Ao entrar na casa de Raphael, Angélica viu que nada era como ela imaginara. Tudo era antigo e bem decorado, com cortinas e tapetes combinando. Os cômodos eram grande e ao mesmo tempo que antigos, tinham vários objetos tecnológicos

Raphael disse:

-Acho melhor você usar o banheiro do meu quarto, vem comigo.

Ela subiu as escadas até o quarto de Raphael, onde ele disse pra ela ficar a vontade e a deixou sozinha. Ela observou o quarto e sorriu ao ver uma guitarra no canto, prendeu o cabelo e foi para o banheiro. Ao ligar o chuveiro, uma boa surpresa: a água era quente. Portanto, demorou um pouco mais no banho do que o planejado.

Depois de tomar banho e trocar de roupa, ela desceu para a cozinha, onde Raphael estava preparando um suco. Ela disse:

-Desculpa a demora,é que seu chuveiro é uma delícia. Você não tem ideia do quanto eu esperei por um banho quente desses...

-Rs' Tudo bem, fica a vontade. Abri um documento no Word no meu computador, pode usar, tá ali na mesa. 

Ela se sentou em frente ao computador e Raphael ofereceu o suco para ela.

-Obrigada!

Angélica bebeu um pouco de suco e começou a escrever. Raphael pegou um caderno e sentou-se ao seu lado na mesa. Ele desenhava enquanto ela escrevia. 

Algum tempo depois, ela ficou brava e começou a xingar o computador.

-O que foi? - perguntou Raphael.

-Eu não consigo mais escrever, deu "lag" no cérebro!

-Calma, descansa um pouco e depois você volta a escrever.

Angélica se debruçou na mesa, e ele falou:

-Gostando de morar com a sua avó de novo?

-Como se eu tivesse opção...

-Como assim?

-Nada, e você? Todo mundo diz que você voltou de algum lugar mas não fala de onde.

Ele pegou o copo sujo dela e foi até a pia.

-Você não sabe?

-Eu deveria?

-Essa é uma cidade onde todo mundo sabe da vida de todo mundo.

-Mas eu não sou daqui.

-Por isso você não está com medo de ficar sozinha comigo aqui...

-Porque eu deveria estar com medo?

Ele deu um sorriso misterioso e disse:

-Talvez um dia eu te conte..

-Porque talvez? Eu não tenho medo de você.

-Não?

-Não.

Ele se calou e se sentou de novo ao lado de Angélica

Quebrando o silêncio irritante, ela perguntou:

-O que você está desenhando?

-Nada demais.

-Você tá aí tão concentrado desde que eu comecei a trabalhar.

-Quer ver?

-Lógico!

Ele virou o caderno, e era ela. 

-Uaau! Você desenha muito bem.

-Obrigado! A modelo ajuda...

-Rs' nem tanto..

-É verdade, você é muito linda, e fica ainda mais linda sem maquiagem.

-Já me disseram isso, mas eu gosto de usar.

-Ta bom, mas devia usar mesmo menos. Aí ia parecer mais com quando eramos crianças...

-Você se lembra?

-Claro, eramos inseparaveis!

Ela sorriu e concordou.

-Bons tempos.

-É...

Ficaram se olhando por um tempo, lembrando de como a infancia estava distante deles no momento.