No dia seguinte, Angélica se recusou a levantar para tomar café. Também queria se recusar a acreditar que não foi Natália que havia feito a cabeça da vó. Ela apenas acordou e continuou na cama.

Foi decidido que a tia não iria á igreja nesse dia, para ficar com Angélica. A vó estava levando ao pé da letra essa história de “vigia-la”. Mas sinceramente, Angélica não estava nem aí pra isso. Quando já estava quase dormindo novamente, ouviu o alerta de mensagens do celular, era Raphael:

            “Estou na cachoeira, cadê vc?”

Angélica pensou em não responder, estava ainda entorpecida pelos últimos acontecimentos, mas logo disse:

            “Desculpe, estou doente”

            “Que pena, achei um lugar pra gente sair.”-R

            “Fica pra próxima” –A

            “Vc está bem?”-R

            “Estou doente, já disse.” –A

            “Não foi nesse sentido....” –R

            “Tanto faz.”- A

            “Alguma coisa com a sua vó? Sobre ontem” –R

            “Não foi nada” –A

Ele não insistiu, apenas disse que quando ela quisesse falar ele estaria ali. Ela apenas parou de responder, e resolveu ir para a sala ficar com a tia. E novamente presenciou uma ligação onde o assunto era ela:

-É exatamente!... eu também... graças a Deus que eu tenho uma filha maravilhosa que nunca me daria esse tipo de problema... eu não sei como minha irmã consegue... é ela está aqui pra ver se toma jeito, mas aí começa a namorar aquele marginal...

Angélica não ficou para ouvir o resto da conversa. Voltou para o quarto e se sentiu ainda pior. Como será que ela se tornou essa pessoa tão odiável? . cm raiva, ela decidiu agir, mandou uma mensagem para Raphael, dizendo que iria sair sim com ele. E pensou consigo mesma, que estava na hora de acabar de uma vez por todas com aquilo, essa noite ela mostraria pra família do que ela é capaz.