You Belong With Me escrita por FreddieMcCurdy


Capítulo 52
Saindo da jaula.


Notas iniciais do capítulo

Estou numa fase de querer apagar a fic por conta de ter poucos leitores. Então gente, por favor, deixem reviews. Sinceramente? Não vou escrever pra fantasmas. Deixem reviews. Divulguem no facebook, twitter, orkut, façam folhetinhos e colem nas farmácias, padarias, mercados, levem cartazes pros protestos, mostrem pra Globo nos dias de clássico de São Paulo e Corinthians, colem na testa a url da fic. Tá, eu exagero, mas divulguem, vai. Eu perdi muitos de vocês pelo caminho.
Bem, mais um.



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–Saiam.

Fecho meus olhos e escuto o anel no dedo anelar de Marconny batendo na grade, e ele ainda em silêncio. Assim que o olho de novo, um sorrisinho besta aparece.

–Você certamente sabe que é desprezível – abraço as pernas, sentada no canto da cela. - Pode, por favor, dizer o que quer e ir embora? Não tenho escolha a não ser aqui confinada não sei até quando, mas já que estou, quero ficar sozinha.

Marconny também não disse nada. Já fazem três dias que eu estou aqui, recebendo feijão com fritas pelo grandalhão de olhos claros e sobrancelhas grossas por baixo da grade de minha cela, sem nenhuma palavra ser dita. E, de repente, sem eu nem mesmo saber se é dia ou noite, ele aparece e fica vinte minutos me observando sem dizer nada. Eu não aguentei mais, dei um impulso do chão e voei em direção a Marconny na grade, batendo desesperadamente e gritando algo que nunca conseguirei me lembrar. Por mais que fosse impossível de eu atravessá-la, ele se assustou e deu alguns passos para trás, rindo.

–Calma, minha rainha – deu uma piscadela, enquanto me assistia batendo cada vez mais na grade.

–Deixa eu sair! - bravei, com o maxilar travado.

–Calma, amorzinho. Tudo tem sua hora.

–Eu já mencionei que odeio você?

E, quando vi o pequeno sorriso repugnante de Marconny sumir, foi a minha vez de levantar uma sobrancelha e dar as costas para ele, sentando no chão de novo. O nojento suspirou e se jogou na grade de novo, cruzando uma perna na frente do corpo.

–Bom, eu acho que você mudará de ideia agora.

Levantei o olhar, curiosa, e ele arregalou seus olhos de serpente para cima de mim.

–Boa e má notícia. - ele disse, e meu coração gelou. Só voltou a bater de novo quando o vi dando risada. - É brincadeira, meu amor. Eu só tenho uma notícia pra você, agora se ela é boa ou não é você quem pode me dizer, minha princesa...

–Desembucha logo.

Com um ato não muito simples, porém rápido, Marconny abriu a cela e entrou, trancando-a logo em seguida. Se virou para mim, sentando-se no chão também.

–Na nossa última reunião, minha princesa, você se ofereceu para mim. Eu aceito, sim.

–V-Você aceita o quê? - me encolhi.

–Eu aceito a ti, meu amor. Esse é o acordo: eu aceito você, Samantha Puckett, como integrante de um novo grupo profissional que montarei, e...

–...diga a palavra. Quadrilha.

–Não me interrompa. - disse, seco. E continuou, arrumando o chapéu preto em sua cabeça. - Que seja, quadrilha, e você como minha propriedade.

Aquelas palavras me aterrorizaram. Eu seria propriedade dele. Isso queria dizer que...

–Mas, mesmo assim, seus “parentes” continuam aqui, no perímetro do prédio. - fez aspas no ar. - No máximo, um melhor tratamento, e isso é só. Ninguém sai.

Há. Isso só pode ser uma piada. Eu fiz um “pfff” com a boca e me levantei, ficando de pé e em costada na parede. Simplesmente não pude acreditar no que estava ouvindo.

–Espera, é sério isso? Tá legal, tá legal, onde estão as câmeras? - rodei os olhos pela cela cinicamente, e Marconny sorriu e semicerrou os olhos, me fitando como se meu gesto fosse para provocá-lo. - Você não deve estar pensando que...

–Não. Você é que não deve estar pensando que eu vou deixar escapar as únicas coisas que a prendem aqui. Não é tão idiota assim. - ele mordeu o lábio, e eu olhei para o chão. - Eles não vão sair. Não tente argumentar.

–Bem... - suspirei, voltando a me sentar. Preciso tê-lo em minhas mãos para conseguir tirar Freddie e os outros daqui. E ia fazer o que fosse preciso. - Então nada feito.

Marconny não gostou nada disso. Foi como se o clima de brincadeira dele tivesse passado. O monstro, de olhos de serpente e um órgão que só bombeia o sangue para o corpo ao invés de um coração, no sentido literal da palavra. Aquele Albert Marconny estava em minha frente. Ajeitou o chapéu, sussurrou alguma coisa e se levantou do chão, saindo de minha cela. Eu a observava sem dizer nada.

Como se estivesse planejando esse momento há muito tempo, ele apalpou o bolso esquerdo e pressionou um botão.

–Se você é minha parceira, doce Samantha, tem um quarto só para você, uma banheira, comida melhor que essa gororoba que te dão todos os dias e, melhor ainda, seus amiguinhos terão isso também. Não nessa proporção, mas terão. Ou, como minha criada, Samantha, continua tudo do jeito que está.

–Eu mantenho minha posição, Sir Marconny. Eles saem e eu fico ou nada feito. Não há nada que você possa fazer.

Marconny mexeu no ouvido, apertando um botão dentro de sua orelha. O que era aquilo? Um fone? Provavelmente.

–Nos dê uma breve amostra grátis.

Algo começou a chiar de repente. Eu procurei pela cela escura um alto-falante ou qualquer coisa que pudesse transmitir som, mas não consegui ver nada, por mais que eu tentasse. E foi como se alguém tivesse me dado um choque com potência máxima.

O que eu senti? Não sei. Meus olhos se encheram de lágrimas.

“Aaaaaaaaaaaahhh!!! Sam!!!!! Sam, por favor! Não, não! Por favor, pare!!!”

Era a voz dele!! Freddie estava gritando, implorando por minha ajuda!! Será que aquilo era ao vivo?!

–PÁRA! POR FAVOR, NÃO.... - me agachei no chão, colocando os cabelos por cima da orelha, mas mesmo assim aquele som não parava. "Sam, por favor! Aaaaaaaaaaaaaaaaahhhh!!!" - POR FAVOR, FAÇA ISSO PARAR! FAÇA... FAN... FAÇA PARAR!

Eu não conseguia nem distinguir se as lágrimas ainda rolavam de meu rosto quando Marconny fez a sala ficar em silêncio, apenas eu no chão, gritando. Não consegui olhar em seu rosto ou ver se estava rindo. Só fiquei paralisada, esperando que algo acontecesse.

Aquele som. Aquela gravação. Aquela voz simplesmente me destruiu.

–Samantha Puckett, minha princesa. Você aceita minha proposta?

Não conseguia me mexer, mas ainda tinha que parecer estável. Eu tinha que demonstrar que estava bem. Eu não posso deixar Marconny me manipular.

Prendi a respiração por dez segundos, travei o maxilar e coloquei a mão direita no chão para me apoiar e me levantar. Mas, antes disso, movi minha cabeça ligeiramente para cima, fitando aquele monstro com o meu melhor olhar de ódio e fúria. Ele sentiria que aquilo foi uma injustiça.

Aos poucos, meu corpo ficou ereto e eu andei até a porta da jaula de macacos. Marconny sorriu pra mim, abrindo-a logo em seguida, e eu saí. Saí com passos calmos e determinados, subindo a escada e já conseguindo sentir aquele cheiro de podre dos ratos que andavam por aquele porão onde eu tinha passado meus últimos dias. Ouvia os passos de Marconny logo atrás de mim e, quando fui para o andar de cima, outras pessoas também me seguiam. Vários homens dele, provavelmente compinentes de quadrilhas, me vigiando à distância.

Nunca tinha andado desse jeito, sem ser arrastada, por aquela mansão. Eles simplesmente não tinham o receio de eu dar a louca e jogar todo mundo no chão para fugir dali. Eles sabiam que eu ia seguir as ordens. Eles sabiam que eu não ia ousar em fazer qualquer movimento suspeito. Não sei se estou certa, mas isso é, de certa forma, confiança. Confiança é uma vantagem, e é de uma única vantagem que eu preciso para dar o passo adiante e sair daqui, na hora certa.

Ergui a cabeça e entrei na primeira porta que vi. Era um dos quartos que Marconny me ofereceu.

"Se você é minha parceira, doce Samantha, tem um quarto só para você. E, melhor ainda, seus amiguinhos terão isso também."

Essa é a hora. Primeiro, senti o aroma. O primeiro quarto que visitei era todo decorado com quadros de jardins nas paredes, uma cama grande de casal com lençol de seda e travesseiros bem grandes. Ao lado, uma mesinha e com uma grande janela digital. Claro, ele não seria idiota de deixar uma janela lá de bandeja para minha provável fuga.

–Sem nenhuma abertura pra entrar um arzinho, Albert? - disse, baixinho. Ele riu, mas não precisei olhar em seu rosto para perceber isso.

–Essa belezinha é uma herança de família. Algum milionário um dia decidiu que estava na hora de construir uma casa totalmente segura, sem nenhuma abertura para estranhos, apenas uma única saída. Mas, é claro, eu sei que você nem vai tentar sair daqui, não é, meu amor? - sua mão encostou de leve em meus cabelos, mas eu bati a porta do quarto que tinha acabado de visitar e continuei a andar naquele enorme corredor.

–Vou escolher logo um lugar para ficar e tomar um banho. Não aguento mais viver como uma escrava sem nem uma escova de dente. - virei os olhos.

Eram tantos e tantos outros quartos. Tão diferentes um dos outros. Uns com camas de casal, outras de solteiro, uns até com tapetes gigantes bem no centro, mas em geral todos tinham um banheiro. Mas não era isso que eu estava procurando.

Depois de uns vinte minutos que eu apenas abria as portas dos quartos, resolvi enrolar mais ainda aqueles idiotas que ficavam andando atrás de mim e comecei a entrar neles, sentar nas camas e até bater nas paredes para ver se tinha algo oco dentro delas. Tem que ter, tem que ter alguma coisa. Alguma brecha.

E, além do mais, Marconny não tirava aquele sorrisinho da cara. Ele sabia que eu ia descobrir alguma coisa. Ou não?

A porta era branca - diferente das outras. Marconny tirou o chapéu da cabeça e coçou a nuca quando me viu entrando lá dentro. Era um sinal. Tem que ser.

–Eu não vou demorar - resmunguei, e bati a porta.

Dava pra ver que aquele era diferente. De alguma forma, era. Tinha pouca coisa na parede, a cama não era especial e o banheiro era luxuoso, mas sem muitos detalhes. E, ainda por cima, havia uma grande foto de um homem perto de uma poltrona. Era o quarto do anfitrião daquela mansão.

Eu tentei de tudo, até mexi nos livros pra ver se abria uma passagem secreta como nos filmes. Até parece. Não, não tinha entrada. Procurei no guarda-roupa vazio, embaixo da cama, na janela digital. Nada.

Não. Tem que ter.

E, de repente, um perfume caiu no chão, como se alguém tivesse simplesmente derrubado. Sim, aquilo foi estranho. Fiquei um pouco receosa, mas mesmo assim andei até aquele perfume que tinha caído. Era masculino, e tinha a marca 1946 no rótulo. Com certeza, pertenceu à aquele cara da parede. Espirrei um pouco na mão esquerda - até que não era ruim.

Tsc, tsc. Marconny e seus caras estão me esperando lá do lado de fora enquanto estou aqui, testando os perfumes. Sim, estão. Isso me fez rir lá dentro. O que eles devem pensar que eu estou fazendo?

E aí, senti a vontade de olhar para o quadro na parede, mas levei um dos maiores sustos da minha vida - o homem, que antes tinha seus olhos abertos e arregalados olhando para você em qualquer lugar do quarto, agora estavam fechados, como se estivesse desapontado com você de alguma forma. Tive que colocar a mão na boca automaticamente, o que me fez derrubar o perfume de novo e a tampa arredondada sair rolando.

Realmente, meu coração até parou de bater.

De tanto medo, meus joelhos até fizeram "toc" quando bateram no chão de madeira para pegar o perfume do chão, mas as mãos estavam trêmulas e fizeram a tanpa rolar para longe, indo para baixo do guarda-roupas. Mas, olhe, este foi um fato curioso. Aquela mísera tampinha rolava devagar lá para baixo e o barulho ficou cada vez mais distante, fazendo "toc, toc, toc" contínuos, como se estivesse caindo lentamente, e o eco ficando maior.

Metaforicamente, uma lâmpada se acendeu acima de minha cabeça.

–E eu te peguei, Marconny.

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–Escolhi - disse, fechando a porta e cruzando os braços em frente ao corpo. Ele já esperava isso. Marconny levantou uma de suas sobrancelhas e ameaçou um sorriso.

–E quais serão, senhorita? - um de seus homens falou, mas meu olhar não saiu do olhar do monstro.

–O rosa, do corredor três, será o que eu ficarei. Sempre gostei de rosa mesmo - menti, rindo por dentro. Nenhum dos presentes pareceu acreditar, pois olharam para cima e chacoalharam a cabeça. Hilário. - E nesse aqui ficarão os três prisioneiros. Freddie, Harry e Mark Goran.

Marconny suspirou e concordou, se curvando delicadamente para mim como uma reverência.

–Vamos então ao encontro deles - e deu as costas, sendo seguido por todos.

Não imaginei que eu estaria tão perto assim. Foram poucos passos e já reconheci o lugar. Estávamos muito próximos da sala onde estariam os três. Freddie estaria ali. Eu tinha tantas perguntas! Será que eles foram alimentados? Claire abusou de sua posição para atormentá-los? E Freddie não tinha feito nenhuma besteira para me achar? Harry já me perdoou? E... E aqueles gritos de dor que Freddie deu, que Marconny usou para me fazer aceitar a proposta dele? Aqueles gritos de dor que me manipularam, eram reais? Eles o machucaram?

Não deu tempo de pensar em nada, eu fechei a cara e esperei os homens tirarem, um por vez, os três daquela sala. O primeiro que saiu foi Goran, com a calça social já toda rasgada e a boca um pouco inchada. Não tive reação, continuei com o rosto petrificado. Sem emoção.

Em seguida, eles tiraram Harry. Os cabelos encaracolados já aparentavam estarem sujos e crespos, com o rosto marcado da parede áspera que tinha lá dentro, provavelmente por ele ter dormido encostado nela ou algo assim. As algemas claramente machucavam seus pulsos. O homem que carregava Harry o posicionou ao lado de Goran e esperou o último prisioneiro sair de lá para seguirmos para o quarto escolhido.

Foi como se alguém segurasse meu coração com tanta força que ele tivesse que pular do peito para escapar. Não, eu não conseguiria ver seu rosto, ou seu corpo, ou ouvir sua voz. Eu não podia sentir a presença dele, ou ia desabar. Ia deixar as lágrimas me tomarem e passaria de quem fosse preciso para abraçá-lo.

Assim que vi alguém saindo daquela sala, virei para frente e fui guiando o caminho para o quarto escolhido. Está decidido, não vou olhar na cara de Freddie. Não posso.

–Olha lá, ela vai mostrar suas novas acomodações, Mark - Marconny disse, lá atrás, e pude ouvir um gemido de dor. Alguém puxara as algemas tão forte ao ponto da pessoa deixar um gemido de dor escapar. Eles estavam sofrendo muito. - Minha doce princesa agora ficará no ramo dos negócios, isso não é bom? Não é bom, Mark?

Ele nada respondeu, e eu apressei o passo. Achei que, se chegasse lá logo, poderia entrar no quarto sem ninguém me ver e me esconder lá dentro para falar com Freddie sobre a minha suspeita de saída secreta, mas logo um dos capangas dele conseguiu me alcançar e ficar de olho em mim. Eu não ia conseguir entrar lá escondida.

Logo, todos estávamos em frente ao quarto, chegando aos poucos. Harry sequer olhou para mim, mas Goran deu um sorriso fraco. Com meu olhar, queria dizer a ele que eles fugiriam, que eles fugiriam de lá e nunca mais voltariam. Que ele estaria livre em poucos minutos, e Goran aumentou seu sorriso. Talvez ele tivesse entendido.

–E aqui estamos nós - Marconny disse, abrindo os braços para mostrar o corredor. Harry mordeu com força o lábio inferior. - Vão ter vida de reis, acreditem em mim. - e me olhou, se aproximando. - Minha doce Samantha se ofereceu para trabalhar pra mim por essa vidinha que vocês terão daqui pra frente, então não desperdicem. Não é mesmo, Samantha? Eles merecem isso?

Marconny simplesmente veio pra cima de mim, fazendo eu me encostar na parede, tentando fugir. Arregalei os olhos e o fitei, que estava cada vez mais próximo. Ele apertou forte minhas bochechas, me fazendo ficar com um bico, e ergueu uma das sobrancelhas. Lentamente e com cautela, pressionou seus lábios contra minha orelha esquerda, mordendo o lóbulo. E sussurrou:

–Hora do show.

Em seguida, raspou o nariz no meu, levantando minhas coxas para seu quadril.

Sim, eu sabia o que significava. Ele queria mostrar a eles que eu era propriedade dele agora. Que eu estava "me vendendo" para que Freddie, Harry e Goran tivessem aquela vida boa a partir de hoje, automaticamente fazendo os três se sentirem culpados por mim.

Albert Marconny, responsável por tantas e tantas vidas perdidas, ia me beijar. Ele ia me beijar na frente de Freddie, e eu ia deixar. Não só ia deixar como ia cooperar com isso. Ia mostrar a todos os três prisioneiros que a Sam de antes tinha sumido, agora eu sou a nova Sam, que faz parte do time adversário. E, caso eu não fizesse, era capaz de todos nós irmos para a jaula, meu pior pesadelo.

Puxei seu pescoço para mim e juntei nossos lábios, ficando o mais perto dele que eu podia, e tentando me arrumar ali, naquela posição. Fechei minhas pernas na cintura dele, puxando-o com a outra mão pela gola do terno que Marconny usava, e tentando não lembrar que aquilo era um homem já com seus quarenta anos. Um homem nojento e asqueroso. Marconny pressionou mais ainda aquele quadril nojento no meio de minhas pernas e colocou sua língua dentro de minha boca, acariciando com ela meu lábio inferior. É.

Ele apertou com força minha coxa para me colocar de volta ao chão e beliscou de leve meu queixo, se distanciando de mim com um sorriso sacana. Eu também sorri daquele jeito, encarando o chão. Marconny pigarreou.

–Ponham-nos dentro do quarto e tranquem a porta. A alimentação vem em dias alternados e em horários alternados. Andem!

Os capangas já empurravam os três para dentro do quarto quando eu me pus na frente da porta, fazendo todos ficarem com caretas confusas.

–Eu quero um minuto. Só isso. Por favor.

Marconny me olhou, analisando os fatos. Com um empurrão, me tirou da frente da porta e os homens jogaram os três lá dentro - que foi quando vi a camiseta velha de Freddie branca quase preta de sujeira. Eles estavam caídos no tapete quando Marconny me jogou lá também.

–Você tem trinta segundos exatos. - e trancou a porta.

Não tinha tempo a perder; me levantei do chão com rapidez e segurei pela gola da camiseta de Freddie, finalmente olhando em seu rosto. Sua sobrancelha direita estava ensanguentada, com o nariz meio torto e a boca inchada como a de Goran. O meu Freddie, depois de tanto tempo. Depois de tanto sem eu nem mesmo saber se ele estava vivo ou...

–Sam, graças a Deus você está viva! Eu não cons...

–Freddie, shhh! Preste atenção! - falei, cobrindo sua boca. Ele arregalou os olhos, sem entender. - Por favor, preste atenção no que eu vou te dizer. Você vai pegar algo pequeno e duro e jogar por baixo daquele guarda-roupa velho ali no canto esquerdo. - ele virou a cabeça para ver o que eu estava falando, mas eu o segurei pelas bochechas, forçando-o a me olhar. - Presta atenção! Assim que você jogar, vai perceber que ela vai atravessar a parede e começar a cair devagar e fazendo barulho.

–Mas...

–Shh! Atenção! Eu não tenho certeza, mas eu acho que, atrás daquela parede, tem uma escada que leva a... alguma coisa. É por isso que o objeto que eu joguei lá saiu pulando, como se decesse uma escada. Eu vou sair desse quarto e você vai seguir nessa escada até o final, caindo fora desse inferno e conseguindo ajuda. - falei tão rápido que nem tive tempo de respirar, mas isso não pareceu importar.

–Quê?! Não! Eu não vou te deixar! Não tem a menor chance de...

–Tempo esgotado! Saia daí ou os três viram churrasco! - alguém gritou do outro lado da porta.

–Por favor, Freddie. Por favor. Eu não sei onde estamos, mas sei que você vai conseguir achar alguma ajuda. Você tem que achar. Faz como eu disse, segue nesses túneis subterrâneos que eu sei que existem e saia daqui. Leve os dois com você.

–Não... Não! - ele tampou os olhos com as mãos, e eu o empurrei, saindo do quarto. - Sam, não! Sam, por favor!

Freddie bateu com força naquela porta, mas eu simplesmente fiz um olhar de nojo e saí de lá, andando em direção ao quarto rosa, que era onde eu ia ter que passar o resto de meus dias. E a dor me corroeu por dentro.

Era certo que, como uma das residências mais seguras do mundo, segundo Marconny, eu pude deduzir algo que tinha aprendido na sexta série em História. Era coerente a ideia de o dono daquela mansão ter criado um porão contra mísseis nucleares, armas biológicas e tudo que se tem direito para enfrentar o Apocalipse com comodidade naquela época, 1950 ou mais. Os Estados Unidos enfrentavam Guerras. O sr. Phill já tinha comentado isso. Então, se eu não estivesse errada, aqueles túneis de segurança também eram uma segurança contra os furacões e tornados. Se não tivessem esses túneis subterrâneos embaixo dessas casas, não teria como as pessoas sobreviverem. Tinha que ter uma saída no final.

É a única chance de eles escaparem, e eles têm que escapar. Freddie tem que escapar daqui.

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Notas finais do capítulo

Yep, essa casa existiu mesmo. Não sei o nome, mas existiu e o dono foi esperto em criar uma casa com essa segurança. Eu viajei um pouquinho, porém a maioria das coisas é verdade. Depois posto um link pra comprovar.
Se tiver um próximo capítulo, ele vai ser mais ou menos desse tamanho e eu juro que não vou correr com ele. Em uma semana eu posto. *quero ter bandidagem com Sam e Marconny, apoiam?*



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