Momento Infernal escrita por Elizzabeth Haaps


Capítulo 6
Capítulo 02 (parte 1) — Aquela missão.


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos ao inicio do capítulo 02 de MI. Agora vamos adentrar, conhecer mais o ponto de vista dos Caçadores de Assassinos... Mais uma vez o capítulo foi dividido em duas partes... Bem, não me matem =[ Como eu escrevo muito (19/20 folhas do word por capítulo), se eu postar tudo de uma vez ficará cansativa a leitura...
Enfim, espero que gostem *-* E os reviews sempre bem vindos né amores...



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O momento não era oportuno, muito menos desejado; mas era preciso, necessário, urgente. Leonardo Dawson não sabia quais palavras usar; como contornar a situação ao seu favor; qual tática ele precisaria; se era necessário um plano de fuga; um colete a prova de balas ou se somente flores o ajudariam. Talvez uma caixa de bombons... Talvez não. Mulheres estavam sempre de dieta; obcecadas por regimes; a procura de fórmulas mágicas que ajudassem-nas a perder aquelas gorduras indesejadas... Mas afinal, que presente levar para a esposa que, além de ajudá-lo a controlar a fúria da mesma, fosse ao mesmo tempo prático e fácil de encontrar? Pensara remoendo cada pista que sua mulher tinha lhe dado em todas as suas conversas durante os anos de casado, mas chegou à conclusão que um presente assim não existia; ele iria mesmo com a cara e a coragem, bem como diz aquele velho dito popular.


Se tivesse prestado mais atenção aos conselhos do seu velho pai, talvez não estivesse com esse impasse a resolver; talvez já tivesse partido para sua missão sem ter que dar satisfação para quem quer que seja... Por outro lado não teria alguém que se preocupasse realmente com ele, o mimasse; e o melhor de tudo, não teria em sua vida seu maior premio: Manuela Alencar Dawson, sua parceira, colega, amiga, amante, esposa.


Leonardo, assim como seu pai Augustos Carneiro, servia à organização secreta Caçadores de Assassinos – CA’s –. Na época em que o governo brasileiro estava com alguns problemas com a população, – que furiosa lutava contra ditadura militar que se instalara no país –, essa organização fora criada com o intuito de recuperar o equilíbrio natural das coisas, manter o controle. E para que isso fosse feito, e bem feito, o draikaner – como os soldados eram chamados na CA – tinha que ser submetido a um treinamento pesado onde eram postos à prova: sua percepção, liderança, força física e mental, entre outras coisas.

Bem como o seu pai e o avô dele, Augustos passara o seu legado para o seu primogênito, Leonardo, que teve por missão guardar o segredo e servir lealmente. É evidente que Leonardo não conseguiu esconder esse pequeno segredo por muito tempo de sua mulher, pois assim como ele, Manuela era inteligente e não descansava até que a verdade fosse despejada em seu colo. Mas agora o problema estava cercando-o como uma névoa num dia frio. Como contar para sua esposa que os Ca’s estavam de volta e que ele tinha assumido uma missão?


Depois de ter desligado o telefone celular ele procurou uma cadeira pra sentar-se; olhou as horas, era fim do expediente. Fechou os olhos, colocou as mãos na cabeça, recostou-se na poltrona e ficou parado, pensando. Depois de vinte anos quase desativada, sobrevivendo apenas dos patrocínios secretos do governo, a organização estava de volta, e quem estava na co-liderança da equipe, assim como seu pai um dia estivera, era Leonardo.


Respirara fundo, abrira os olhos e saiu em busca de tulipas, as flores prediletas de sua mulher. Em todo o trajeto foi pensando no que diria para sua esposa, não que saísse nada plausível... Depois de enfrentar o trânsito da cidade de São Paulo, tinha chegado mais cedo, com um sorriso na face e um buquê de tulipas em mãos.

O cheiro das flores misturava-se com o aroma da comida que Manuela estava preparando na cozinha, e aquele cheiro era de lasanha, o prato preferido de Leonardo, com muita caloria... Parece que não era apenas ele que tinha uma notícia grande para contar naquela noite de verão.


— Leonardo? — Disse Manuela da cozinha quando ouviu o barulho da porta bater.

— Sou eu. — Respondeu ele apreensivo demais para dizer qualquer coisa além do perguntado.


Lembrou-se da reação de sua esposa quando descobrira que ele fazia parte daquela organização e que tinha se submetido ao treinamento, que foi classificado por Manuela como: “sado masoquista/masoquista”, pois de acordo com ela apenas pessoas que se encaixariam nesses adjetivos submeter-se-iam a um treinamento como aquele. Desacreditada, foi à casa dos pais de Leonardo e enfrentou o velho Augustos dizendo que ele só podia ser um insano, como teve coragem de expor seu filho a uma situação como aquela... Mas o aposentado negara tudo e continuou a fingir que era maluco. Seu personagem: um coronel em plena guerra mundial com os argentinos. “Malditos argentinos!” Dizia Augustos. “Qualquer dia mataremos Messi e então quero ver o que vai restar”. Como Manuela reagiria se soubesse que Leonardo tinha uma missão? Que tudo aquilo estava mais concreto que ela imaginava...


— Chegou cedo hoje por quê? — Disse ela quando viu que tinha terminado de preparar o jantar.


Leonardo que já estava na cozinha observando-a. Estendia seu braço deixando o buquê de tulipas à vista, na frente de sua face. Pelas frestas que existam entre uma flor e outra ele pode ver que tudo estava em seu devido lugar; a não ser aquela agenda aberta perto do fogão, o que não era exatamente um bom sinal, já que Manuela estava preocupada demais com algum negócio, e ele era importante demais para se da ao luxo de ser esquecido... Aquilo era um péssimo sinal... Em meio a uma semana agitada como aquela tinha sido, a casa estar em perfeito estado e lasanha no jantar? Com certeza aquele era um péssimo sinal.


— Tulipas... — Manuela sorriu ao ver as flores e foi ao encontro deles, do seu marido e do buquê, digo.

— Sua flor predileta amor. — Leonardo disse sorrindo nervoso.

— Qual é a ocasião especial?

— Um bom marido precisa de ocasião especial para comprar tulipas para sua esposa?

— Talvez. — Manuela disse desconfiada.

— E a lasanha, a casa arrumada e a agenda perto do fogão? Qual a ocasião especialíssima?

— Especialíssima?

— Claro. Você vive nesse regime que nunca acaba, a casa esta em perfeito estado, sendo que essa semana não é qualquer semana, e sua agenda perto do fogo? É sim uma ocasião e tanto.

— Talvez, talvez não. Estou em conflito.

— Com o que você vai me contar?

— Tudo bem, confesso. Mas eu conto se você me contar primeiro.

— Não tenho nada para contar amor já disse.

— As flores me dizem o contrário.

— Lembrei de você.

— Leonardo...

— Por que não comemos e deixamos a conversa para a sobremesa? Vai esfriar.


Não trocaram muitas palavras no jantar, que embora delicioso, estava se prolongando demais. Ambos estavam ansiosos, aflitos e nervosos o suficiente para não usar da etiqueta. Comendo com um tanto de pressa, sem mastigar direito – coisa que a mãe de Manuela, Vivian Alencar, não aprovaria, já que era dona de uma escola de boas maneiras. (Acredite, ainda em pleno século vinte e um pessoas buscam, e muito, por professores capacitados nessa “matéria”, sendo a maioria, recém inclusos na sociedade paulista.) Marido e mulher mal olhavam-se, estavam mergulhados em seus pensamentos, buscando a maneira certa de fazer, tentando mesclar palavras, que juntas, formariam um argumento impenetrável onde não haveria espaço para discussões.


Quando o (demorado) jantar havia acabado, Manuela tinha servido o marido com a sobremesa, sorvete. O casal já estava estacionado no sofá há algum tempo degustando lentamente, quando Manuela que iniciou a conversa.


— Então... Tulipas... — Disse tentando puxar conversa, mas aquela batalha ela perderia, sempre ansiosa como era, seria ela com certeza a primeira a contar a notícia.

— Lasanha... Bom humor...

— Bom humor? — Ela disse jogando uma almofada no marido. — Sempre estou de bom humor.

— Com certeza...

— Tudo bem, já chega! Eu sei que você tem alguma coisa séria para me contar.

— Coisa séria? Não...

— Leonardo, sempre que você me trás tulipas ou você tem alguma coisa séria para me contar ou é meu aniversário; como a segunda opção não é válida creio que a primeira é que esta em questão aqui. O que você tem pra me contar? — Foi direta. Sem rodeios.

— Me ligaram... Mas você primeiro amor.


Manuela rolou os olhos e respirou fundo; sabia que ela tinha que contar se quisesse saber o que se passava na cabeça de Leonardo, mas no caso dela não era nada grave... E eles esperaram tanto por isso... Dois anos... Várias tentativas e agora finalmente acontecera. Ela iria dar continuidade a sua descendência. Em seu ventre estava o seu herdeiro. Ela estava finalmente grávida.


— Você... Lembra como queríamos um filho amor? Cronometramos o tempo certo, avaliamos os pós e contras... mas nunca conseguimos? — Manuela respirou fundo, de novo e de novo — Aconteceu. — Disse quase num sussurro. — Estou grávida.


No primeiro momento não houve nenhuma reação. Leonardo estava em choque com a notícia. Depois, suas pupilas se dilataram; seu coração bateu mais forte; mãos suaram; pensamentos ilógicos começaram a surgir em sua mente: se imaginou ensinando seu filho a falar, andar, a jogar futebol – com certeza seria atacante. Ele sorriu largamente e foi ao encontro de sua esposa e a abraçou, beijando-a forte, porém calmo, deixando a taça cair no chão melando o tapete. Manuela o abraçou também, ela estava em êxtase. Tivera se controlando o jantar todo com medo da reação de seu marido, com medo dele não aceitar, com medo de não ser uma boa hora para uma notícia assim, com medo de tudo... Mas agora vendo a reação do seu marido, que fora tão espontânea, natural, em sua face aquela alegria e o brilho em seus olhos... Estava tranquila.


— Grávida? Tem certeza? — Leonardo disse depois de um longo abraço e um beijo.

— Sim. Um mês.

— Por que demorou tanto para me contar? — Leonardo disse alisando carinhosamente a barriga de sua esposa.

— Queria ter a certeza. Porque se não fosse verdade não queria criar falsas esperanças.

— Por isso o cansaço e o sono aumentaram...

— É. Mas e você? Qual a novidade?


Foi então que toda aquela felicidade se dissipou. O sorriso já não estava estampado em sua face; ele já não alisava a barriga de sua mulher; já não tinha mais o brilho em seus olhos; voltara à realidade. E nela ele não podia ter filhos ou esposa, não quando os CA’s lhe designam uma missão especial. Não ali, nem agora.  Leonardo olhou para baixo e virou um pouco o rosto, não queria que Manuela visse a decepção que tomara conta de suas expressões agora; não queria deixá-la preocupada; não queria estragar o momento; mas precisava. Tinha que contar a verdade, pois geralmente casos como esses demoravam meses para encontrar soluções e Leonardo não ficaria fora tanto tempo sem que sua mulher percebesse.


— Ao contrário da sua, minha notícia não é agradável aos ouvidos.

— Por isso as tulipas?

— Esperava que elas me ajudassem...

— O caso é tão serio?

— Um pouco...

— Sempre que você me trás tulipas não vem boa coisa pela frente. Você me traiu? É isso?

— O quê? Trair?

— Não amor... Mas se foi o caso tudo bem, não preocupe-se com isso. Podemos dar um jeito. — Manuela disse sendo irônica.

— Aceitei uma missão. — Leonardo disse ignorando o ultimo comentário da esposa.

— Missão? Agora chamam de “missão” — Manuela fez aspas no ar — esse tipo de negócio? E essa “missão” — Ela repetiu o gesto anterior — é na luz vermelha?

— Você não vai insistir, vai? — Manuela olhou para baixo pensando, e logo concluiu que continuar insistindo não adiantaria, Leonardo sempre fora verdadeiro com ela e essa insegurança agora não era necessária.

— O departamento de finanças anda evoluindo mesmo...

— Vou viajar para o nordeste.

— O quê?!

— Iniciar o estudo da missão e em alguns dias volto. A organização me ligou, vou para uma missão designada pela CA. — Como já era previsto Leonardo não encontrou as palavras certas, não pensou. Apenas despejou a noticia. Direto.


Foi como ele pensou. Não conseguira escolher palavras, contornar a situação. Apenas disse. Manuela ficara da mesma forma que ele quando recebeu a noticia da gravidez, sem reação, em choque. Mas porque será que algo dizia que os instantes seguidos não seriam de felicidade ou euforia como tinha sido antes?

— Caçadores de Assassinos... É dessa mentira que você esta falando? Dos Caçadores de Assassinos... Pensei que estavam desativados; que não existiam mais; se é que um dia existiram de verdade... — Manuela completou mais pra ela do que pra Leonardo — Pensei que nunca mais eu ouviria algo sobre isso; que era uma brincadeira. Augustos negou tudo, então pensei que talvez você estivesse brincando... Você não pode ir. Vai ser perigoso demais.... Lidar com assassinos... Assassinos Leonardo! E se você morrer? Como eu vou ficar? E o nosso bebê...

— Manuela! — Leonardo disse interrompendo o fluxo descontrolado de palavras que Manu despejava rapidamente nele. Era sempre assim... Quando ela ficava nervosa sempre falava demais, pelos cotovelos.

— A organização não foi desativada — Continuou Leonardo — ainda permanece ativa pelo governo. Eu não pensei que fosse receber uma missão, não dessa organização, por pelo menos uma década... Não tenho escolha, fiz uma promessa amor e... Não irei morrer.  — Disse frisando a negação que fizera tentando tranquilizar Manuela.

— Mas porque você? Não existem outros que possam ocupar o seu lugar? Porque agora? E o nosso bebê...

— Não... Não queria que fosse assim, mas não tenho escolha e além do mais o governo não quer chamar mais a atenção, não tão perto da eleição presidencial.

— Mas do que se trata tudo isso?

— Quanto menos você souber, melhor. Assim estará em maior segurança.


Depois de muita conversa e várias explicações, Manuela não tinha como argumentar mais. Até poderia colocar a vida do seu bebê em jogo, fazer chantagem emocional, mas ela não era assim. Mesmo antes de dizer o famoso “sim” no altar, ela tinha descoberto o segredo passado de pai para filho e desde então vivia preocupada, com medo, mas ocultava tais sentimentos temendo que eles se concretizassem, e agora que estava acontecendo ela não sabia como proceder. Será que deveria impedir Leonardo? Será que deveria deixá-lo ir? Contaria para alguém?


— Estou partindo amanhã depois do amanhecer. Não quero que te preocupes, principalmente quando em teu ventre está nosso bebê. Já falei com os meus pais, ficarás lá até eu concluir a etapa de reconhecimento, logo após voltarei.

— Por favor, Leonardo, não vá. — Os olhos de Manuela estavam vermelhos, a garganta seca, feições tristes.

— Não tenho escolha. — Agora ela chorava. Olhava para seu marido e para sua barriga, apelava sem palavras à permanência de Leonardo na casa, perto dela. — Não te preocupes, logo estarei de volta pertinho de você e do nosso bebê. — Ele a beijou.


A noite estava fria. A madrugada já batia na porta e Leonardo ainda não conseguira dormir, pensando. Acordado, assim como ele, o vento corria pelo quarto deixando o clima um pouco mais frio; lá fora o silencio da noite era cada vez mais vivo. Seus pensamentos eufóricos, descontrolados, não ajudavam em nada. Estava em conflito. Não queria deixar sua esposa grávida, mas também não podia falhar com a organização, afinal fizera um juramento: Acima de tudo e de todos. Esse era o lema ao qual todos eram fieis, ao qual o draikaner verdadeiro era fiel. Estava decidido. Primeiro resolveria essa missão e depois voltaria para casa. Ele era um dos melhores, conseguiria.


Aquela estava sendo a maior noite de todas. Leonardo virava de um lado para o outro inquieto. Manuela que demorara a dormir tentando extrair mais informações do marido, acabou por ceder ao cansaço mental que tudo aquilo a tinha proporcionado e dormira. Um sono meio turbulento, pois assim como seu esposo, se mexia mais do que o normal, porém não acordava.

Quando finalmente os primeiros raios solares invadiram a janela do seu quarto, Leonardo levantou-se lentamente, e sem fazer nenhum tipo de barulho pegou o terno que já estava escolhido e foi se arrumar. Ainda no banho ele pensava se tinha feito a escolha certa, se sua mulher estaria segura, a salva, se ele conseguiria concluir a missão com êxito...


É, a vida de casado tinha mudado muito Leonardo. Se recebesse uma ligação dessas há três anos nem pensaria duas vezes e já estava no campo colhendo mais informações, planejando estratégias, identificando o alvo e fazendo o tinha que ser feito. Mas agora, tinha muito mais em jogo. Não era apenas a sua vida, mas sim a da sua esposa e de seu bebê. Uma criança... Agora muita coisa estava em jogo, realmente.

Já pronto, escreveu um bilhete para sua mulher que dizia: “Pensarei em você todo o momento”. Pegou uma mala que tinha ajeitado na madrugada e partiu para o aeroporto. Lá encontraria o seu superior – o líder Alfa como o chamavam entre si – para melhores informações sobre a missão.

Àquela hora da manhã o trânsito não estava muito congestionado então chegara mais rápido no aeroporto; estacionara o carro no lugar combinado e esperou. Não demorou muito e outro carro estacionou perto do dele e emitiu um sinal: três piscadas do farol com o intervalo exato de dois segundos cada. Era o que ele esperava. Leonardo desceu do seu carro, nervoso; travou as portas e foi na direção do outro que já estava com a porta meio aberta. Aquela seria a primeira vez em anos que veria o resto da equipe, que executaria uma nova missão....

Ele entrou.

No interior da limusine preta estava à espera de Leonardo a equipe A completa: águia, tigre, urso e o líder Alfa; sendo estes respectivamente: Ricardo Santos, – entrou na organização junto com Leonardo e foi por um pequeno período o seu parceiro, no tempo em que CA’s trabalhavam em duplas, ainda nos treinamentos. Sua especialidade é a visão. Ricardo sabia de tudo o que se passava no Brasil, com ajuda de sua própria equipe claro.

Henrique Cabral – assim como Ricardo, também iniciou seus trabalhos na organização na mesma época que Leonardo. Bem centrado, focado em sua escolha, ele evoluiu no treinamento e conquistou um cargo na equipe primeiro que todos. Sua especialidade é acertar qualquer alvo. Henrique, bem como os outros, era treinado para saber matar, mas ele tinha nascido com o que o líder Alfa chamava de “lado negro”; capaz de atirar e ter sucesso sob circunstâncias bastante complicadas, por assim dizer, Henrique ganhara um posto de confiança na equipe, era o braço direito do líder.

Lucas Leal – chegara um pouco mais tarde na organização, mas já no inicio do seu treinamento demonstrou equilíbrio mental e físico, destacando-se dentre os outros. Sua especialidade era o quase total controle da sua mente e seu corpo. Fora, assim como Leonardo, o que passou mais tempo na sessão de tortura na qual eram todos submetidos no término do treinamento.

E encerrando as apresentações o líder Alfa: Augustos Carneiro – entrara na organização, assim como todos, por intermédio do seu pai, William Carneiro Macedo, condecorado como Marechal, o mais alto cargo no exército brasileiro; Augustos exercia o cargo de líder Alfa e era encarregado de cuidar para que sua equipe andasse na linha; completasse as missões e o mais importante: levasse o segredo da CA com eles para o túmulo. Obviamente ele carregava mais segredos que podia, pois o seu primogênito tinha sido infeliz nesse quesito e deixara sua esposa compartilhar com ele desse segredo, mas como não queria ver o seu filho morto, encarregou-se de deixar um lugar reservado na sua grande lista e guardou mais esse fato para si.


Sentado ao lado de Ricardo, Leonardo pode ver todos os seus colegas novamente. Era bom ver que todos estavam bem, que todos partiriam mais uma vez em busca de uma nova caça. Todos o cumprimentaram sorrindo.


— É bom estar de volta. — Ricardo comentou depois dos cumprimentos descontraídos.

— É. Vamos tirar o atraso. Mal posso esperar para pegar esse maldito. — Disse Lucas com entusiasmo.

— Um tiro no meio da cabeça, isso que lhe espera. — Henrique falou gesticulando um tiro no alvo marcado com a mão.

— Sim. Todos estão excitados com a nova missão, mas estamos aqui para colher informações e não brincar de policia e ladrão. — Quando a voz do líder ecoou grossa e autoritária, todos calaram e olharam para ele, concentrados. — Creio que esse momento seja oportuno, desejado por todos nos. Devo lhes dizer que o presidente nos contatou diretamente. Pede que essa situação seja resolvida o mais rápido possível.

— Posso perguntar do que se trata exatamente senhor? — Leonardo perguntou para o líder Alfa, Augustos Carneiro, seu pai, porém, em missão não poderia jamais haver qualquer tipo de contato que ultrapassasse a barreira profissional. Apenas a equipe sabia do parentesco entre leão, – codinome de Leonardo – e o líder Alfa.

— Afirmativo. Nesse dossiê — Augustos pegou da pasta que estava em seu colo num envelope branco — juntamos informações sobre o assassino que a imprensa local apelidara de açougueiro.

— Açougueiro senhor? — Indagou Ricardo.

— Sim. Recebera esse apelido por cortar os membros de suas vítimas, sendo essas todas mulheres solteiras com idade mediana de vinte a cinco anos.

— Algum padrão enquanto ao tempo entre um crime e outro foi encontrado senhor? — Quis saber Lucas.

— Não necessariamente. Estamos trabalhando com poucas hipóteses nessa questão, logo os informarei melhor. E antes que me interrompam de novo, devo dizer que enquanto à desova das vítimas, esta é feita através de tonéis enferrujados, largados em lugares sem qualquer ligação aparente.

— Mais alguma informação senhor? — Henrique que estava ao lado do líder Alfa perguntou.

— Há. Um detalhe importante é a marca que ele deixa em suas vítimas, duas letras, O e L. Pesquisamos todos os criminosos da região com essas letras, que pensamos formar um nome, iniciais do mesmo para ser exato, e encontramos três nomes. Sua missão, senhores, é contatar com as autoridades locais para saber melhor da história; encontrar esses criminosos; conversar com eles; infiltrarem-se nas instituições públicas locais se for preciso. Vocês sabem como devem proceder. Receberão mais informações assim que possível e lembrem-se: Não se trata apenas de uma população descontente ou uma encomenda qualquer; estamos falando de um psicopata e ainda não sabemos do que ele é capaz ainda, tenham cuidado. Dispensados.



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Notas finais do capítulo

Ai está a PRIMEIRA parte do capítulo 02 de MI. Espero que vocês gostem *-* E deem reviews amores... Tenho que saber o que acham né...
Mas e ai... Acham que Manuela contará para alguém? Que Leonardo conseguirá encontrar esse serial killer? E como será esse encontro deles?
Não percam em breve o fechamento do capítulo 02 de MI!