Ponto De Paz. escrita por keemi_w


Capítulo 15
Ruivas me deixando mais louca do que já sou.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo curtinho, mas fofinho!! ♥



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- Mari, preciso falar com você – Gina falou quando eu saí do banheiro do hospital depois de passar um pouco de base e pó, lavar o rosto e dar uma ajeitada no rímel.

Achei estranha a atitude de Gina, mas a segui. Sentamos em uma poltrona do corredor e ela começou:

- Eu sei que estou interrompendo seu horário de plantão...

- Não, pode deixar que este horário eu posso descansar e parar para comer uma salada, Gina. Não fique preocupada com o plantão.

Ela sorriu feliz.

- Então, Mari, andei conversando com James e ele estava com o olhar meio vago... Distante. Estava muito pensativo. Aconteceu algo entre você e ele? Porque só quando vocês brigam ele fica assim.

Franzi o cenho.

- Não, claro que não – neguei rapidamente. – Eu fui apenas visita-lo e ver como ele estava. Você sabe que eu fiquei muito preocupada.

- Sim, sobre você ter ficado tão preocupada... Mari, tem algum sentimento a mais na sua relação com James? Andei percebendo a proximidade de vocês dois e tenho estranhado, vocês não eram assim.

Corei. Droga, droga, droga.

Por que mãe é tão esperta assim?

- James é meu melhor amigo desde sempre, Gina – respondi olhando para baixo. – Seria estranho ter algo entre nós, não?

- Não vejo motivos para namorados não serem melhores amigos.

- Namorados? – falei dando risada. – Mesmo que eu goste dele um pouquinho demais para sermos apenas amigos, James não corresponde. E mesmo que correspondesse, não daríamos certo.

Gina arqueou as sobrancelhas.

- Como assim?

- Eu sou chata, sistemática, estressada, implico com cada detalhe. James não me aguentaria. E eu não sei se faria bem para nós, afinal, eu conheço James desde que me entendo por gente, imagina só se de repente nós começássemos a namorar? Não sei, Gina, preciso pensar muito nesse assunto ainda.

Gina me olhou com carinho.

- Adoraria ter você como nora, Mari. E sei que James também não ligaria de ter uma namorada tão fofa, gentil, linda e meiga como você.

Então ela piscou para mim e saiu de perto. Simples assim! Deixando um monte de dúvidas e questionamentos em minha cabecinha. Pode isso? Não! Já não basta eu quase ter um troço hoje com James naquele estado, Gina ainda colabora para que eu fique mais pensativa ainda.

Está complicado, viu?

Bom, uma das vantagens de ser médica do hospital em que James está em observação, é que eu posso ir vigia-lo para ver se está tudo bem.

Dei outra passadinha no banheiro para ver se eu ainda estava apresentável ou a minha conversa com Gina tinha me deixado de novo com cara de zumbi retornando à Terra. Acho que nem quando tive que reanimar um idoso tinha ficado tão descabelada como quando vi James naquele estado.

Fui toda feliz e saltitante – sem a parte do saltitante – até o quarto de James e abri a porta lentamente.

Esperem, James não está sozinho.

Entrei no quarto para ver melhor e tinha uma garota ruiva toda pomposa sentada na beira da cama de James segurando sua mão enquanto riam. Tentei sair sem ser percebida, mas o ser ambulante pelo qual estou apaixonada não me deixou passar batida.

- Ei, Mari – chamou-me e a ruiva virou em minha direção também.

- Eu volto mais tarde – falei já abrindo a porta.

- Você quer trocar o soro ou algo do tipo? – perguntou a ruiva preocupada.

Com certeza ela deve pensar que sou apenas médica do James, e nem desconfia de sermos amigos... Grr!

- Não – falei dando um sorriso forçado. – Eu só queria ver se estava tudo bem, medir a pressão e fazer uma lista com algumas poções que ele terá de tomar quando estiver em casa.

James sorriu.

- Ah, eu volto então quando ela acabar tudo isso que ela tem que fazer, Jay – falou a ruiva e deu um beijo em sua testa. – Não apronte nada enquanto eu estiver fora, mocinho.

Okay, Mari, não fique com ciúmes. Você não se deixará abater por uma ruiva que saiu do nada e deu um beijo na testa de James e o chamou com o apelido que eu dera! Grr! Eu já estou com ciúmes. Droga.

Ela saiu sorrindo e eu cheguei perto de James com a expressão séria... Séria demais para mim. Medi sua pressão em silêncio. Para minha felicidade estava tudo estabilizado. Peguei o folheto que os médicos usam para anotar suas observações para o próximo médico que for verificar o paciente e anotei minhas conclusões.

- Vou atrapalhar seu plantão se conversar durante cinco minutinhos com você, Mari?

Concentre-se. Expressão dura como se eu fosse um macho. Não pare de escrever enquanto fala.

- Um pouco – respondi grossa.

- Ah, que pena – falou tristemente.

- A ruiva conversará com você, relaxa – falei ainda olhando para o folheto.

- Mas eu queria conversar com você agora, e não com a Lóris.

Lóris? Nome de travesti.

- Hum.

- Você está triste? – perguntou insistentemente.

- Estou cansada – falei e parei de anotar. – Estou trabalhando há umas quinze horas seguidas, mais ou menos, estou a base de café durante todo esse tempo... Então pode-se perceber que não estou no melhor dos meus dias.

Ele abaixou a cabeça tristemente e eu fiquei com pena. Droga, Marina, por que você é tão sentimental?

Andei até o canto do quarto que tem o suporte para colocarmos nossas observações e ele ficou em silêncio.

- Você pode avisar Lóris que eu estou com sono e vou dormir? – perguntou baixinho. – Não quero conversar.

- Você queria conversar comigo – falei confusa. – Por que não com a Lóris? Afinal, vocês estão quase engatilhando um namoro, boa sorte para vocês.

James levantou a cabeça confuso.

- Namoro? Com a Lóris? – perguntou. – Quem te falou isso?

- Tirei minhas próprias conclusões – respondi.

- Lóris é minha colega que ficou preocupada comigo. Apenas isso. Na verdade, eu fui no lugar dela naquela missão porque achei perigoso uma mulher entrar naquele tipo de salvamento. Ela se sentiu culpada e me visitou.

- E por que você está se explicando tanto? – perguntei colocando as mãos nos bolsos.

- Porque você é meio doida e pensou algo totalmente errado! – exclamou surpreso demais com o que eu havia dito sobre o namoro.

- Bom, não muda o fato que ela é uma companhia para você – dei de ombros. – Agora, se me dá licença, preciso atender a sala de emergências.

E dei as costas para ele. Falei para Lóris distraí-lo um pouco enquanto eu estivesse fora e mandei avisar também que antes de ir para casa, depois do plantão, eu passaria para vê-lo. Continuei meu fim de tarde e minha noite atendendo emergências de todos os tipos. Tinha um garoto que estava vomitando lagartas. Achei muito nojento, mas meu trabalho era esse.

Ainda bem que é sábado e eu não tenho aula amanhã, se não eu não aguentaria. E além de não ter aula, não precisaria trabalhar! U-hu!

Eu estava pegando o meu décimo quarto cappuccino quando Victor parou do meu lado e se assustou com algo.

- Marina! – ele exclamou. – Você está péssima.

- Obrigada pela parte que me toca, Victor – falei dando risada.

- É sério, Mari – ele disse chegando mais perto do meu rosto para uma checada rápida. Mal de médico, eu também vivia fazendo isso com meus colegas de plantão. – Olheiras, palidez, boca ressecada, olhos sem brilho... O que você anda comendo?

- Melhor você nem saber – respondi rindo.

Ele permaneceu sério.

- Vou falar com Hillary para te dar uma pausa de trinta minutos – falou preocupado. – Já volto, permaneça aí.

Porém, não estava com forças para discutir sobre isso, então deixei-o ser feliz.

Ele voltou feliz e me guiou pelos ombros até a sua sala. Os médicos mais experientes e que fazem qualquer tipo de emergência têm uma sala só para eles.

Victor é alto, loiro e forte, tem o cabelo bagunçado e meio jogado para os lados. E estava sendo muito gentil comigo. Até seria legal ter algo a mais com ele se eu não estivesse apaixonada pelo idiota que está conversando com a Lóris.

Ele me sentou em uma cadeira perto de uma mesa grande e retirou de uma prateleira aquelas batatas fritas trouxas que vêm em um saquinho, acho que se chama ruffles.

- Isso vai te dar energia até chegar em casa, Mari – ele começou. – Mas, assim que chegar tome sopa para realmente ficar nutrida, senhorita.

- Obrigada, Victor, isso foi muito gentil – agradeci feliz.

Depois disso, fiz mais alguns curativos emergenciais e quando finalmente fui liberada, troquei meu jaleco por uma blusa de gola alta e uma calça quente, coloquei um casaco grosso e grande por cima e fui ver James pela última vez no dia.

Abri a porta lentamente com medo que ele já estivesse dormindo, mas lá dentro estavam Rose, Lily e Audrey.

- E aí, meninas – cumprimentei sorrindo. – Tudo bom? Ele deu muito trabalho?

- Ele fica falando que a primeira coisa que vai fazer quando sair daqui será uma partida de quadribol! – Audrey exclamou nervosa. – Avisa o senhor James que ele não pode? Está sendo igual meu pai quando caiu da vassoura e mal conseguia andar e já queria ir trabalhar!

- Percy é viciado em trabalho, Audrey – explicou Rose rindo. – E James é um viciado em quadribol. Mas o que interessa é que não vamos deixar James nem sair da cama por uns cinco dias, Mari.

Cruzei os braços rindo.

- Ele vai ficar fedido – expliquei. – E teremos que doar umas fraldas geriátricas também.


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Notas finais do capítulo

*-*