– Marcos, me empresta o violão. Ele gritou para o garoto no sofá, que lhe passou o violão.
– o que está fazendo? Sussurrei.
– você disse que não acreditava. Ele me respondeu baixinho. Eu disse para essa garota a uns minutos trás que a amava, que queria ficar com ela para sempre, e ela não acreditou. Dizia alto para todos. Então, quero que todos sejam testemunhas disso. Ele dizia empolgado, e eu estava vermelha de tão são sem graça, tentando esconder o rosto sobre aos mãos. Luiza Daniela Albuquerque, eu amo você, e todos eles sabem, e você também. Aceita ficar comigo, dessa vez pra valer?
Eu estava prestes a responder, mas ele me calou num prevê beijo, e fez que não com a cabeça. Sentou-se no braço do sofá atrás dele e apoiou o violão. Ele tocou uma musica que me emocionou o corpo, a alma e o coração. Não podia acreditar que ele estava fazendo algo assim. O Hugo sempre foi brincalhão e irresponsável, exceto com algumas coisas em relação a mim. Uma das coisas que mais me apaixonava nele era seu brilho travesso no olhar.
Nunca havia ouvido, contudo, parecia ser musica da minha vida. Talvez por ser o Hugo que a estivesse cantando, mas senti cada trecho arrepiar minha pele. 
– gostou? Perguntou, envolvendo me em seus braços. 
– quase morri. Por que fez isso?
– agora você acredita? Perguntou, deixando a mim pasma com tamanha seriedade. Respirei fundo e lhe respondi apertando os olhos:
– você ainda pergunta? Sorri. 

Dos descêsseis aos dezenove ele me pediu em casamento três vezes, e em todas disse que não. Achava cedo de mais, éramos só dois adolescentes malucos que viviam em festinhas colegiais e que mal sabiam o que queriam da vida. Bom, na verdade, eu pretendia fazer direito e ele engenharia, mas não estava nada definido, então não queria arriscar algo tão perfeito como era o que tínhamos com uma relação exaustiva como o casamento.