Erros Do Passado escrita por bunny


Capítulo 8
Capítulo 8 - Em qualquer outro lugar


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, está aí novo capítulo, acho que é o capítulo que eu menos gosto mas enfim...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/335253/chapter/8

Capítulo 7 - Em qualquer outro lugar
(POV Violetta)

 Dominique iria para o studio todos os dias assistir as aulas e eu não tinha gostado muito disso. Porque tinha essa impressão de que algo ruim ia acontecer? Afinal, o studio 21 não era só um lugar para estudar música e dança, era um refúgio para mim, tanto antes de meu pai saber a verdade quanto agora. Era onde eu tinha encontrado amigos de verdade.

- Cheguei - Avisei, enquanto entrava pela cozinha. Logo meu pai apareceu, me cumprimentando enquanto desligava o celular.

- Cadê a Dominique?

- Ela já deve estar chegando, quis voltar para casa sozinha. - Respondi.
 

Subi para o meu quarto, cumprimentando Olga no caminho. Minutos depois, escutei uma conversa baixa na cozinha e percebi que era Dominique falando com meu pai.

 Desci as escadas em silêncio, ficando descalça para não fazer barulho. Me escondi, observando a minha meio-irmã na cozinha e meu pai um pouco aborrecido tentando falar com ela. Sei que não era bonito ficar espionando a conversa dos outros, mas era preciso.

 Estava tão atenta na conversa e preocupada para que ninguém me visse ali que quase morri quando senti alguém atrás de mim. Era Olga, também tentando ouvir a conversa dos dois.

- O que acha que eles estão falando? - Perguntou Olga aos sussurros.

 Dei de omrbos e balancei a cabeça, como se respondesse que não sabia.

- Suba para seu quarto e fique lá! - Era meu pai.

- Ah não, você não vai começar a me castigar agora... - Ouvi a voz de Dominique dizer.

- Você não entende, Dominique, você é nova na cidade, mas não eu. Não converse com aquele rapaz, eu o conheço - Meu pai disse, com seu típico tom de voz alto e autoritário.
 

Ouvi Dominique bufar e bater o pé, nervosa, no chão. Ela parecia pensar em um bom argumento.

- Ele é a única pessoa que conheci aqui e que foi legal comigo, sabia? Ele e a Angie - Respondeu.

- Fique longe dele, Dominique... - Dessa vez, o tom de voz de meu pai parecia mais uma súplica, como se ele implorasse para a garota não fazer algo. De um certo modo, era o que ele estava fazendo.

- Não! - Ela respondeu, decidida. - Não pode me dizer oque eu devo fazer!

- Chega! - Ouvi, e levei um segundo para reconhecer a voz, logo veio a mente o rosto de Angie. - O que é isso? Chego em casa e encontro os dois brigando...

 Germán e Dominique tentaram se explicar ao mesmo tempo, um colocando a culpa no outro, como se fossem duas crianças discutindo. Mais uma vez, Angie deu um fim na briguinha dos dois.

- Dominique, vá para o seu quarto, por favor - Pediu, e Dominique assentiu, ainda irritada, indo em direção ás escadas com passos fortes.

 Á essa altura, Olga já tinha saido e sai também. Entrei na cozinha com a maior naturalidade do mundo.

- Aconteceu alguma coisa? - Perguntei, fingindo que não tinha escutado nada da discussão.

Angie continuou olhando para Germán como se não concordasse com sua atitude.

- Filha, posso falar com a Angie um minuto? - Assenti, voltando para meu quarto.

(POV Dominique)

Não acreditei naquilo. Só porque eu tinha encontrado com Tomás no caminho de volta e ele tinha decidido me acompanhar até a casa, Germán já tinha me dado um sermão. Eu mal tinha chegado na casa e ele já estava estragando minhas futuras amizades.

 Voltei para meu quarto só porque Angie pediu, se fosse por mim, teria continuado na cozinha discutindo com ele. Eu queria mostrar que ele estava errado. Ele parecia ser aquele tipo de pessoa que sempre acha que tem a razão.

 Eu não ia ficar ali trancada no quarto, mas também não tinha para onde ir. Não conhecia lugar nenhum de Buenos Aires. Só um...
 

Pensei bem, não faria tão mal eu ir para lá. Tinha gostado do lugar, já estava até com saudade daquelas coisas coloridas, os alunos andando para lá e para cá e tanta música... mesmo que só tivesse visto por um momento, eu realmente gostei daquele lugar.

 Fui até a janela, analisando bem e vendo se dava para pular dali.

"É, Dominique, pule da janela. Grande idéia, assim você morre esmagada no chão e tudo fica bem, né, gênia?" Minha consciência falando comigo.

 Eu não era aquele tipo de pessoa acostumada em ouvir e obedecer sua consciência, mas eu sabia que tinha uma grande chance de morrer se eu pulasse, então decidi sair pela porta mesmo.

(POV Angie)

- Eu não entendo, Angie, porque ela é daquele jeito comigo... - Explicou Germán. - Com você ela é ótima.

- Ela está deslocada, a vida inteira trancada em uma escola e se muda de país, sem falar no que ela nos contou... sobre achar que o pai estava morto e descobrir que na verdade mora aqui em Buenos Aires.

- Claro, mas isso não é motivo para ela se revoltar contra mim, além disso, estou começando a achar que ela é um pouco problemática... em quantas escolas ela já estudou mesmo? - Perguntou Germán.

- Ah, você não entende nada mesmo, hein? - Me apoiei na bancada. - Dê uma chance para ela. Com o tempo Dominique vai assumir sua verdadeira personalidade, você vai ver, ela vai ficar mais aberta com a gente, tudo vai ficar normal.
 

Germán pareceu não acreditar muito, mas não negou.

- Espero que esteja certa.

(POV Dominique)
 

Não foi tão díficil achar o studio agora que eu já sabia o caminho.

Sorri ao ver o prédio e dei passos grandes, chegando até ele. Entrei, os corredores estavam vazios... as aulas do dia já tinham terminado, pensei.
 

Mas escutei uma música vindo do longe e decidi seguir o som.

Cheguei na mesma sala que tinha visto os meninos tocarem antes, mas dessa vez tinham duas meninas lá, cantando.

 Uma tinha cabelos compridos e ondulados, um sorriso grande e parecia ser um pouco mandona, tinha cara de ser sempre a líder. A outra era mais delicada e parecia aquele tipo de pessoa divertido, com quem você pode conversar horas seguidas.

 Andei até a porta, parando, sem entrar na sala. Não queria interromper as duas, que agora dançavam animadamente.
 

Quando elas terminaram de cantar, a de cabelos ondulados olhou para mim curiosa. Não tinha percebido que elas sabiam sobre minha presença ali, mas entrei na sala, um pouco sem jeito, olhando para o chão.

- Te vi hoje na entrada do studio. Meu nome é Camila - Disse, estendendo a mão que eu apertei ainda sem graça.

- Francesca - Cumprimentou a outra. - E você é...

- Dominique - Completei e ela sorriu, assentindo.

-Você é aluna nova? Veio fazer o teste ou algo assim? - Perguntou Camila, arrumando alguns papéis onde tinham letras de músicas.
 Neguei, me sentando em uma cadeira de plástico que estava ao lado do teclado.

- Vou começar a vir aqui para assistir as aulas, mas infelizmente não sou aluna oficial daqui.
 

As duas meninas arrastaram outras cadeiras e se sentaram na minha frente, como se fossem psicólogas.

- Por que?

- Bom, eu me mudei para Buenos Aires e meu pai é um pouco paranóico, ele acha que se eu ficar em casa vou tentar fugir ou algo do tipo - Respondi, olhando para o teto, me lembrando que eu tinha acabado de fugir de casa para vir ao studio. - Minha meio-irmã estuda aqui e ele quer que eu fique aqui com ela.

- Talvez nós conhecemos... qual o nome do seu pai?

- Germán - Respondi, desanimada. - Germán Castillo.
 

Camila e Francesca se olharam ao mesmo tempo, um pouco surpresas.

- É, então tá explicado - Exclamou Francesca, jogando as mãos para o alto.

- Oque tá explicado? - Perguntei um pouco confusa.

- É que nos conhecemos o  Germán e sabemos que ele é um pouco super protetor, ele fazia a mesma coisa com a Vio... espera, você é irmã da Violetta! - Disse Francesca, arregalando os olhos, como se tivesse acabado de descobrir algo muito impressionante.

- É, a Fran ás vezes é meio lenta para entender as coisas... - Disse Camila para mim, em uma voz baixa para a amiga não escutar.

 Elas me explicaram que eram melhores amigas de Violetta que não tinham idéia sobre ela ter uma irmã. Acabei contando toda minha história de vida para elas - que consegui resumir bem, já que passei metade da vida até agora presa em escolas. Até me perguntaram se eu já tinha conhecido alguém fora da mansão Castillo.

- Sim, Ludmila - Respondi, sem nenhum detalhe á mais. Não contei que conhecia ela desde os 8 anos de idade ou esse tipo de coisa: não era algo importante e eu também não queria que o apelido "Nicky-feinha" voltasse. - Ah, e um rapaz chamado Tomás.

 Francesca pareceu ficar desconfortável de repente, olhando para seus sapatos como se fossem algo muito interessante enquanto mexia em uma mecha de seu cabelo liso e muito escuro.
 

Preferi não dizer nada, não iria me meter na vida de Francesca, sendo que tinha acabado de conhecer as duas meninas.

- Se gostou tanto do studio porque não faz o teste? - Perguntou Camila despreocupada.

 Ri baixinho, negando. - É que eu não sei cantar.

 As duas pareceram bem convencidas e, depois de um tempo conversando, resolvi voltar para casa. Francesca disse que conhecia Germán por ser pai da Violetta e que, quando eu voltasse para casa ele ia pirar.

- Onde é que você estava? - Perguntou ele, se levantando do sofá da sala como se estivesse muito preocupado.

- Em algum lugar - Respondi, já prestes a subir os degraus e ir para meu quarto reclamar da vida na internet, mas ele me interrompeu.

 E eu soube que ia ter que aguentar outro sermão.

- Eu não acredito nisso! - Exclamou ele, enquanto eu andava feito um zumbi até o sofá.
 

Ele me olhou muito bravo, só não entendia o porque de tanto drama da parte dele. Eu só tinha ido até a escola da filha dele, não era grande coisa.

- Você fugiu? Como você conseguiu fugir? - Perguntou, se sentando no sofá da minha frente.

- Pela porta.

 Foi a coisa mais idiota que eu já tinha dito na vida, e eu percebi isso. E German também percebeu. O mais triste dessa história toda é que German parece não gostar de piadinhas e coisas do tipo.
 E depois dessa idiotice ele perdeu completamente as palavras e todos aqueles argumentos. Simplesmente se virou e voltou para o escritório. Subi as escadas em direção ao quarto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Erros Do Passado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.