Quando acordei novamente, agora em uma cama, me perguntei onde eu estava. Bastou olhar para o lado e ver o guaxinim dormindo, que pude lembrar de tudo. Oh, céus! Por que aquelas loucas me mandaram justamente para cá? Por que logo para esse navio estranho, com gente estranha e esqueletos pervertidos (e vivos)? Que droga! Quero voltar logo para o meu Acampamento!

“Pai?”. Tentei chamar pela mente, “Pode me ouvir?” Nada. “Olha, sei que está chateado comigo e tal, eu não te ouvi, mas, por favor, preciso da sua ajuda agora!” Silêncio. Legal, meu pai está me ignorando. Ou não, pode ser essa parada de outro universo... Será que ele me ignoraria e me deixaria aqui só porque não o ouvi sendo que estava drogada? O guaxinim acordou, e murmurou alguma coisa. Nossa, ele é fofo! Mas, espera! Guaxinins não falam! Levanto-me rapidamente e olho para ele, assustada.

–Você está bem, moça? – Ele pergunta. Eu posiciono minhas duas mãos sob minha cabeça, e a abaixo, em sinal de desespero.

–Não, eu não estou bem! Quem é você? Onde estou? Por que você fala? Guaxinins não falam! Como volto para o acampamento?

– EU SOU UMA RENA! NÃO SOU UM GUAXI...

–Chopper, está falando com quem? – Ouço a voz da moça de cabelo laranja falando. Ela aparece e sorri para mim.

–Oh, você acordou! Ei, Robin, venha ver! – Ela diz, e a moça morena e bonita com nome do parceiro do Batman aparece. “Sério, elas devem sentir dor nas costas. As duas!”. A tal da Robin vira para mim e diz:

– Olá, eu sou a Robin. Essa é a Nami e o pequeno ali é o Chopper. Ele é uma rena, e... Fala. Não se assuste, ele é bem amigável e foi ele que cuidou de você quando nosso músico pervertido falou contigo...

– A caveira? Ele tem alguma relação com Hades?

– Hades? Hã? Mas sim, o Brook... Ele já teve o que merece por dizer aquilo à uma criança. – A “Nami” falou.

– Criança? Olha, moça laranja, eu tenho 13 anos! Não sou mais uma criança!

Bem, isso era uma coisa bem comum. Antes me chamavam de criança, mas depois que descobriram que sou filha de Zeus, passaram a me temer... Dizem que pareço ter mais, mas não sei... A moça laranja riu e eu falei novamente:

– Não sei a definição ou a idade de crianças nesse universo, mas saiba que meu pai é Zeus e sou mais inteligente que muitos filhos de Atena. Já realizei inúmeras missões e sou muito, mas muito respeitada no acampamento!

Tapei a minha boca com as mãos. Droga, droga, droga, droga, acabei falando demais.

–Zeus? Atena? Quem? Acampamento?

Ah, como são ignorantes! Eu ia responder, mas a Robin interrompeu...

– Espere, vamos chamar o resto da tripulação, acho que eles gostariam de saber de onde você vem...

Assenti com a cabeça e ela chamou o resto do pessoal esquisito de antes. O esqueleto, que acho que o nome é Brook, pediu desculpas e tal, eles se apresentaram e contaram a história do universo deles, de um pirata f*** que escondeu tudo e criou a era dos piratas, e que agora eles estavam em busca desse tesouro, One Piece, algo assim, e eu contei para eles minha história, do Acampamento Meio-Sangue, da minha missão, das bruxas loucas e...

–Sou filha de um deus...

–Enel? – O Zorro, Zoro, sei la, o homem de cabelo verde, perguntou.

– Ele é o mais poderoso dos deuses, e é o deus dos céus e do trovão.

–Sim, Enel – o Sandy confirmou.

–Não, não é “Enel”, é Zeus, e garanto que esse tal de Enel aí não se compara à força de Zeus. Quem é Enel, Zorro e Sandy?

Eles riram, mas não entendi no momento. Logo depois me contaram que era Zoro e Sanji. Droga, que vergonha! Também me contaram quem era esse Enel, e a aventura que eles tiveram na “ilha do céu”. Será que não viram Calipso? Meu primo Percy, de Poseidon, já me contou sobre ela, numa ilha do céu.

–Acho que com a inteligência da Robin, e com meus conhecimentos meteorológicos, podemos criar um portal para te enviar de volta.

“Bruxas?” pensei. “Não se deve confiar em bruxas...”

– Você que é esse negocio deusa, semideusa aí... Será possível que você teria, hm... SUPEEEEEEER poderes? – O Franky, de cabelo azul estranho perguntou.

–Eh, isso aí...

– Legaaaaal! Será que eles funcionam aqui? – O Chopper perguntou.

– Hm... Acho que tenho que testar... – Respondi.

–Pode testar em mim, menina de longe, eu sou beeem forte! – O capitão Luffy falou.

Assenti com a cabeça, e segurei a mão dele. “Não posso machuca-lo, já que eles concordaram em me hospedar enquanto não volto para casa”. “Vou usar um poder semi-fraco”. Concentro-me e ordeno “Choque!”.

Mas nada acontece. Acho que não funcionam.

–Bem, isso desmaiaria alguém no meu mundo. Estou sem poderes aqui, mas tenho certa habilidade com espada e sei um pouco de arco e flecha. Posso ajudar se precisarem...

–Espadas, huh? Ainda acho que é uma espiã da marinha... – O Zoro falou, desconfiado

– ESPIÃ? DO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO, ESTÁ DE BRINCADEIRA? – Ok, eu não precisava ter explodido assim, mas não gosto que duvidem de mim.

–Zoro, ela é apenas uma criança... – A Robin me defendeu. Ou tentou.

–EU NÃO SOU CRIANÇA! VOCE E A LARANJA QUE SÃO UMAS... BRUXAS! E TÊM DOR NAS COSTAS! – Droga. Eu falei isso mesmo.

Todos me encararam por um tempo e começaram a rir.

–Dor nas costas? Por que eu e a Nami teríamos dor nas costas?

–Ah, seus peitos, sei la! – Falei por impulso, depois tapei a boca, para evitar falar mais e esconder um sorriso.

Eles riram mais ainda, e a Nami levantou-se e segurou os peitos, que só eram cobertos por um sutiã, e veio para perto de mim.

–Isso? Ah, nós temos isso porque somos a-dul-tas! Você não tem quase nada porque é uma criança!

– NÃO SOU CRIANÇA!

–É sim ! – Nami provocou.

–Uma criança linda! – Sanji completou.

Corei. Mas disfarcei e continuei em crise de raiva.

– Eu... não... SOU !

–É sim...

–Não sou! Não sou! Não sou!

–Sim, é sim!

[...]

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E esse foi o meu primeiro dia com os piratas do Chapéu de Palha...