—NARUTO???

O casal olhou na direção da voz de mulher.

Em frente a mesa deles estava uma mulher de lindos cabelos rosa, olhos verdes vibrantes e um corpo esguio cheio de curvas e ao seu lado um lindo homemde cabelos negros rebeldes e olhos igualmente negros. Os dois encaravam surpresos o casal a frente deles.

—Sakura-chan! Teme!—Cumprimentou o loiro levantando-se e abraçando Sakura e dando um original aperto de mão em Sasuke -Ambos seguraram o braço um do outro, na altura do cotovelo, e encostaram o ombro um no outro rapidamente.

—Yo Dobe! E yo …?—Ele falou levantando as sobrancelhas se perguntando quem era a moça na mesa.

—Ah!... Essa é a Hinata-chan, minha amiga e vizinha! Hinata-chan esses são Sasuke e Sakura, meus melhores amigos!—Ele apresentou-os.

—Prazer!—Disse a Hyuuga timidamente.

—Prazer!—Responderam os dois sorrindo.

—Apresentações feitas, agora Teme e Sakura-chan, já que vocês finalmente pararam de se agarrar e saíram para ver a evolução da humanidade, que vocês já tinham até esquecido que existia, não querem sentar conosco?—Perguntou Naruto com um sorriso divertido, fazendo Hinata soltar uma risadinha e Sakura lhe dar um tapa na cabeça.

—Itaiii… Sakura-chan!!! Isso dói! Teme, dá um jeito nela!—Disse o loiro esfregando a mão na cabeça, olhando indignado para Sasuke.

—Você provocou, agora aguenta!—Disse o moreno puxando uma cadeira ao lado da de Hinata e oferecendo a Sakura, que agradeceu sentando-se. Logo os outros se sentaram e os pedidos de Naruto e Hinata chegaram e Sasuke e Sakura fizeram o deles.

No dia seguinte Hinata levantou cedo e se arrumou despreocupada. Naruto havia oferecido carona a ela novamente, então não era preciso pressa. Assim que ela pegou os livros e colocou a mochila nas costas, ela ouviu alguém bater a porta. Inconscientemente ela sorriu e pegou a chave para fechar a porta quando saísse.

—Ohayo Hinata-chan!—Cumprimentou animado. Logo se oferecendo para pegar os livros dela e carrega-los.

Foram conversando tranquilamente no caminho. Hinata estava animada, pois Sakura trabalhava no hospital Konoha, e que ela a ajudaria a conseguir residência lá. Fora o fato de que a dona do hospital era a mesma da sua faculdade já contava pontos, agora uma das principais médicas do hospital lhe dando apoio era ainda melhor.

Ela foi otimista pra aula naquele dia e nem se importou com os comentários maldosos do restante da sua turma sobre como ela conseguira aquela carona.

10 meses depois…

Naruto e Hinata saiam sempre que era possível, as constantes caronas fez com que os colegas de classe de Hinata comentassem ainda mais, porém agora eles esqueceram temporariamente o assunto uma vez que nunca viram o motorista do mesmo, mas especulavam o quão feio ele devia ser para querer alguma coisa com a ‘estranha da Hyuuga’ e por nunca ter saído do carro quando a traz.

Hinata via que Naruto andava meio estranho nesses dois últimos meses, chegou até a perguntar o que era, mas ele pediu que ela não se preocupasse por que, segundo ele, não era nada demais. Mas ele não contou o que estava acontecendo, algo que a deixou preocupada já que ele sempre contava.

Porém o maior problema de Hinata veio naquela tarde:

—Eu sinto muito Hinata, mas eu estou fazendo cortes aqui, e entre dispensar um funcionário que trabalha em período integral e um de meio expediente… Eu sinto muito!—O chefe de Hinata conversava com ela em seu escritório sobre a demissão da mesma.

—Mas senhor…Só faltam 2 meses para que eu termine a faculdade e consiga o estágio. Não posso ficar mais esses dois meses?—Perguntou em desespero.

—Eu sinto muito… Mas eu já segurei demais. Esperei até esse mês acabar para poder pagar você, mas não posso mais. Eu sinto muito senhorita Hyuuga!

Naquela tarde ela saiu se arrastando da lanchonete. Ela não precisaria voltar no dia seguinte, teria bastante tempo, mas para procurar um emprego tão em cima da hora seria complicado.

Assim que chegou em casa ouviu seu celular tocar.

—Moshi-moshi?—Falou ao telefone desanimada e preocupada.

—Hina-chan? O que houve? –Questionou aquela voz masculina tão familiar e que fazia o seu coração bater descontroladamente, e de repente a necessidade de desabafar com ele a atingiu intensamente.

—Oi Naruto-kun… Eu estou com problemas. Você está ocupado?—Ela perguntou rapidamente ao seu melhor amigo, por quem no ultimo mês ela descobriu estar intensamente apaixonada.

—Estou, mas você sabe que eu sempre tenho tempo pra você. Onde quer me encontrar?—Ele disse enquanto, pelo que ela pode perceber do barulho no fundo da ligação, ele se levantava e ajeitava algo em cima de uma mesa.

—Mas você não disse que está ocupado? Deixa pra lá. Eu passo na sua casa mais tarde. —Ela falou enquanto pensava em desligar o telefone antes que ele contestasse.

—Eu chego aí no prédio em 20 minutos!—Ele sugeriu ignorando-a e desligou.

Hinata xingou baixinho por ele ter desligado o telefone na cara dela.

Hinata tomou um banho rápido, ela queria estar na entrada do prédio quando Naruto chegasse. “Ah se ele não vai ouvir poucas e boas assim que chegar aqui por ter desligado o telefone na minha cara, por ter me ignorado e…”.

Ela saiu furiosamente de seu apartamento em exatos 15 minutos e quando chegou lá embaixo pode ver o carro de Naruto entrando na garagem. Ela foi atrás dele.

Ele saiu do carro sem percebê-la e quando a viu já era tarde demais…

—Itaiiiiiiiiiii…—Gritou Naruto depois de levar um forte tapa na nuca dado por Hinata.

—Nunca mais desligue o telefone na minha cara ouviu bem? E não finja que não está me ouvindo por que eu sei que está me ouvindo, e você sabe disso. Não me ignore quando eu digo que não precisa sair correndo do trabalho só porque eu estou com problemas, pois eu sei que você também tem os seus…! –E ela continuou falando enquanto ele engolia em seco e escutava calado o sermão que ela passava enumerando as coisas que ele não devia fazer.

No final do discurso ele apenas perguntou:

—Hoje é dia 22 não?—Ele perguntou inocentemente.

—Hai!—Ela respondeu simplesmente já com a fúria atenuada.

Sua face se iluminou de compreensão enquanto três letras vinham a sua mente: TPM. Sim, ele já sabia quando ela entrava nesses dias já que sempre sobrava pra ele. E não era nada agradável.

Eles subiram as escadas tranquilamente enquanto Naruto tomava todo o cuidado para não fazer algo que alterasse humor da jovem que ele considerava uma boneca. SUA boneca, embora ele não admitisse.

Ele abriu a porta do seu apartamento e logo foi seguido por ela.

—Naruto, quando foi a ultima vez que você limpou isso aqui?—Perguntou com os olhos arregalados enquanto fitava a intensa bagunça daquele apartamento.

—Hãn…—Ele a encarou coçando a nuca. Ela o encarou incrédula e mudou a pergunta.

—Corrigindo… Você alguma vez já limpou este apartamento?—Ela o encarava segurando com a ponta dos dedos uma camisa que estava do lado avesso em cima do sofá.

—Humm… Não, eu acho!—Respondeu sem graça. Ela o encarou ainda mais assustada, mas agora decidida.

—Vai tomar banho! Eu cuido disso!

Ele foi tomar banho enquanto ela tentava pelo menos amenizar a bagunça, era melhor obedecê-la e continuar vivo. Naruto era lindo, inteligente, meio idiota e palhaço, mas quando se tratava de suas obrigações e de seu trabalho, ele fazia como ninguém, Já em outras áreas… Era impulsivo e extremamente desorganizado com coisas não relacionadas ao trabalho.

Ela suspirou enquanto colocava as roupas sujas dele dentro da maquina de lavar e a ligava, deixando-a trabalhar.

—Pelo menos não tem mais nada espalhado por aqui. Aqui pelo menos…--Ela suspirava.

—Arigatô bonequinha! Mas não precisava!—Ele disse aparecendo na sala já de banho tomado e sem camisa com o cabelo molhado escorrendo, fazendo aquelas minúsculas gotinhas de água descer pelo seu abdômen definido deixando a Hyuuga sem ar e fazendo-a perder a noção das coisas enquanto ela saia da realidade e entrava no mundo dos sonhos, onde aquele lindo loiro era seu príncipe encantado e a salvava de todos os seus problemas.

Ela foi acordada por uma mão passada a frente de seu rosto.

—Hina-chan? Sonhando acordada de novo?—Perguntou soando divertido.

“Com você meu amor...” Foi o que ela pensou em responder, porém o medo de ser rejeitada era muito maior que a vontade de se declarar para o homem dos seus sonhos.

Ela corou e abaixou a cabeça intensamente corada e ele lhe sorriu malicioso.

—Por que você está corada? Você não estava pensado em nada pervertido né sua ero-Hinatinha…? –Ele perguntou com um sorriso sacana sem esconder a face maliciosa.

Ela corou ainda mais e lhe deu um leve tapa no braço.

—Nã-nã-não era na-na-nada disso!—Ela falou constrangida.

—Sei…!—Ele exclamou rindo.

Ela o encarou furiosa, mas se lembrou do motivo dele estar ali. Ela precisa desabafar.

Ela lançou-se aos braços dele e chorando, o abraçou o mais forte que podia. Ele sem entender somente a abraçou como podia enquanto tentava consola-la.

—Shiii… O que houve?—Ele indagava agora preocupado.

—Eu vou ter abandonar a faculdade e voltar pra casa do meu pai, mas eu não quero isso. —Ela dizia entre lágrimas. Ele a olhava preocupado enquanto ela soluçava em seu peito.

—Eu perdi meu emprego. Sem esse dinheiro eu não posso pagar a faculdade, nem condomínio, nem comprar nada pra dentro de casa. —Ela dizia com o desespero estampado na voz- o único sentimento que a tristeza e o choro não encobriam.

—Não chore então Hina-chan…—Ele começou terno e caloroso.—Se for só isso eu posso te ajudar. Eu pago a sua faculdade e essas coisas enquanto você não puder, pode até morar aqui se quiser.

Ele disse simplesmente.

—Não Naruto-kun… Eu não posso aceitar. Eu não quero seu dinheiro, sei que você tem suas próprias despesas e seus próprios problemas. Não quero atrapalhar a sua vida. —Ela disse limpando os olhos e afrouxando um pouquinho o braço da cintura do lindo loiro que ela tanto amava.

—Você não estará me atrapalhando. Eu só quero te ajudar. Deixe-me fazer isso!—Ele pediu fervorosamente pra garota a sua frente, com aquela carinha que ninguém em sã consciência resistiria.

Ela o encarou em dúvida. Não queria voltar pra casa de seu pai. Primeiro pela humilhação que ele a faria passar, depois por toda a tristeza que ele a fez passar antes seria novamente vivida por ela, e isso ela tinha certeza de que não queria e também por que não queria dizer não aquela carinha que ele fazia. Mas por outro lado não queria depender de Naruto, não queria ser um empecilho na vida dele. Os problemas dela eram dela e ele não a deixava ajudar quando o problema era dele. Com isso ela teve uma ideia.

—Eu vou ser muito grata a você Naruto-kun, mas não posso aceitar, porém eu aceitarei sua ajuda sem reclamar se, somente se, você me deixar ajuda-lo com aquele problema que vem te deixando tão angustiado nos últimos dias. —Ela propôs. “Uma mão lava a outra.” Ela pensou.

Ele de repente a soltou e virou de costas pra ela. Ela gemeu pela brusquidão do movimento e o fitou sem entender.

—Eu não posso te deixar me ajudar nisso Hina… Seria injusto com você. Eu não posso deixar você me ajudar. Eu vou resolver isso sozinho. Não tenho alternativa. —Ele falou serio e misteriosamente.

—Mas eu quero te ajudar. Farei o que for preciso. —Ela disse tendo fazê-lo demover do assunto.

—Não posso, Hina… --Ele virou e ela finalmente pode ver sua expressão desolada.

—Naruto, eu quero te ajudar! Pelo menos me conte qual o problema, por que se tiver alguma chance de eu te ajudar, eu vou. —Ela falou convicta. Sua confiança era tamanha que ele teve que a encarar.

Ele ficou assim por algum tempo até que com um suspiro se deu por vencido.

—Tudo bem, eu vou te contar, e você vai entender o que eu digo, mas o que eu te contar não poderá sair daqui, entendido?—Ele disse em rendição e a encarou severamente.

—Eu prometo!—Ela afirmou convicta selando a promessa.