguia realizar. A bermuda azul marinha com a blusa branca com o brasão do colégio ficava até que bem despojada em seu corpo musculoso.

“Sou Lira Grey.” Apresentei-me estendendo a mão para ele. O murmurinho começara e os alunos iam entrando no colégio.

“Então minha querida e bela amiga posso lhe deixar em sua sala?” ofereceu educadamente enquanto ajeitava a mochila nas costas.

“Claro.” Concordei, não sabia o porquê apenas o fiz. Provavelmente porque não me lembrava aonde as salas ficavam e acabaria chegando atrasada, coisa que se devia evitar quando se chega no meio do primeiro semestre numa escola nova. Abri meu armário despejando alguns dos livros que havia trazido por não saber o meu horário e o fechando em seguida.

“Senior. Bom. Muito bom vamos nos encontrar em várias aulas.” Disse ele enquanto examinava o meu horário. Colocou o braço em cima de meu ombro conduzindo me para a minha primeira aula. Falava alguma coisa sobre as minhas aulas que eu não conseguia prestar atenção. Eu procurava freneticamente minha ‘amiga’.

Eu estava vidrada com outra coisa, enquanto ele falava sem parar. Observava as pessoas que passavam por mim no corredor reconhecendo vários rostos e foi num deles que eu parei para observar. Era o rosto daquela garota. A Garota. Isabella Holmes.

 “Isa.” Murmurei espantada ao ver aqueles olhos verdes após tanto tempo. Ela tinha mudado, estava sentada no colo de um garoto numa posição um tanto (ao menos o que eu julgaria) vulgar e ofensiva já que estamos num colégio, a maquiagem pesada, e ela não tinha aquela áurea santa e pura de antes. O que fizeram com minha Isa? Estava boquiaberta e petrificada. Ela percebeu que estava sendo observada e agora me encarava também.

Pensei que fosse sorrir, pelo contrário em sua face transbordavam dor e raiva. O que me fez reprimir minha vontade de ir correndo e abraçá-la Assustei me jamais a vira daquele jeito. Eu não deveria ter partido, deveria ter ficado, porém agora já era tarde demais. Ela veio andando em passos lentos em minha direção e parou ao ficar de frente para mim.  

“Ora, ora vejamos quem esta aqui de volta?” ela falou cada palavra com estrema amargura, pegou uma lata de refrigerante de um garoto que observava curiosamente nossa interação e despejou todo o conteúdo dele em mim. Agora já atraímos a atenção de vários curiosos de plantão que não tinham nada melhor para fazer.

“Porque você fez isso?” perguntei com os olhos marejados. Eu não pensava que nosso reencontro seria tão catastrófico, no máximo cheguei a pensar que ela me ignoraria, mas humilhação publica jamais.

Ela não me deu uma resposta sequer a única coisa que eu recebi foi um olhar gélido e cortante. Estremeci involuntariamente estava com medo, nunca a vi daquele jeito, pensando bem não a via em dois anos como ela mudara tanto? Abri a boca tentando arquitetar alguma resposta, mas nada eu estava estupefata. Ela esperou por um tempo a minha resposta e ao ver que não receberia uma deu um sorrisinho torto e foi embora.