Ponto De Paz. escrita por keemi_w


Capítulo 16
Destino conspirando contra mim (?)


Notas iniciais do capítulo

Presente de fim de semana para as minhas leitoras fieis que sempre reclamam que eu demoro para postar XD juro que não faço por mal! :P Beijos e comentem bastantee!



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Assim que James saiu do hospital acompanhado de Harry, Gina e Alvo, minha raiva de Lóris ficar flertando com ele tinha passado. A semana de recuperação de James foi ótima e depois do ano novo ele já estava trabalhando de novo. Depois disso minha rotina com ele voltou ao normal. Ele me visitava todo sábado a noite e ficava comigo o domingo inteiro, assistindo filmes, rindo, desabafando de algo que aconteceu com os Aurores e coisas normais. E às sextas, depois de meu plantão, às vezes ia me buscar para eu tomar um frappuccino com ele.

Era um desses dias que íamos tomar frappuccino. James estava me contando sobre o caso de um adolescente rebelde que quis imitar Voldemort e tentou matar Harry no Ministério. Fiquei muito assustada porque imaginei a reação da Gina ao saber.

- Ah, minha mãe ficou bem perplexa – respondeu James tomando um gole de sua bebida quente. – Chorou, abraçou Harry, depois deu um tapa nele por ter sido descuidado, aí chorou de novo, abraçou a família inteira, disse que nos amava e depois deu outra bronca.

Nós rimos. Gina era tão previsível!

- Pois é, Jay, as coisas no hospital também não estão fáceis. É preciso muito estômago pra aguentar tanto sangue nas pessoas que estão na emergência.

- Por falar em médico, Marina – James começou sério. – Que tal começar a se cuidar? Estou percebendo que faz tempo que a senhorita não se alimenta direito. Vive com café no estômago o dia inteiro para aguentar os plantões, mas está fraca, morta de sono pelos cantos e agora parece um esqueleto de tão magra!

Revirei os olhos. Mais um.

Qual é! Daqui a pouco vão achar que eu tenho bulimia. Ou que tenho transtornos alimentares. Será que é difícil entender que eu não tenho tempo para comer no meio de plantão e muito menos na hora do almoço que eu só consigo colocar uma salada no estômago e depois ir correndo ao banheiro fazer minhas necessidades fisiológicas?

- Menos, James – respondi. – Não dá. Só isso.

- Pois acho que vou começar a te levar almoço e obrigar sua chefe a te deixar comer. Mari, eu só quero o melhor para você. E desse jeito que você tá levando sua saúde mal vai conseguir cuidar dos outros porque seu estado reflete nos pacientes.

Achei bonitinho James se preocupar comigo. Muito bonitinho. Afinal, não é qualquer um que verdadeiramente se importa com o que acontece com você. Tive a sorte grande...

Sorri muito feliz e ele sorriu junto, mas meio segundo depois seu sorriso murchou e deu lugar a um semblante bravo, nervoso e triste.

Jay estava cansado e eu percebia isso em seu olhar. Estava cansado tanto física quanto mentalmente.

- Quer ir descansar, Jay? – perguntei fazendo carinho na palma de sua mão que segurava o copo da bebida quente. – Se quiser eu te levo muffins amanhã.

- Não – respondeu grosso. – Não dá. Amanhã tenho que ficar até tarde no Ministério.

- Eu te levo lá – falei prontamente. – A menos que queira ficar sozinho.

- Estou precisando – suspirou. – Até semana que vem, Marina.

James tentou se levantar da mesa onde estávamos, mas eu o puxei.

- O que deu em você, Potter? – perguntei. – Aconteceu alguma coisa? Eu disse ou fiz algo errado?

James desviou o olhar e soltou sua mão da minha.

- Desculpa, James, eu não queria te magoar com nada. O que houve?

- Nada, Marina. Fique em paz. Depois a gente conversa.

E dizendo isso saiu pisando duro.

A única coisa que pude fazer foi xingá-lo mentalmente. A minha vontade de ir para casa estava cada vez menor, então decidi permanecer um pouco na cafeteria, observando o cappuccino de James quase intocado e o meu já pela metade.

Eu nunca o tinha visto desse jeito, realmente não sei o que deu nele. Não sei, não faço ideia. E tinha cortado meu coração ele ter falado daquele jeito comigo sendo que eu não tinha feito nada e ainda pedi desculpas! Desculpas nem sei pelo o quê, mas pedi.

Saí chateada da cafeteria e aparatei em frente ao meu apartamento. Entrei debaixo do chuveiro e comecei a matutar um plano para ver James no dia seguinte no Ministério. Eu iria lá com o pretexto de retribuir todas as vezes que ele me levava pra comer fora, e desta vez nós iríamos a um restaurante australiano no fim do expediente. Ele ama comida australiana, não dá pra rejeitar.

E foi o que eu fiz, lá pelas oito horas cheguei ao Ministério e encontrei Harry conversando com Rony, fui cumprimenta-los feliz.

- Oi, Harry. Oi, cenoura! – falei.

- Oi, Mari – Harry foi o primeiro a falar. – Tudo bom?

Rony parecia meio apreensivo e após dizer um rápido “oi” foi logo perguntando:

- O que faz aqui, lindinha?

- Vim fazer uma surpresa para James! – exclamei feliz.

Os dois homens se entreolharam, mas disfarçaram. ESPEREM, EU REPAREI NESSA OLHADINHA! Seus filhos da mãe!

- Hum... Acho que daqui uns cinco minutinhos ele já sai.

Assenti e esperei. Analisei minhas unhas e vi que tinha borrado completamente enquanto eu a fazia ontem a noite. Isso que dá começar a ser míope, Marina. Quem mandou querer fazer medicina bruxa?

Logo voltei meu olhar para meu redor e comecei a ouvir vozes familiares. Então vi James e Lóris rindo sem parar enquanto saíam de um escritório. Disfarcei rapidamente e tentei fazer com que alguns velhinhos ficassem na minha frente em vão, pois ele tinha me visto. James olhou em minha direção, parou de rir, olhou para os lados e depois para mim novamente. Então decidiu que ficaria muito feio da parte dele se não viesse me cumprimentar, e o fez.

- Jay! – comecei feliz e dei-lhe um abraço. – Fiz reservas naquele restaurante de comida australiana que você adora! Vamos logo antes que fique tarde.

- Ahn... Marina, estou ocupado hoje a noite – falou frio. – Já tinha marcado de comer algo com a Lóris.

Olhei para a ruiva que ficou sem graça.

- Ah, tudo bem – disse tentando controlar minhas lágrimas. – Ok, então. Hum... Tchau.

E saí sem nem olhar em sua cara. Droga, droga, droga, Marina. Você é uma tonta e não se tocou que ele não quer mais ser seu amigo... E eu pensando em nós sermos namorados! Grande sonho esse, Marina. Grande sonho.

- Marina! Espera! – James falou vindo até mim e segurando meu pulso. Dei um sorriso falso. – Desculpa, mas hoje realmente não dá... Ér, desculpas.

- Ok, já entendi que não dá, James – falei grossa. – Não precisava vir até mim para repetir a mesma frase.

- É que você poderia ficar chateada e tudo o mais... – ele disse passando a mão pelos cabelos rebeldes.

Você já me deixou chateada.

- Okay – foi a única coisa que consegui responder.

- Talvez amanhã? – sugeriu.

- Não, James – fui bem grossa desta vez. – Não sou nem quero ser sua amiga estepe.

E dizendo isso saí andando e pisando bem firme. Encontrei Harry e Rony conversando na saída e quando me viram acenaram. Acenei de volta, porém completamente sem sorriso nenhum em minha face.

Dane-se o James, dane-se meu amor por ele, dane-se tudo. Vou começar a pensar primeiro em mim. E foi isso que eu fiz quando cheguei em casa. Tirei meu esmalte todo borrado e passei um bem vibrante, deixei minha unha bem feita e fui para o hospital. O pessoal com o qual eu mantinha amizade já deveria estar saindo do plantão, então convidei Bethany e Kelly para irem até a minha casa. Elas aceitaram de prontidão.

Era isso que eu precisava: amigos verdadeiros.

- Que cara de choro é essa, Marina? – Kelly perguntou preocupada colocando a mão em minhas bochechas. – Aconteceu algo, não é?

- Que choro o quê! – exclamei. – Estou ótima, vamos.

Mas quando chegamos em casa eu não pude evitar mais e mais perguntas. Fui obrigada a falar porque estava daquele jeito e ainda estava em casa, porque sabiam que de sábado e domingo James e eu sempre nos víamos. SEMPRE.

- Ele tem se mostrado um idiota. Acho que mereço amigos de verdade, não é?

- Ih... – Bethany resmungou. – Aposto que brigaram.

- Não brigamos – falei seca. – Eu quero me afastar mesmo.

- De James? – perguntou Kelly abismada. – Nós não somos idiotas, Marina, ele é seu amigo e amor, você não se afastaria dele por qualquer besteira. O que houve?

Contei a história do começo ao fim. De como ele estava estranho e cansado, de como ele me tratou mal e com grosseria, mudou totalmente o semblante e o comportamento no dia da cafeteria, do convite que ele recusara porque estava com a Lóris. No final elas estavam realmente de queixo caído.

- Esse não é o James! – exclamou Kelly. – Você sempre falou tão bem dele, o que será que aconteceu? Ou melhor, que bicho que o mordeu?

Não sei direito o motivo, mas estava na cozinha e comecei a chorar igual um bebezinho, sem me importar com as minhas visitas, sem me importar se meu nariz ficaria vermelho e entupido, sem me importar que elas veriam minhas lágrimas. Quando dei por mim estava sentada no chão com minhas costas apoiadas na geladeira. Minha visão estava embaçada, por isso levei um susto quando senti as duas garotas me abraçando com força.

Solucei mais um pouquinho e depois disse um “chega”, não ficaria chorando e sofrendo por alguém que não dava a mínima pra mim.

- Obrigada, meninas – falei assim que me recuperei. – De verdade.

- Nós somos suas amigas, esqueceu? – Kelly falou toda fofinha e me deu um beijo na testa. – Você é o chaveirinho do hospital e nós te amamos, não fica tristinha, não!

Dei risada, mas por dentro queria me jogar na cama e dormir o resto do fim de semana. Kelly e Bethany não deixaram, ficaram lá até eu me animar.

Apesar de todo aquele carinho eu não pude deixar de pensar que tudo que eu mais queria era James me abraçando, aquele abraço que somente ele poderia me dar. Eu tinha descoberto que precisava dele. Em todos os sentidos.


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Notas finais do capítulo

Façam suas apostas: Por que James está tão estranho??
A resposta virá no próximo capítulo, então não deixem de acompanhar! :)