Angel escrita por Dayane Alves de Oliveira


Capítulo 12
Capítulo 12




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Chegando em casa, o avô estacionou a caminhonete no quintal, era sem portão mesmo, de tão pacata que era a cidade.

Ela desceu do carro e olhou em volta, não tinha mudado muita coisa desde a ultima vez que estivera alí, a casa estava pintada de uma cor mais clara, mas continuava velha. Uma rede na varanda. As galinhas andando pelo quintal.

Ao entrar na casa, a vó á levou, onde seria o quarto dela.

-Vc vai dormir aqui com a Natália.

-Tudo bem vó obrigado. Tome um banho enquanto eu faço um café, para conversarmos.

-Unhum...

Ela foi para o primeiro desafio: o banho. Apesar de lá ser frio, o choveiro era morno, e ela gostava de “queimadura de 3°” pra cima.

Rapidamente encerrou o banho e colocando roupas limpas, foi até a cozinha onde á vó a esperava.

-Pode falar. - Disse ela.

-Sente-se. Disse a vó apontando para uma cadeira, ao lado do avô.

Ela se sentou e a vó começou:

-Agora podemos ser sinceros. Todos nós sabemos por que vc está aqui não é?

-Sim... –Respondeu confusa.

-Então acho que concorda com algumas regras.

-Regras?

-Vc pode não saber o que é isso, mas eu não sou sua mãe, e enquanto vc estiver na minha casa, vai agir como eu determinar.

-Sim senhora.

-Otimo. Vamos ás regras:

-Seu horário de chegar em casa é as 10, e é as 10 que vc estará aqui.

-Mas... - Disse já quase discutindo.

-Sem discussão, eu não terminei!, vc só vai sair com os amigos da sua prima, ou com quem eu aprovar previamente. Se eu julgar que a pessoa não é boa companhia, não vai ter argumentação. Isso leva a outra regra.

-Qual?- Disse emburrada.

-Sem namoro!

-Hã????

-Exatamente. Eu sei dos seus problemas amorosos que sua mãe me contou, e pra evita-los aqui, vc está proibida de ter qualquer relacionamento romântico.

-Mais alguma coisa capitã?- Disse provocando a vó.

-Um pouco de respeito seria bom;

-Hum..

-Vc não vai beber, fumar, usar drogas e etc...

-Que mais?

-Suas notas da escola tem que melhorar também.

Ela ficou calada, esperando mais, mas a vó já tinha acabado.

-Pronto! agora vc pode comer.

-Perdi a fome. -Disse saindo pro quarto.

-R-E-S-P-E-I-T-O!!!! -Gritou a vó, se sentando para comer. - Dá pra acreditar nisso?-perguntou para o marido, que tinha observado tudo calado.

No quarto ela se queixava, furiosa:

-Ela vai ver só o que eu vou fazer com essa regras ridículas!

Quando abriram a porta do quarto. Era Sua prima Natália:

-Oi prima!!!!- Disse indo abraça-la.

-Oi. –Disse seca, ainda estava com raiva, e ficou ainda mais, pela falsidade da prima. Desde crianças as duas nunca se deram bem, e de repente ela á cumprimenta assim toda animada? Achava isso estranho.

A  prima colocou a bolsa na cama e foi tirando os sapatos:

-Desculpa não estar aqui quando vc chegou, mas é que eu tinha que organizar umas coisas como grupo de jovens da igreja.

Ela deu um sorrisinho irônico e disse:

-Sem problema.

Apesar da mesma idade, eram totalmente diferentes. Natália era perfeitamente linda com corpo escultural e proporcional. Já Angélica, era mais baixa um pouco e delicada, era magra, sem grandes atrativos. Os cabelos loiros e os lábios perfeitamente desenhados também eram marcantes nela. Já em Angélica o que mais chamava a atenção eram os olhos azuis, grandes e profundos. Natália se vestia com um estilo romântico e leve, já Angélica fazia mais o estilo grunge sexy.  Natalia era sempre bondosa com todos, e era praticamente um exemplo perante todos na cidade. Angélica nunca ligou muito pra essa história de exemplo e reputação, fazia o que tinha vontade a hora que quisesse e dane-se o resto. Natalia era alegre e comunicativa e Angélica, era mais na dela.

Enquanto Natália contava animada dos planos do grupo de jovens, Angélica apenas concordava com seu livro na mão.

Natália estava escolhendo a roupa que usaria no outro dia na escola, e perguntou o que Angélica vestiria, ela disse que não sabia e a prima continuou tagarelando até que a vó as chamou pro jantar.

Durante o jantar  Todos contavam animados como tinha sido o dia, Natalia especialmente.

Depois do jantar todos foram para a sala, assistir a novela, Angélica não tinha muita paciência para isso e foi para a varanda ficar com o avô que estava em sua cadeira de balanço.

Ela se sentou num banco e ele então falou:

-Vc tá odiando essa história das regras né?

-Tem como não odiar?

A noite estava clara, de lua cheia, o céu estava repleto de estrelas, algo que é difícil de observar na “cidade grande”.

-Vc vai se acostumar. - Disse ele dando um gole no café que segurava. Estava esfriando então ela resolveu entrar para dormir.

Apesar do cansaço, não dormiu bem, teve pesadelos como sempre, a lá pras duas da manhã, acordou assustada e não conseguiu voltar a dormir.

Os pesadelos tinham mudado um pouco, agora eram sempre flashes abstratos do dia do acidente.

Quando não conseguiu mais ficar na cama, lá pelas 5:00am, resolveu levantar e fazer alguma coisa.

Ainda estava frio, mas resolveu fazer uma caminhada. Colocou uma legging, e uma regata qualquer, que mais parecia uma bata, prendeu o cabelo num rabo de cavalo e pondo os fones de ouvido saiu.

Correu livre por uma hora, quando viu que já passava das 6:00am, lembrou que tinha escola e voltou pra casa, ao ir se aproximando da casa dos avós viu, um carro estacionando na frente da casa da vizinha de frente á sua avó e um homem e um rapaz saindo do carro. O homem parecia muito feliz, já o rapaz, cansado. Não viu seu rosto, mas pela má postura do rapaz dava pra ver que estava acuado. Quando uma mulher e uma garota saíram da casa animadas, a mulher abraçou o rapaz chorando de felicidade, e a garota a mesma coisa. Ao chegar cada vez mais perto, tentava ver o rosto do rapaz, mas de repente ouviu os gritos da tia:

-Angélica!! Angélica!!!

Ao ir entrando em casa, disse:

-Que foi????

-Onde vc estava? – Perguntou a vó.

-Eu acordei cedo e fui correr um pouco.

-Achamos que vc tinha fugido!- Disse Natália.

-Que exagero! Por que eu faria isso?

-Não sei. Só não saia mais sem avisar.- Disse a vó.

-Tá bom.

-Agora vai tomar um banho pq vc está toda suada.

Ela saiu, e muito contrariada pela agua fria tomou banho, já tinha esquecido do tal rapaz, se arrumou pro primeiro dia na nova escola.


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