Cap 26.

Cheguei em casa 1:00 da manhã depois da festa. Tomei um banho, coloquei pijama e fiquei deitada na minha cama olhando para o teto. Eu estava exausta. Meu celular vibrou, mostrando um novo sms.

“Menina com cabelo estiloso, usa um perfume gostoso. É linda como um pavê e doce como glacê.”
Você gostou da minha cantada né?

Gary sabia mesmo como me fazer sorrir. Respondi:

“Menino idiota como uma criança de nove anos. Como o Mario, entra pelos canos. Ele é fofo mas não balofo, tem umas covinhas tão bonitinhas...”
A minha é melhor.

Ele logo respondeu o sms.

Mas dizer para a menina que de quem se gosta que os sapatos dela são bonitos funcionam sempre.
Belos sapatos os seus.

É verdade isso. “Eles” sempre falam isso em filmes, livros, etc. Eu não ficaria apaixonada por um cara que disse que meus sapatos são bonitos, não vejo sentido nisso. Talvez nem tenha um sentido.
Respondi novamente:

Não estou usando sapatos, dessa vez você errou.

Ficar descalça é bom. Sinto meus pés livres. Meus pés são feios, assim como todos os pés das pessoas do mundo inteiro. Não sei por que as pessoas acham seus pés feios. Não existem pés bonitos, ou existem mas ainda ninguém os viu? Acho que a pessoa que tem os pés bonitos fica com medo de mostrá-los, talvez os outros fiquem com inveja e cortem os pés dela. Ou então, ela seja sequestrada e obrigada a pisar em pedras quentes, para deformar seus pés.  Não consigo imaginar como deve ser um pé bonito. Talvez eles nem existem mesmo.

Gary responde meus sms muito rápido, parece que ele está muito ansioso para ver a minha resposta.

Ok, dessa vez você me deixou sem argumentos.
Thei: 1  / Gary: 0
Vamos ver se eu viro o placar.

Sabe quando a pessoa te manda uma mensagem mas você não sabe o que responder? Era isso o que estava acontecendo agora. Se eu não responder, talvez eu pareça ignorante. Se eu responder, vou estar forçando um assunto. Então eu não sei o que fazer.

Sentei na cama e notei que eu estava me olhando no espelho, com aquele pijama velho, cabelo bagunçado. É... isso sou eu, nada de impressionante. Eu estava parecendo um panda com essas minhas olheiras. Me deitei novamente, com os cabelos espalhados pela cama.

Acabei caindo no sono, de repente, do nada, se um segundo pra outro. Deixando tudo o que estava acontecendo naquele instante e simplesmente sonhando. Pelo menos a luz do quarto já estava apagada.

Quando acordei, ainda eram 10:00. Estava cedo para alguém que foi dormir as 1:30 acordar.

Dizem que o ser humano só precisa de 8 ou 7 horas de sono para recompor suas energias. Eu preciso de umas 10 horas de sono (ou mais).

Que dia é hoje? Acho que eu já estou de férias, ou não. Não lembro de ter feito a última prova, só lembro da festa. Eu. Gary. Música lenta. Dança. Batimentos cardíacos. Aquilo tinha sido perfeito, ou não. Parecia muito com aquela história clichê, não gosto de coisas clichês. São muito chatas, entediantes ou enjoativas. Na minha opinião é claro. Annekin e Sanne gostam dessas coisas clichês, elas acham bonitinho.

Ok, ainda tenho que descobrir que dia é hoje. Saí do meu quarto e fui para a sala. Assisti um pouco de TV e fui tomar um banho. Fui ver o meu celular, hoje é domingo, 10 de dezembro. É, acho que estou de férias.

Meu celular começou a tocar, fui ver quem era. Sanne estava me ligando, resolvi atender.

Thei: Alô?

Sanne: Oi Thei!To te ligando pra saber se você vai querer vir jogar uma “rodinha” com o pessoal lá no clube.

Thei: Ah, quem vai?

Sanne: Eu, Annekin, Gus, Robb e Gary.

Thei: Que horas?

Sanne: Daqui uns 30 minutos.

Thei: Não acha que ainda tá cedo?

Sanne: Cedo? Já são 13:00!

Thei: É mesmo...

Sanne: Vai ou não vai?

Thei: Vou sim, você e a Annekin passam aqui em casa?

Sanne: Sim. Então daqui a pouco a gente passa ae.

Thei: OK, tchau.

Sanne: Tchau.

Faz tempo que não marcamos essas “rodinhas” de vôlei. Nem sei o porquê delas quererem fazer isso hoje.

Acho bom eu tentar pentear o cabelo e trocar de roupa.