A Mensagem Do Mestre escrita por Roberto Machado


Capítulo 6
Capítulo Cinco A mensagem do mestre.


Notas iniciais do capítulo

Leiam, favoritem e comentem minha história :D



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Capítulo Cinco
A mensagem do mestre.
"Ichiibar está morto” essas palavras, impostas juntas, na ordem que Duncan haviam colocado foram mais do que o suficiente para chamar a atenção de todos na cabana. A velha Madame Neustâcia quase teve um ataque nervoso ao ouvir a afirmativa de Duncan. Como tinha em mente que seu amado Ichiibar é um dos maiores magos do planeta, Neustâcia não acreditou diretamente nas palavras de Duncan:
–Quando eu o conheci... Não fazia nada da minha vida... – Ela disse contida – Para que pudesse conquista-lo... para que pudéssemos estar no mesmo nível, eu dediquei a minha vida miserável a vidência.
Pelos olhos de Duncan, Neustâcia é uma boa vidente, contudo, ela não tinha condições de ser comparada ao grande Ichiibar. A diferença entre eles é enorme.
–Não existe homem neste ou em qualquer outro mundo capaz de matar meu amor!! Neustâcia gritou de maneira um tanto quando
conturbada – Seu moleque mentiroso! Você é um demônio que veio aqui para me contar mentiras!
Dhastan continuava atrás de todos, e observava Duncan calmo como uma pedra, vendo Neustâcia se levantar em uma ira descomunal com uma onde de xingamentos enviados para Duncan.
–Quem foi o maldito?! Quem o matou? – Ela perguntava eufórica se segurando na toalha que cobria a mesa que ela atendia os seus clientes, desvinculando-se com a exclamação anterior.
–Eu não posso dizer, isso não diz respeito a minha vida... – Duncan rebateu, como sempre mantendo a calma – Sem falar que isso são ordens diretas do próprio Ichiibar.
–Como assim não pode dizer! Eu amei aquele homem a minha vida toda! – Ela berrava mostrando os poucos dentes que ainda tinha em sua boca – Tenho o direito de saber!!
–Bem, não fui eu quem o matou, então não tem por que você gritar comigo.
–Como podemos saber? – Dhastan finalmente abriu a boca se impondo na conversa, mas diferente de Neustâcia, ele ainda manteve o tom de respeito com seu mestre – Pelo jeito que você está falando dá tudo a perceber que você o
matou e prefere dizer que Ichiibar lhe mandou guardar segredo sobre isso.
Dhastan era esperto, mas disso Duncan já sabia:
–Não... Isso não é verdade. Até por que no estado que estou agora, nem que eu tivesse o triplo, não, o quadruplo do meu poder, eu seria incapaz de entrar em uma batalha com Ichiibar...
Neustâcia começava a se acalmar, ela se levantou ainda enquanto bufava e foi até um canto e pôs em sua boca uma garrafa de cerveja para que pudesse se acalmar.
–Eu não matei meu mestre, Neustâcia... –Ele afirmou, enquanto puxava de sua bolsa um pergaminho todo amassado, enrolado em si mesmo, e preso por uma fitinha preta- Na verdade, eu creio que antes de morrer, Ichiibar tentou me dizer algo.
Dhastan havia perguntado o que era o pergaminho que Duncan estava segurando.
–Eu encontrei isso aqui na manhã em que Ichiibar morreu. – Duncan entregou o pergaminho para Neustâcia, que abriu de imediato, mas não entendeu bem o conteúdo representado nele:
“O dia em que os anjos me receberem,
Manterei a calma assim como mantive no ato de minha morte,
Eu já vi de tudo, isso cegou meus olhos,
Longe daqui existe uma luz, capaz de escurecer todas as minhas ideias,
Horários confusos, impostos pelo homem,
Ou até mesmo a grande lamina do quadrado perigoso.
Risos de tristeza, lágrimas de felicidade,
Caminhar devagar, sempre,
Anotei tudo em meu diário, pois minha memória é muito fraca,
Milhões de moedas douradas, sem valor, sem mútuo sentido,
Inesperado é quando a minha corrente é mais confiável que minha espada
Nunca amei ninguém como amei Sungai,
Homens são idiotas, com ideias idiotas, e objetivos idiotas,
O meu objetivo é aquilo que me impede de morrer,
Pisar em falso é tão divertido, que meus pés parecem ter vida própria,
Até que a morte nos ocasione,
Rogar pragas sem olhar para baixo,
Antes que os animais se tornem invocados,
Sentirei falta de minha amada,
Egon de Nijiomarite.
Pense de novo, os melhores não estão instintos,
Eu não entendo como cem anos se passam tão rápido,
Riscos de verdade, corre aquele que tentou adquirir a pedra sagrada,
Com suas técnicas magistrais.
Ou mesmo que seja dependendo da mais pura sorte, você deve conhecê-lo,
Respeito muito o calor,
Responsabilidade é algo que não pude me livrar,
Eu não sou um deus, nem menos um demônio
Retido sem pensar.
E o sol foi tampado por uma nuvem de poeira,
Outros astros foram silenciados pelos exércitos da tirania humana,
Destraçaram as bestas vermelhas, sem mais nem menos,
Alternativas aparecendo, amigos desaparecendo,
Violaremos até o último lar inocente, se assim julgarmos necessário.
O luar já não é mais bonito quanto era antes,
Ligações não te sentido algum,
Trazer rosas para mim é como dar poemas para que um cego possa ler,
Azul é a minha cor predileta.”
Neustâcia leu tudo e não entendeu quase nada, ela não tinha certeza se era mesmo Ichiibar que havia escrito aquelas palavras afinal a letra dele era muito diferente daquela que estava ali, mas ela sabia que havia alguns trechos do documento que teriam sido retirados da cabeça de Ichiibar. Ela resolver tirar a dúvida perguntando isso para Duncan:
–Essas palavras estavam escritas em uma pedra por Ichiibar, em uma pedra a anos atrás –Duncan explicava – Eu apenas as transcrevi para esse pergaminho para que pudesse guardar comigo.
–Eu não acredito que Ichiibar escreveu isso... – Neustâcia disse enojada – É só um monte de frases sem sentido algum.

–Eu também não entendi quando vi pela primeira vez, Ichiibar era um homem inteligente, não iria escrever algo que não tivesse nexo – Duncan anunciou.
–Olhe a primeira letra de cada frase – Ele ordenou.
Neustâcia, que ainda não havia se acostumada com o fato de seu amor estar morto, segurava o pergaminho em suas mãos, mas não processava direito as informações que estavam lhe sendo enviadas.
Quando finalmente retornou seu olhar para o pergaminho, olhou o pedaço de papel de cima a baixo reunindo as primeiras letras de cada frase, conforme Duncan havia dito: “O, M, E, L, H, O, R, C, A, M, I, N, H, O, P, A, R, A, S, E, P, E, R, C, O, R, R, E, R, E, O, D, A, V, O, L, T, A.”
–O melhor caminho para se percorrer é o da volta... – Duncan revelou bem devagar – Ichiibar morreu em Sarcália, e logo depois que desvendei esta mensagem decidi voltar todos os meus passos desde então para tentar saber mais dos seus segredos.
–Eu não havia percebido que tinha uma mensagem cifrada no pergaminho – Disse Neustâcia boquiaberta – Por que ele faria isso? Por que Ichiibar deixaria uma mensagem neste texto? Isso se foi realmente proposital...
Duncan falou que não sabia o porquê disto:
–Eu acredito que existe mais algumas mensagens neste texto, provavelmente mais de uma – Disse Duncan com ar muito sério – Olhe a terceira frase do segundo verso. Eu segui o que ela dizia e passei a anotar cada lugar em que passei desde então.
Duncan mostrou o seu bloquinho de anotações com os lugares onde havia passado.
“Então é isso que ele escrevia...” Dhastan finalmente havia entendido. Duncan perguntou a Neustâcia se ela tinha condições de revelar algo que estava presente no texto.
–Seguindo seu raciocínio... Eu acho que sim – Disse Neustâcia, fazendo com que Duncan perguntasse a ela consecutivamente o que era – A última frase do primeiro verso, Ichiibar se referiu a grande Espada de Sungai, uma cidade ruína encontrada na região norte, e o quadrado perigoso que ele diz, é o Labirinto das mil quimeras, que fica na própria cidade.
–Sungai é uma cidade ruína? Perguntou Duncan – Quer dizer que na frase onde ele diz, “Nunca amei ninguém como amei Sungai” ele está se referindo a uma cidade? – Sempre pensei que Sungai fosse uma mulher...
Neustâcia balançava a cabeça levemente desconcordando com Duncan, enquanto ela explicava que Sungai foi a cidade em que Ichiibar Nasceu.
–Contudo, existe mais uma pessoa que ele cita no texto – Duncan indagou apontando para as duas últimas frases do terceiro verso – Você acha que esta pessoa chamada “Egon” é mais uma das amantes que ele possuía?
Neustâcia pensou por alguns segundos até entregar o pergaminho de volta a Duncan. “Mas é claro que ela vai dizer que não, quem iria admitir ter sido traída de uma hora para outra?” Ele previa as falas da velha senhora:
–Ichiibar não ama Egon – Neustâcia rebateu confiante, assim como Duncan previa.
Duncan perguntou logo qual fundamento ela teria usado para tal conclusão:
–Ichiibar escreveu, “Eu sentirei falta da minha amada”, “Egon de Niijiomarite” Existe uma vírgula diferenciando as duas sentenças. Ichiibar disse que sentira falta de sua amada, mas não disse que Egon é a sua amada.
O ponto de vista de Neustâcia começava a ficar visível aos olhos de Duncan, e estava fácil concordar com ela. Contudo, Dhastan que não havia lido o conteúdo da carta estava sem

entender nada que estava acontecendo. Ele chamou a atenção de Neustâcia:
–Me desculpe, mas nós falamos tanto que acabamos nos perdendo do verdadeiro proposito da nossa visita.
–O que quer dizer menino? – Perguntou Neustâcia se contorcendo para poder ver Dhastan que continuava afastado de todos.
Duncan estava tão concentrado em explicar sobre para Neustâcia sobre sua história com Ichiibar, que acabou esquecendo completamente de querer saber o motivo pelo qual a mãe de Dhastan havia pedido que ele fosse com ele até Eldora. Quando Dhastan os lembrou Duncan logo se deu conta de como ele se desligava do mundo quando o assunto era a morte de Ichiibar.
Dhastan explicou que sua mãe, há muito tempo esperava por uma chance de vir até Eldora para ter um encontro com Neustâcia, pois tempos atrás ela mesma havia revelado para a mãe de Dhastan que ela tinha algo que devia entregar a Ichiibar.
–Como Duncan é alu... quer dizer, foi aluno de Ichiibar, pensamos que ele seria a pessoa mais indicada para vir até sua cabana –Dhastan se corrigiu, enquanto Duncan balançava a cabeça constantemente como se já soubesse de tudo aquilo que o jovem Dhastan estava falando.
E em um pisco, a velha Madame Neustâcia se lembrou e identificou-se com as palavras do menino.
–Oh, sim claro! Ela disse lamentando-se de sua memória fraca, e correu em direção a outro dos muito pequenos armários que tinham na tenda.
Neustâcia abria as gavetas vasculhando rapidamente cada uma delas, haviam alguns pacotes, uns envelopes muito empoeirados, até mesmo uma pequena adaga de ferro, que Duncan e Dhastan não sabiam como havia parado ali.
–Nunca se sabe quando vamos precisar... – Ela riu mostrando a arma com uma das mãos, enquanto ainda vasculhava as gavetas.
Quando finalmente achou aquilo que procurava Neustâcia fez questão de gritar “Achei!”, e mostrou para Duncan uma pequena garrafa de vinho transparente, que estava, também, muito empoeirada. Dhastan se aproximou mais de seu mestre, e perguntou o que era aquilo que ele segurava.
–Eu não tenho certeza, mas parece ser uma garrafa velha. –Respondeu Duncan esfregando a garrafa em seu pulso para tirar um pouco do excesso de poeira.
–Abram-na! – Neustâcia ordenou.
Duncan retirou logo o lacre de plástico que prendia a garrafa, e dentro dela, havia uma tira de papel, toda amassada e pintada com uns desenhos estranhos, de cores diferentes.
–Continuo perguntando: O quê é isso? – Dhastan repetiu.
Antes que Neustâcia pudesse ter respondido a pergunta, Duncan logo se pôs a resolver o mistério:
–Parece... Um mapa! Um mapa antigo – Ele olhava com atenção, e o limpava com cuidado para não estragar o papel que segurava.
–Eu sabia que você era aluno de Ichiibar, só pode para ter esta sacação toda! – Neustâcia riu, com certo orgulho.
Duncan não se deixou levar pelo elogio da velha, continuou olhando o mapa, até que seus dedos tocaram em algo digno da sua atenção.
–Espera um pouco, tem... Esse mapa tem uma marcação chamada de cemitério sem túmulos! O antigo nome de Eldora! – Duncan explicava eufórico.
–Significa que tem um tesouro? Aqui perto? – Disse Dhastan, esfregando as mãos uma na outra, com a típica expressão de um Loghaar, a dita família da cobiça.
Neustâcia explicou que neste mapa, era dada a localização de mais uma antiga ambição de Ichiibar: A Set Rune.
–Ele esqueceu isto comigo tempos atrás... –Disse Neustâcia olhando torto para o pedaço de papel.
Duncan e Dhastan que nunca ouviram falar de nada parecido trataram logo de perguntar do que se tratava:
–A Set Rune é a pedra rúnica mais poderosa que existe! Muitos boatos já foram espalhados sobre ela, dizem que ela foi criada por um grande alquimista, mas foi pilhada por inimigos poderosos que não tinham conhecimento sobre o item, então, eles decidiram trancafiar a pedra em um forte secreto... –Neustâcia tentava explicar tudo da maneira mais calma o possível.
–Mestre Duncan, você usou algo parecido quando fomos fazer uma fogueira no vale dos pinheiros, não é mesmo? – Dhastan perguntou.
–Na verdade não... – Duncan o contrariou de imediato – o que eu usei foi apenas pó rúnico, ela é apenas um pequeno derivado da Set Rune.
–Enquanto pó rúnico pode atiçar alguns dos elementos, a Set Rune teria poder suficiente para criar os próprios elementos, com ela poderíamos afundar enormes montanhas, atear fogo em florestas inteiras, e até mesmo criar
terremotos a ponto de varrer uma cidade do mapa – Neustâcia comparava ambos – Ao menos é isso que dizem os boatos.


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