Meu Querido Meio Irmão - Brutinha escrita por Juliana


Capítulo 111
Capítulo 111




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  — Qual é a minha? Eu é quem pergunto, Vitor. Qual é a sua? Pelo o que eu vi, você estava praticamente estuprando ela em plena rua, idiota.
   — Estuprando? Você não percebe que você que estragou tudo? Ela queria isso, Bruno.
   — Claro que queria – Bruno falou irônico – Deve ser por isso que ela está chorando, não é? Chorando de felicidade, presumo.
   — Ela nem ia sentir nada, eu não sei se você sabe, mas ela está bêbada.
   — Ela pode estar bêbada, mas ainda tem um cérebro, Vitor. Agora sai daqui.
   — Sai daqui você,Bruno. Eu não quero ter que bater em você.
   — Bater em mim? – Ele riu sarcástico – Se liga, Vitor.
   — Eu acho que... – Ele começou, mas não pode terminar. Levou outro soco no meio da cara, caindo no chão, perto de onde Fatinha estava sentada e tremendo – Desgraçado... – Levantou e empurrou Bruno, fazendo-o cambalear um pouco para trás.
  Vitor encheu a mão e deu o seu primeiro soco em Bruno. Ele levou suas mãos até seu queixo, onde o soco pegou, e exclamou um palavrão. Ainda distraído, levou um chute nas pernas e caiu, fazendo Fatinha gritar e fechar os olhos. Bruno se levantou com ainda mais raiva e deu três ou quatro outros socos e tapas em Vitor, pegou seu braço e o imobilizou.
   — Olha só, você não queria bater em mim e nem precisou... Só apanhou, né? – Bruno riu amargamente – Escuta, Vitor: você vai sair daqui agora, antes que eu ligue para polícia e o acuse de tentativa de estupro, está entendo? Agora! E aproveite e não olhe na minha cara ou dirija a palavra a mim nunca mais. 
   Vitor apenas assentiu e puxou seu braço das mãos de Bruno, saindo correndo.
   — Você está bem? – Perguntou a Fatinha, que só sacudiu a cabeça e levantou, abraçando Bruno com força. Eles estavam no meio da chuva, encharcados, mas não viam problema nisso. Fatinh até estava gostando da situação... Estar abraçada com ele, sentindo seu cheiro e seu toque enquanto afagava os cabelos dela.

  — Obrigada... – Fatinha sussurrou depois de um tempo, já mais calma. Bruno sorriu.
   — Acho que é melhor subirmos para você tomar um banho quente e não pegar um resfriado. O que é irônico, já que quando alguém fica bêbado, mandamos esse alguém tomar um banho frio...
   — É estranho, eu não sinto mais como se estivesse sob os efeitos da bebida... 
   — Acho que o motivo disso é a chuva gelada que você pegou. Pelo menos você não precisa tomar um banho frio, não é? – Falou abrindo a porta e conduzindo Fatinha até o elevador.
   — Como você sabia que eu estava aqui?
   — Eu não sabia. Estava vindo embora quando vi vocês. Percebi que você se debatia e chorava, então achei melhor separar vocês – Ele sorriu.
   — Obrigada... De novo – Ela sorriu também.
   — Não há de que. Fatinha... Seu joelho está sangrando – Disse ao olhar para baixo. 
   — Droga! Deve ter sido na hora que eu caí. Aquele filho da... Filho da p...
   — Fala, eu juro que não vou contar para ninguém que Maria de Fatima dos Prazeres  falou um palavrão uma vez em sua vida – Ele falou fazendo-a rir.
   — Não quero. Ele não merece nem ao menos uma palavra minha. Não quero mais falar sobre isso, também. Por Deus, eu quase fui estuprada! 
   — Eu entendo. Mas temos que fazer um curativo nisso.
   — Como? – Perguntou.
   — Acho que você esqueceu que eu estou na quarta fase de medicina – Ele riu saindo do elevador e abrindo a porta do seu apartamento.
   — É... Novamente você me “salvando” – Falou com humor.
   — Eu sei, eu sou um ótimo herói – Brincou e os dois riram.

— Eu acho melhor você tomar um banho quente para não pegar um resfriado. Aproveite e lave seu joelho com sabonete, é cicatrizante – Bruno sorriu – Depois eu faço um curativo. 
   — Tudo bem. Mas e você? Vai ficar com as roupas molhadas? – Perguntou demonstrando uma preocupação que fez Bruno sorrir novamente.
   — Não, eu só vou me secar e botar um pijama, mesmo.
   — Ok. Já volto, então. Obrigada – Sorriu docemente e foi para o banho. Poderia parecer egoísmo, mas ela estava tão feliz! Esse era o maior diálogo que teve a sós com Bruno desde que chegou em NY, apesar das circunstâncias. 
   Despiu-se ainda sorrindo e entrou no box do chuveiro, sentindo a água quente escorrer pelo seu corpo. Sentiu a água tocar em seu machucado e soltou um gemido. Aquela merda ardia. Fez o que Bruno orientou e logo depois saiu do banho, não agüentando mais a ardência. Secou-se, tendo cuidado com o machucado, e colocou o seu pijama, saindo do banheiro em seguida. 
   Encontrou Bruno na sala arrumando os materiais para o curativo. Ele parecia tão concentrado e fazia uma expressão tão fofa enquanto isso que Fatinha não pode evitar o seu suspiro e um sorriso em seguida. É. Aquela coisa de esquecê-lo, definitivamente, não ia ser fácil.
   — Ah, você está aí – Ele sorriu, quase causando um outro suspiro em Fatinha – Senta aqui – Ele apontou para a mesa e ela obedeceu, enquanto ele sentava em uma cadeira. Fatinha levantou sua calça do pijama até chegar em seu joelho, deixando-o descoberto para o curativo.
   — Vai arder? – Perguntou receosa e Bruno riu.
   — Não se preocupe, não vai – Respondeu e Fatinha se sentiu extremamente segura com essas palavras. Ela ainda confiava em Bruno cegamente...

 — O que é isso? – Ela perguntou assustada assim que viu Bruno levando uma gase úmida até seu joelho. Bruno riu novamente.
   — Calma, Fatinha. É só água oxigenada, não vai arder. Talvez você sinta aquecer um pouco, mas é normal.
   — Tudo bem – Deu um sorriso nervoso, mas logo passou para um sorriso radiante quando sentiu a mão dele tocar sua pele. Era apenas um curativo, mas para ela era tudo tão mágico...
   Bruno continuou os procedimentos por mais uns cinco minutos e depois de terminar, ajudou Fatinha a descer da mesa.
   — Obrigada – Sorriu – Boa noite...
   — Boa noite – Bruno respondeu enquanto Fatinha andava até seu quarto – Espera – Falou de repente.
   — Sim?
   — Não odeie o Vitor...
   — Como é que é? – Perguntou confusa.
   — Sabe, eu sei que o que ele fez foi errado, mas ele é um cara legal. Apesar de tudo...
   — Bruno, você está pedindo para eu não odiar uma pessoa que me bateu e me agarrou a força?
   — Ele fica agressivo quando está bêbado...
   — Percebi. Mas vamos ver, aposto que ele nem vai se lembrar de mim amanhã. Não precisa se preocupar, eu sei que ele é seu amigo e eu não vou chamar a polícia se ele vier aqui – Sorriu e voltou a andar para seu quarto.

   — Bruno– Chamou-o quando estava quase entrando no corredor, ele havia ficado na sala.
   — O que houve? Está doendo aonde? – Perguntou rapidamente fazendo Fatinha sorrir. Por um momento ela pensou em apontar para o seu coração, mas aquilo provavelmente ia parecer infantil e só faria Bruno rir dela.
   — Eu bebi – Fatinha falou ignorando as suas perguntas e arregalando os olhos, como se só agora a ficha teria caído. Bruno começou a rir alto dessa “declaração”, fazendo com que ela não agüentasse e risse também. Logo, estavam os dois gargalhando no que poderia ser o maior ataque de risos da história. 
   — Eu vou ter que ligar pra Mel e contar isso! – Ele falou tentando respirar entre as gargalhadas.
   — O que? Não! Ela vai ficar tirando com a minha cara pro resto da vida!
   — Eu sei – Ele voltou a rir.
   — Isso é tão injusto!
   — Ninguém nunca disse que a vida seria justa – Ele brincou sorrindo e se levantou do sofá em que estava sentado – Boa noite.
   — Boa noite – Fatinha sorriu. Esperou Bruno entrar no quarto e pegou uma almofada com sofá e apertar em seu rosto, dando um gritinho abafado em seguida. Riu em seguida da sua felicidade, sendo que minutos atrás ela estava no, provavelmente, pior momento da sua vida.

 — Oi – Vitor falou assim que se aproximou da mesa onde estavam Fatinha, Bruno, Malu, Fera e Chelsea no intervalo das aulas.
   — Olá – Chelsea foi a única que respondeu, já que não sabia do ocorrido.
   — Fatinha, eu posso falar com você? Em particular? – Perguntou sentando-se ao seu lado.
   — É Maria de Fatima. E não, você não pode.
   — Por favor, Fatinha! Eu preciso conversar com você, me explicar – Implorou – Eu vou esperar você na biblioteca. Adoraria que você fosse.
   — Espere sentado – Sorriu cinicamente enquanto o assistia sair. Fatinha, então, voltou a sua atenção para o seu sanduiche e quando subiu os olhos novamente, percebeu que todos na mesa a olhavam – O que é?
   — Eu acho que você devia ir... – Malu falou.
   — Gente, eu não estou entendendo nada! O que aconteceu? – Chelsea perguntou. Então, Bruno virou-se para ela e começou a explicar tudo o que havia acontecido. Não sabia por que, mas Fatinha sentiu um enorme ciúme ao ver aquilo. Talvez fosse por causa do jeito que ela o olhava, ou como ele explicava pacientemente, como se fossem um casal de verdade. Decidiu, então, falar com Vitor. Não iria matá-la ouvir as suas explicações, não é? 
   Fatinha sorriu para Malu e se levantou, indo em direção à biblioteca.

 — Eu sabia que você viria – Vitor sorriu ao ver Fatinha entrar pela porta da biblioteca.
   — Se for para começar com essa sua prepotência, eu vou embora – Cruzou os braços.
   — Ei, não me ofenda com palavras que eu não conheço! – Ele fez uma cara extremamente fofa de confusão, fazendo Fatinha rir e revirar os olhos. Era impossível alguém ficar bravo com aquela cara.
   — Você merece coisa pior...
   — Eu sei! Eu sei, pode me xingar do que você quiser. Eu mereço, mesmo! Mas me desculpe, Fatinha, eu estava bêbado... E eu fico agressivo, idiota, fico daquele jeito que você viu. Eu só quero poder provar para você que eu não sou esse monstro que você pensa que eu sou...
   — Vitor, você me deu um tapa, fez com que eu caísse no chão! Ficou me agarrando a força e se o Bruno não tivesse aparecido por lá, eu nem sei como aquilo ia acabar.
   — Eu sei... E sinto muito por isso. Eu realmente estou disposto a fazer qualquer coisa para que você me perdoe. 
   — Por que meu perdão é tão importante assim para você? Nós mal nos conhecemos – Fatinha abaixou a cabeça.
   — Eu gostei de você, fatinh. O Bruno tinha razão quando falava de você para mim : você é diferente.
   — Não, espera, o que ele falava?

  — Sim, eu sei que vocês já namoraram. Ele contou para mim ano passado. Assim como eu sei que você ainda gosta dele.
   — Que? Como você sabe? – Perguntou angustiada. Se ele que mal conversava com ela sabia, então bruno já devia estar “careca de tanto saber”!
   — Eu não sabia. Falei para ver como seria a reação, mas pelo que parece você ainda sente tudo aquilo por ele – Vitor sorriu.
   — Você é um idiota! – Deu um tapa em seu braço – Eu cai totalmente nesse seu teatro! – Fatinha riu escondendo a face com as mãos.
   — Não tem problema. Mas você não acha que está na hora de superar isso?
   — Acredite, já me falaram isso antes.
   — E quando você vai superar?
   — Superar, Vitor? Como? Eu convivo com ele diariamente, é impossível!
   — Então me deixe ajudar você, Fatinha. Fique comigo, por favor.


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