Más Intenções - Litor escrita por Mari W


Capítulo 9
Capítulo 9 - Vamos Nos Permitir




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Vitor e Luana se deram muito bem de início. A garota era inteligente e engraçada, porém não parecia tão fácil quanto as usuais escolhas de Vitor. Mesmo se distraindo, não perdeu vista do relógio, pronto pra ser liberado e largar as chaves na casa da chefe. Quando chegou, antes de abrir a porta, já ouvia o barulho alto de uma guitarra. Entrou no apartamento e foi seguindo o som do instrumento, e parou na porta do quarto de Lia. Quando ela percebeu a presença de alguém deu um grito, fazendo Vitor ter um ataque de riso.

– Calma, gatinha.
– O que você tá fazendo aqui? - Lia se recuperava do susto, largando a guitarra em cima da cama.
– Sua mãe vai fazer plantão, pediu pra eu largar um dinheiro com você.
– Ah tá... E você me falou que não ia me encher o saco, com esse emprego...
– Calma, só estou obedecendo ordens. Já vou indo. - Vitor se virava para sair do quarto.
– Vitor, espera. Eu ainda não agradeci pelo trabalho. - Lia estendia a mão para entregar a ele o trabalho de História.
– Nota 10? Estamos bem! - Disse ele.
– Você tá bem, né? Foi o único 10 da sala... Na realidade a única nota acima de 7... - Ele sorria, se gabando. - Vitor, eu li o texto... Até procurei na internet pra ver de onde você tirou, mas... Você escreveu né?
– Ah, digamos que eu goste muito de História.
– Você escreve muito bem, cara, de verdade.
– Obrigada, Lia. E você toca muito bem. - Ela sorriu pra ele, que se aproximou.
– Vitor... Posso te fazer uma pergunta?
– Claro. - Vitor olhava pra Lia como se fosse beijá-la a qualquer momento. Foi quando Tatá saiu do banheiro e eles se afastaram.
– Vitor!! - A menina deu um abraço no motoqueiro.
– Como você tá, linda?
– Tô bem!
– Veio nos visitar?
– Na realidade eu tô trabalhando pra sua mãe agora... Vim deixar um dinheiro pra vocês comerem porque ela vai fazer plantão.
– Ah, ela vai fazer plantão hoje? - Tatá fez cara de triste. - Que droga... Mas você podia comer com a gente, né? - Lia olhou pra Tatá.
– Tatá, que isso.
– Ah, Lia se você quiser eu sei cozinhar bem também.
– Nossa, Vitor. Se cozinhar pra gente estiver no seu contrato, a gente aceita. - Tatá festejou, pulando no colo de Lia.
– Vê se capricha. - Disse Lia.

Lia não entendia aquela relação de "amizade" e ódio dos dois. Uma hora parecia que eles sentiam que podiam ser legais um com o outro e paravam de briga. Tatá foi pra cozinha ajudar Vitor e Lia ficou na sala vendo TV e escutando a conversa dos dois.

– Como tá sendo trabalhar com a mamãe? - Perguntou a menina.
– Ah, hoje foi meu primeiro dia, Tatá. Foi bem legal.
– Você viu alguma menina bonita hoje?
– Só você. - Tatá riu e Lia também não pode evitar soltar uma risada da sala.
– Minha irmã é muito novinha pra você, viu?
– Não se preocupa, sem ciúmes. Você foi outra menina linda que eu vi hoje. - Vitor olhou Lia de longe, que ficou sem graça e voltou a olhar pra TV.
– Você conheceu a Lu? - Perguntou Tatá.
– A Luana? Sim, sim. Ela é bem legal.
– Ela é linda, né? - Lia voltou a atenção à conversa dos dois.
– Ela é bem bonita, Tatá. Gente boa. - Lia sentiu uma pontinha de ciúmes.

Vitor recebeu muitos elogios pela comida, com direito até a sobremesa. Já era bem tarde quando Lia resolveu ter mais um de seus impulsos.

– Vitor, porque você não dorme aqui hoje?
– Isso, Vitor! Dorme aqui! - Disse Tatá, empolgada.
– Você, me convidando pra dormir aqui?
– Menos, Vitor... Olha só, tá tarde, tem roupas de dormir do meu pai, tem um sofá bem fofo e você pode até tomar banho pra usar essa mesma roupa amanhã, se é que ela não tá fedida.
– Obrigado pela consideração, você sempre muito querida. Eu topo o convite.

Depois do banho, Vitor pegou seu caderno e começou a escrever coisas, inspirado na saudade que sentia da mãe e na alegria que tinha de ter encontrado Lia e de estar tendo tanto contato com a família dela, que ele já gostava bastante. Vitor se ajeitou no sofá, que abria as poltronas, fazendo ficar quase do tamanho de uma cama de solteiro. Estava feliz ali, se sentia muito a vontade naquela casa. Queria dar um boa noite ou ver como Lia e Tatá estavam mas achava que já era tarde e elas provavelmente estavam dormindo. Quando foi apagar as luzes ouviu um barulho vindo do quarto das meninas. Lia logo viu Vitor, se sentando no sofá.

– Veio me fazer companhia? - Disse Vitor, a convidando pra sentar do lado dele.
– Digamos que fica difícil dormir sabendo que o garoto mais gostoso do colégio tá na minha casa. - Disse ela, se sentando. Vitor sorriu.
– Não precisa tirar sarro também. Esse sofá dá pra dois.
– Sonha, garoto. - Os dois riram. - Vitor, posso te perguntar uma coisa?
– Manda.
– Você não tá a fim de mim, né?
– Porque a pergunta?
– Porque eu não quero ficar com você. Foi divertido e tudo mais mas... - Vitor se irritou um pouco com aquilo, não queria ficar por baixo na situação.
– Olha, Lia. Na realidade, eu nem gosto de ficar com a mesma menina duas vezes.
– Tudo bem, calma... Eu só queria deixar bem claro. Você daria ótimo amigo. - Vitor odiou ouvir aquela palavra vindo de Lia, queria parar a conversa aí, sem dar bandeira.
– Tá, vamos ser amiguinhos... Mas eu tô com sono agora, Lia. Posso dormir? - Vitor tinha sido levemente grosso com Lia, que apenas se levantou, deu um "boa noite" e foi para o quarto.

Os dois tiveram dificuldade em pegar no sono, e algum tempo depois Lia inventou uma desculpa pra si mesma e foi buscar água, com a intenção de ver se Vitor ainda estava acordado, ou simplesmente para ver Vitor. Não olhou pra ele enquanto se dirigia até a geladeira, mas na volta olhou para o sofá e ele a encarava, como se quisesse algo dela. Ela parou de andar e os dois ficaram se olhando, até que Lia se dirigiu devagar até o sofá e se deitou com ele, apoiando a cabeça no ombro de Vitor, que a abraçou.


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