Eu dei passadas rápidas do banheiro até meu quarto, segurando a toalha enrolada no corpo. Pude ver que Freddie deu uma risada na sala, mas ignorei e tranquei a porta assim que entrei. O vestido azul já estava em cima da cama, foi só deslizá-lo em minhas curvas (não que eu tenha muitas delas). E os cabelos, escovados por Carly há algumas horas, estavam incrivelmente grandes e lisos.

-Posso entrar? – Freddie deu três batidas na porta.

-Só um minuto. – sorri, de leve. E, em poucos segundos, já tinha posto o sutiã, a calcinha e o vestido estava prestes a entrar no meu corpo.

Foi quando tive uma ideia, que seria hilária. Não estava provocando Freddie nesses últimos dias, mas hoje seria como atiçar o leão com carne fresca. Ele estava louco, mais do que o normal. Destranquei a porta com um clique e gritei para ele entrar.

Não dá para descrever minha sensação. Eu estava com vergonha, muita vergonha, mas a vontade de ver a reação dele era maior. Hoje, o moreno usava uma calça jeans, como sempre, e camiseta cinza. Por cima, um moletom aberto. Estava irresistível. Eu, no caso, tinha uma lingerie preta super simples para ir pra festa, mas não diminuiu em nada minha “sensualidade”. Valorizava cada pedacinho de meu corpo.

Freddie abriu a porta ainda sem saber o que o esperava lá dentro. Eu engoli a vergonha, mandei as pernas pararem de bater e fiz pose na frente do espelho. A reação dele não foi a que eu esperava. A única coisa que eu iamginei foi vê-lo correndo em minha direção e me jogando na cama fora de controle. Mas, foi exatamente o contrário: Freddie entrou despreocupado, arregalou os olhos quando me viu e fechou a porta rapidamente.

-Desculpa, desculpa! – gritou, lá de fora. – Eu não sabia que...

-Ei, está tudo bem, Fredoritos. Pode entrar, sem problema. Eu já estou acabando de me trocar. – falei, totalmente inocente. Ele hesitou, provavelmente tomando uma decisão, depois entrou de cabeça baixa. Não tirou o olhar do chão até eu pegar o vestido. E aí sim me encarou. – Tem certeza que... não quer dar uma olhada? - sussurrei.

Eu ri, e ele também. E, depois de um segundo, Freddie me olhou. Devagarzinho. Eu tremia, sem parar, enquanto seus olhos ainda corriam por meu corpo.

-Achei que isso te incomodaria – diz, sentando na cama ainda sem parar de me secar. – Você mudou de ideia?

-Sobre o que?

-Sobre a gente – Mordeu o lábio de baixo, depois abaixou a cabeça. Aí a ficha caiu, ele estava falando sobre o fato de eu querer esperar para perder a virgindade. Logo tratei de voltar com a tal atuação. Pigarreei, colocando o vestido por baixo.

-Na verdade... Ai, droga, eu não devia estar te iludindo desse jeito. Foi mal, Freddie. Juro que não faço mais.

Depois de encaixar o tecido no lugar certo, tampei o rosto com as mãos e suspirei. Não deu tempo de respirar de novo, Freddie estava ali do meu lado. Ele segurou em meus pulsos, depois puxou as mãos para baixo. Parecia sério, mas carinhoso.

-Eu tô aprendendo a me controlar, não esquenta. – um sorriso de lado apareceu em seu rosto, e no meu também. Era incrível como isso me deixava completamente nocauteada. Freddie beijou minha bochecha, e me virou de costas para ele para fechar o zíper em minhas costas. O arrepio subiu pela espinha conforme a mão dele subia junto. – Se bem que, com essa cinturinha, eu provavelmente possa explodir bem aqui na sua frente.

Se antes sua expressão era séria e carinhosa, aquilo tinha sumido. Quando mirei nosso reflexo no espelho, Freddie passava a língua nos lábios insistentemente, e puxou meu corpo de encostro ao seu. Agora minha bunda roçava em sua calça.

-Ahn – gemi, e Freddie riu. Mas meus olhos fecharam assim que seus lábios encontraram meu pescoço.

Eu poderia ficar naquela posição por dias e dias. Freddie beijando minha nuca enquanto eu seguro sua cabeça para mais perto, e suas mãos apertando forte minha cintura. Mas o toque do meu celular fez com que nós nos afastássemos rispidamente e eu fosse obrigada a abrir os olhos. Era a Carly.

-Hm... Oi. – eu disse, enquanto olhava para ele e colocava o cabelo atrás da orelha. O moreno sorriu, depois entrou no banheiro e trancou a porta.

“Samantha Puckett, cadê você?!?!?!” o grito de Carly ecoou em meu ouvido. Com certeza, estaria dando a louca já que agora eram quase seis da tarde. Ué, eu não tenho culpa se o pescoço do Freddie é tão cheiroso, e com filme e pipoca tudo fica melhor ainda.

-Eu tô chegando, fica fria.

“Ficar fria?! Eu já tô numa fria, esqueci que pedi à você para que me ajudasse com a festa!” provavelmente deveria estar num carro, indo em direção ao salão.

-Tá, tá, tá, onde você tá? É sério, tô saindo de casa, o Freddie vai me dar uma carona até aí.

“É melhor você estar aqui em três minutos e vinte segundos. Pode vir de carona, de táxi, voando, eu não dou a mínima, mas chegue em três minutos.” E deligou na minha cara.

-Beijo pra você também, Shay – resmunguei.

Freddie já saía do banheiro quando eu terminava de fazer a maquiagem. Ele esperou, quieto, enquanto olhava pela janela.

-E aí, como estou? – perguntei, arrumando o vestido. Freddie me olhou, meio despreocupado, e se aproximou.

-Bonita até demais – diz, acariciando meu ombro desnudo. – Tem certeza que precisa de tudo isso? Vai chamar a atenção de todos os tapados dessa festa. Aliás, por que eu não posso ir?

-Ai, larga de ser chato. – dei um beijo estalado em seu nariz, quanto colocava o sapato bege, com salto extremamente alto. Ficava até na mesma altura que o meu moreno. – Eu volto logo.

-Tenho certeza que não.

-Come alguma coisa. Dorme. Eu não posso deixar passar essa droga de festa. – coma mão direita, entrelacei nossos dedos e fui trazendo-o para fora do apartamento. Assim que ele estava fora, tranquei-o e fui para o elevador. Freddie veio atrás. – Eu juro que não vou olhar para ninguém. Nem pros garçons, isso porque os garçons são uma doçura.

Ele revirou os olhos, e eu ri. Mas era a mais pura verdade, aqueles garçons de vinte e cinco anos, com barba e avental preto, me tiram completamente do sério.

Assim que cheguei ao salão, as luzes se apagaram e o DJ introduziu o começo de uma música eletrônica. Já tinha visitado esse lugar algumas vezes quando vinha em algumas festas, mas não tinha nada parecido com o que aparentava agora. Só conseguir ver alguma coisa quando algumas luzes vermelhas acenderam.

Tinham sofás para todo lado, e uma enorme pista de dança colorida no centro. Mais ninguém tinha chegado além de mim, mas o salão estava cheio de garçons, exatamente aqueles que eu tinha imaginado. Os bonitinhos barbados – pena que nenhum chega aos pés do meu Benson.

-Sam! – virei o rosto, e Carly veio correndo para me matar. Ela estava completamente linda. – Eu não acredito que você só chegou agora!

-Relaxa, não tem ninguém aqui – a música já estava me ensurdecendo quando terminei de repetir a frase que eu tinha dito pela quarta vez. E, bem na hora que eu virei para xingar o DJ, ele abaixou o som. Tinha uns vinte anos também. – Escuta, onde você achou esses gatos?

-Eu tenho meus contatos, meu bem – diz, enquanto olhava para algumas pessoas que chegavam atrás de mim. Carly ficou pálida. - Espera um pouco eu já volto. Pode beber alguma coisa. Um martini, mojito, até água se quiser - ela tremeu de leve, depois voltou a olhar para a porta. - Olha, eu vou ali... falar com o resto do povo. - e sumiu da minha frente.

Bem, fazer o quê, vamos tomar uma bebida então. Seria muito mais produtivo se eu estivesse sentada com Freddie no sofá enquanto nós assistimos filme. Assistimos filme, nos beijamos, a mão dele na minha coxa e a minha na sua barriga definida...