Foi para o quintal de tras, onde todos estavam já na festa.

Passou por entre as mesas cumprimentando todos apenas com o olhar e foi para junto de Raphael, que á abraçou e sussurrou;

–Você está linda.

–Obrigado.

O casal foi cumprimentar todos os convidados mais formalmente, depois puderam aproveitar a festa. Angélica se obrigou a esquecer o incidente do quarto e se divertiu com o, agora noivo, Raphael.

Todos concordavam que eram um belo casal. Observavam eles dançando e comentavam que parecia terem nascidos um pro outro.

Raphael e Angélica dançavam como se nada daquilo existisse, e como se não houvesse ninguém em volta. Como se não houvesse verdade a ser descoberta. Como se realmente tivesse um ser crescendo dentro dela que era a continuação do amor que sentiam um pelo outro. Como se não fossem jovens demais para tudo isso.

E de fato não eram. Já tinham sofrido muito, e passados muitas coisas. Ambos não se sentiam com apenas 17 e 19 anos. Mas sim como se já tivessem vivido uma vida inteira para então encontrar a sonhada paz.

Alternavam momentos de beijos, sussurros e sorrisos, com lagrimas e nervoso.

Estavam realmente apaixonados e comprometidos. Se olhavam com tanta ternura e cumplicidade que motivaram os outros casais também.

Mas cristais, além de belos, são frágeis. Com um simples toque se estilhaçam, e foi o que aconteceu.

Andando lentamente, o homem de terno preto e boa postura, entrou na casa e se dirigiu até o quintal de tras. Passou a mão no cabelo, e foi.

Passou por entre as mesas, e olhares curiosos com extrema altivez. Parou no inicio da pista de dança, e chamou;

–Angélica?

Ela estava sorrindo com Raphael e se virou, mas o sorriso sumiu ao vê-lo:

–Papai? –Falou sem querer.