Certo, eu ganhei uma recompensa. Mas agora vamos à parte que interessa, acho que uma recompensa pela minha cabeça não faria sucesso no Acampamento. Ou sim. Ah, que seja. Chegamos a uma ilha, e era bem comum. Não tinha bruxas que te mandam para universos alternativos. Mas bem que poderia ter, para eu voltar logo, se bem que eu não sei se queria mesmo voltar. Tinha isso também, eu estava começando a me acostumar com o meu ~novo lar~.

A ilha era comum, bem comum mesmo, exceto pelas pessoas serem extremamente obesas. Acho que aqui era uma espécie de Nova York no universo Pirata.

Inicialmente, quando chegamos, as pessoas pareciam não parar de nos observar e apontar, mas isso é meio óbvio, já que somos piratas. Sabe, é bom viver num mundo em que você pode mostrar os seus poderes sem se preocupar se a névoa está mesmo funcionando, se não vão descobrir da existência de deuses e semideuses. É bom poder ser algo e não ter que esconder. É bom ser reconhecida, e valer 25.000. Ok, eu precisava admitir isso, estava preso na minha garganta.

A primeira coisa que falaram comigo, foi “Oh, você não é a nova integrante dos Chapéus de Palha?”, e eu incrivelmente respondi que “Sim” sem nem pensar. Droga, acho que estou me acostumando com isso de ser uma pirata. Será que Poseidon ficaria bravo se começasse uma nova era dos piratas lá na Terra? Hum... Isso é uma boa ideia, vou juntar tesouros, pesquisas e ideias, deixar tudo em uma ilha perdida em algum canto do mundo, e anunciar antes da minha execução forjada que eu deixei tudo em um lugar. Oh, não... Seria trapaça para os filhos de Poseidon. Percy e Peu gostariam.

Aconteceu uma coisa meio inesperada, e novamente Robin teve de me explicar várias coisas, quando apareceu uma garota de cabelo azul. Todos os Chapéus de Palha ficaram emocionados e gritaram “Vivi!!!!”, e Robin me contou tudo, como elas eram ~colegas~ de organização, Zoro fez questão de me contar como venceu 100 agentes da tal Baroque Works, e eu fiquei realmente querendo conhecer o tal do Crocodile. Acho que os seguidores de Gaia gostariam dele, mas Gaia é uma vadia. Logo logo a “Vivi” foi desmascarada, e todos os outros Chapéus de Palha ficaram muito desapontados ao descobrir que não era bem a Vivi, mas sim alguém vestido dela. Mas logo todos ficaram muito felizes ao ver que quem estava vestido de Vivi era, na verdade, outro amigo deles, um tal de Bon Clay.

O Sanji olhou com uma cara de nojo para ele, não entendi o porquê, então deduzi que ele tinha alguns preconceitos com Homossexuais, ou “okama” , como ele mesmo se referia. Oh, droga, ele parece bem aterrorizado mesmo. Robin, pela primeira vez, não sabe, mas ela sorriu, então pode estar escondendo algo. Depois ela me explicou que ele também era colega de trabalho dela e da Vivi, e era conhecido como Mr.2.

Bon-Clay é muito legal, ele nos levou para uma casa que havia alugado na ilha. A tarde foi muito divertida, só estranhei quando ele perguntou se podia me dar um tapa na cara. Só aceitei quando ele me explicou o porquê, e foi muito legal ver outra versão minha. Ele ficou vestido de mim por um bom tempo, e depois variou na tripulação.

Quando se transformou em Luffy, perguntei o porquê da faixa branca na mão, e eu sinceramente chorei com a história deles com a Vivi, e da despedida deles. Também me matei de rir com a história da Robin entrando na tripulação. Eles são mesmo muito divertidos, e não são piratas maus como as histórias os retratam...

Acabamos descobrindo que teríamos de ficar na ilha por mais um dia, para o Log Pose se acostumar, e Robin e Nami me chamaram para ir ao Shopping com elas. Nami disse que me emprestaria dinheiro, e eu perguntei se ela aceitava dracmas, mas ela não entendeu. Só aceitou quando descobriu que eles eram feitos de ouro.

Fizemos compras, e eu comprei várias roupas. Ainda bem, estava cansada de usar a mesma calça ou short emprestado da Nami todos os dias, com minha camisa básica, jaqueta e coturnos/sandálias de dedo emprestado da Nami. Agora tenho mais três regatas básicas, dois shorts, uma calça, uma sandália rasteira, um tênis, e um casaco simples com capuz. Me sinto mais a vontade assim.

As meninas falaram que tenho uma forma de me vestir estranha, mas resolvi não comentar sobre a tanga na cintura da Robin, e a calça com sutiã da Nami. Paramos em uma lanchonete para comer, e uma estranha mulher nos chamou atenção. Ela tinha péssimos modos, e comia quase mais que o Luffy, se não era igual! E sempre pedia mais. Na Terra, eu acharia isso estranho, e a mandaria ter modos, mas aqui eu achei extremamente divertido, e apenas ri com Robin e Nami. Ah, esqueci de mencionar que os novaiorquinos olhavam com uma cara de recalque para ela, já que era magrinha e comia tanto! Eu era assim com seis anos também. Pena que não mais...

Quando estávamos saindo do shopping, topamos com ela, e fiquei com medo. Ela reclamou alto, mas depois olhou para mim e sorriu. Pediu desculpas e começou a conversar com Nami e Robin, e eu me metia na conversa as vezes, já que entendia do que elas falavam. Sério, estou odiando ser tratada como uma simples criancinha, e a Nami fez questão de contar isso à Bonney. Ela sorriu inicialmente, mas depois descobriu que eu tenho uma recompensa em uma semana, e falou que achava que eu estava certa, além de forte, sou madura. Isso foi um grande elogio para mim. Depois, ela cochichou algo para as outras, e estou curiosa até agora para saber o que era.

No dia seguinte, acordei cedo. Eles se esforçavam para não fazer barulho, e estavam todos olhando para mim, com olhos enormes, parecendo que estavam me estudando. Quando abri os olhos, todos se assustaram, e tentaram disfarçar, mas acabou que o Usopp entregou que eles tinham um presente para me dar.

Sem que eu soubesse, ontem, Nami e Robin compraram uma camisa branca básica, e depois que dormi, eles pintaram o símbolo dos Chapéus de Palha, e nas costas cada um escreveu o seu nome. Eu não aguentei, e comecei a chorar, mas de felicidade, emoção.

Fiquei mais emocionada ainda quando Chopper me deu a caneta e disse: “Você é uma de nós. Assine o seu nome também!”.

Eu os agradeci, e caí em lágrimas. Eu os amava. Amava estar ali. Mas eu tenho um lar, eu preciso voltar.