Érica estava caida no chão, cheguei mais perto ela com certeza estava inconsciente. Olhei para o lado e o menino de gorro estava sentado no chão respirando com dificuldade estiquei minha mão para ele e ele aceitou, eu o puxei.

- O que era aquilo ? - perguntei enquanto colocava a mochila em baixo da cabeça da Érica

- Demonio – disse o garoto com a maior calma do mundo, eu o olhei boquiaberta

- Demonio ? Tá de brincadeira comigo ? - perguntei atonita

- Claro. Adoro brincadeiras do tipo. - senti meu rosto ficando vermelho, quem é aquele muleque para achar que pode falar assim comigo? Imbecil. Olhei em volta e só ai notei que todas as pessoas que estavam no trém nós olhavam assustados, vi uma menininha aos prantos sentada entre um banco e outro, fui ver se estava tudo bem, quando me aproximei e me ajoelhei em sua frente, ela abriu um sorriso sinistro

- Seu tempo esta acabando, querida. TIC TAC TIC TAC – disse a garotinha, junto com uma gargalhada, soltei um grito e peguei minha espada, quando estava quase atacando a menina, a mesma soltou um grito, e todos me olhavam como se eu estivesse ficado maluca, guardei a espada e me joguei para trás, uma mulher pegou a menina e a levou para outro vagão. Respirei fundo e me levantei, meu olho queimava, minha boca estava seca e faltava ar, meu rosto estava vermelho eu podia sentir, meu estomago queimava como se estivesse alguém o rasgando com uma faca, senti uma lagrima escorrendo e a enxuguei antes que alguém notasse. Érica tinha acordado, e estava tentando se levantar, enquanto o garoto de toquinha tentava fazer ela mudar de ideia

- Esqueça – eu disse – ela é muito teimosa. Me ajude a levanta-la e senta-la naquele banco.- apontei para o banco do lado, nós a colocamos no banco. Eu sai para beber uma agua, quando cheguei no bar o menino estava atrás de mim.

- O que aconteceu lá ? - ele me perguntou

- Um Demonio ? - eu disse ironica, ele deu um sorriso amarelo

- Depois. - eu gelei

- Nada – respondi sem pensar

- Você costuma chorar por nada ? - perguntou ele, me olhando no fundo dos olhos

- Sim as vezes. - eu disse, tomei um gole da água enquanto ele me olhava

- Tem certeza ? - eu o olhei e assenti

- Quer água ? - eu disse trocando de assunto, ele deu um sorriso de canto, eu virei as costas e fui em direção ao outro vagão

- Espera, qual seu nome ?

- Daphinnie e o seu ?

- Matheus, mais me chame de Math – fiz que sim com a cabeça e continuei andando, quando cheguei no vagão que estava antes logo avistei Érica, ela estava branca, assustada dava para ver que o que o Demonio disse mexeu com ele, e não é pra menos. O trém parou era nossa estação ela pareceu nem perceber fui até ela e toquei seu ombro, ela deu um pulo

- Chegamos – eu disse, ela levantou de pressa e pegou sua mochila

- Até logo – disse Math para Érica quando ela passou, senti que minha orelha queimou, e Érica me deu uma olhada de canto e saiu, quando eu passei ele abriu um sorriso cinico, eu o incarei por alguns segundos e sai. Essa garoto me da nos nervos. Saimos e ficamos paradas encarando o trém que seguiu seu caminho

- Por qual direção ? - perguntei, quebrando o silencio, ela olhou para todos os lados e ai desviou a atenção para mim.

- Esquerdo – disse ela, começamos a andar e eu estava com um pressentimento que não andariamos pouco, mas fiquei em silencio e ela fez o mesmo.

P.O.V Érica

Estava caminhando em silencio ao lado de Daphinnie com distancia suficiente para nossos braços não se tocarem, eu fazia uma ideia no que ela estava pensando, na verdade conseguia ver nos seus olhos seu desespero, sua insegurança e seu medo, ela era boa em esconder mas eu era ainda melhor em descobrir, pensei em dar uma tregua em nossa guerra mas eu ainda não tinha ganhado, para falar bem a verdade ela estava com pontos a mais. Outra coisa me veio a mente : O demonio. Será que ele mentiu quando falou que sabia onde estava meu pai ? No momento em que ele disse que sabia do paradeiro de meu pai eu até pensei em lavar bolachas e fazer uma parceria com ele, mas lembrei do Dean falava “ Atire primeiro, pergunte depois” e foi o que eu fiz. Eu ainda estava meia zonza acho que quando cai bati a cabeça, estava tudo girando e a nausea não queria me deixar por nada, ainda tinhamos que andar muito para chegar até o acampamento Jupiter, e isso era mais uma coisa que me preocupava, como seriamos recebidas lá ? Sinto que Daphinnie nós colocaria em confusão, ela não é boa em aguentar pessoas duvidando de sua palavra e lá o que mais fazem é duvidar, eu precisava dar algumas dicas, mas agora não estava no clima. Nós estavamos ofegante, podia sentir escorrer suor pelas minhas costas, parei de andar e Daphinnie fez o mesmo

- Preciso de água – eu disse quebrando o silencio

- Somos duas, venha tem uma placa de posto ali. - olhei para frente e realmente tinha, continuei andando, agora só pensava em um copo de água gelada, chegamos na porta da conveniencia do posto e nós entreolhamos, ela entrou na minha frente e foi em direção a geladeira pegou uma garrafinha de água e foi para uma mesa eu fiz o mesmo, estavamos dividindo um salgadinho, Daphinnie não parecia estar ali por completo, seu pensamento estava longe, eu ia tentar puxar papo mais acho melhor deixa-la na dela. Comecei a lembrar de uma das missões de Annabeth que ela pediu carona as Irmãs Cinzentas, lembro que quando Annabeth voltava das missões ela passava a noite me contando suas aventuras, o que eu não me lembrava era como ela tinha feitos as irmãs cinzentas aparecerem, mas eu ia lembrar.

- No que esta pensando ? - perguntou Daphinnie quebrando o silencio e afastando todos os meus pensamentos

- Em uma missão de Annabeth – ela me olhou tentando entender o que isso tinha a ver a com a nossa missão – ela precisava de carona então chamou as irmãs cinzentas – Daphinnie deu um sorriso toda animadinha

- Como não pensei nisso antes ? - ela disse, virei os olhos – já ouvi sobre elas em uma aula de Historia no colegio. Mas qual a frase mesmo que chama elas ?

- Eu não me lembro – eu disse, Daphinnie colocou a mão no pescoço em baixo do cabelo e virou a cabeça por um segundo para trás, me olhou e deu um sorriso, tirou 10 reais da mochila e soltou sobre a mesa e foi ate a estrada, soltou uma coisa que brilhava muito no chão

- Stêthi. Ô hárma diabolês! - ela olhou para mim, e eu levantei virei para trás por um segundo e ouvi um pneu cantando, quando me virei vi um carro preto com tiras das sombras. Fiquei encarando o carro e pensando como ela sabia e eu não ? - Érica vamos logo – eu a obdeci e fui em direção ao carro. Nós entramos e o carro começou a andar.