Lia respirava perto do pescoço de Vitor, que olhava para o teto procurando por forças pra resistir, mas não conseguiu. Virou pra baixo para olhar Lia, mas foi ela quem acabou o beijando antes. Os dois se beijavam fortemente, Lia não pensou em nada e ficou por cima de Vitor, que ficou bem apressadinho e tentou levantar a blusa de Lia, que não fez nada pra impedir. Foi quando um barulho veio do quarto de Lia e ela lembrou de Tatá, se afastou de Vitor, abaixando a blusa e ficou ofegante, de pé na frente do sofá.

– Meu Deus, a Tatá... O que a gente tá fazendo???
– Não sei, mas eu quero continuar, vem cá... - Disse Vitor, puxando Lia pela mão, tentando beijar ela, mas Lia se soltou e se afastou.
– Você tá louco! Eu preciso ir... - Disse ela, indo pro quarto. Vitor socou a almofada, frustrado, mas decidiu não ir atrás.

Vitor se sentia muito vulnerável quando ficava com Lia, coisa que odiava. Ele sempre teve o controle da situação mas parecia que se Lia quisesse beijar ele a qualquer hora, ele iria simplesmente se deixar levar. No dia seguinte, Vitor acordou com o barulho da fechadura abrindo. Raquel chegou bem cedo e se assustou com Vitor no sofá.

- Calma, Doutora... Sou eu!
– Nossa... Que susto. O que você faz aqui?
– Desculpa, eu passei ontem aqui e as meninas me convidaram pra dormir, fiquei até tarde...
– Sem problemas, elas não gostam de dormir sozinhas mesmo. Pode vir quando quiser.
– Obrigado.

Raquel foi acordar as filhas e preparar uma mesa de café para elas e Vitor. Lia continuava na cama, sonhando com o que poderia ter sido se tivesse continuado a pegação com Vitor no sofá. Raquel pediu pra Tatá acordar a irmã. Lia se arrumou rapidamente e já foi pronta pra mesa. Vitor olhava pra ela, que tentava evitar ao máximo olhar pra ele, estava constrangida pela sua atitude no dia anterior, apesar de ter tido um sonho ótimo com ele. Raquel começou uma conversa pra quebrar o gelo.

– Mas Vitor... Sabia que a Luana falou bem de você? - Lia olhou para Vitor, finalmente.
– Ah, é mesmo? - Perguntou Vitor. Lia revirou os olhos.
– É, falou que eu escolhi um ajudante bem "gato". - Vitor riu.
– Nossa, piranhazinha ela ein... - Lia falou sem rodeios.
– Mais respeito, menina. - Disse Raquel. - A Luana é uma ótima moça. - Vitor tentou não rir, mas achava muita graça do possível ciúme de Lia.

Vitor pediu licença pra se retirar e ir pra escola mais cedo, precisava passar no hostel pra falar com Fatinha. Lia novamente fez o possível pra disfarçar que estava incomodada com aquilo. Fatinha recebeu Vitor com um abraço e Vitor ficou um tempo sem falar nada.

– Mas como tá o lance com o Bruno? - Vitor perguntou.
– Ah, nem fala, gato... Eu vi ele com outra ontem. Sabe, quando você gosta de alguém e quer por a prova o quanto, basta você ver a pessoa com outra na jogada, sabe? É horrível.
– Entendo... Eu nunca gostei de alguém ou tive ciúmes, mas deve ser barra.
– É horrível. Você é sortudo por ser insensível.
– Obrigado, viu? Mas... Vamos pra aula?
– Tá cedão, Vitinho. Preciso arrumar algumas coisas aqui na entrada, tá uma bagunça!
– Ok, vou indo então.

Vitor foi mais cedo pro colégio, pra não precisar ir com Lia e provavelmente ficar o caminho todo sem falar nada ou provocando ela ou aguentando as desculpas dela, falando o quanto se arrependeu da noite anterior. Não iria aguentar aquilo. No hostel, Fatinha ajeitava as coisas para sair quando alguém bateu na porta.

– Tem algum quarto vago?
– Eu não acredito! - Disse Fatinha.