Family escrita por BabyMurphy


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Alguém me incomodou demais para atualizar essa fic então..
Enjoy, ma belle.



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Depois de saber que Kurt estava com problemas financeiros, passei a dar dinheiro semanalmente. Escondido, pois seu orgulho não deixava que ele aceitasse. Nem mesmo quando eu disse que era obrigado a pagar uma pensão por conta de Rory. Então eu mandava todas as sextas-feiras através de Rory.

A divulgação da minha peça na Broadway havia começado, eu estava diariamente, de hora em hora estampando os paineis da Times Square. Os paparazzis começaram a me perseguir. As revistas já tinham estampadas em suas capas que estava me divorciando. Que meu filho estava sofrendo as consequências de meu divórcio.

O que é uma completa mentira.

Rory está mais do que bem. Está mais contente com seu novo melhor amigo, Carson. E Kurt está melhor. Rory me mantem informado. Disse que ele começou a comer direito, e que está trabalhando em casa, através de seu notebook. Isso me deixou mais tranquilo.

A peça iria estreiar em dois meses. Os ensaios estavam a toda. Fora que minha agente sugeriu que eu gravasse um CD e investisse em minha carreira de cantor. Eu não sei se isso é uma boa ideia. É nesses momentos que sinto falta de Kurt, ele era meu conselheiro. Eu poderia falar com ele, mas tenho medo que isso atrapalhe o processo de desapego.

Faz duas semanas que eu não o vejo.

– Blaine, vamos de novo do início da cena 7, por favor. – Disse o produtor paralisando o ensaio.

– Claro. – Sorri e tudo recomeçou.

O inverno estava chegando em New York. O vento frio soprava para o norte. Eu estava caminhando até meu novo apartamento, duas quadras da Broadway. Parei em uma cafeteria, peguei um mocca e continuei caminhando. O Sol estava se pondo e o céu estava tomado por um tom alaranjado. Uma das cores preferidas de Kurt.

Com todo esse negócio de solidão por conta do divórcio eu adotei uma cadela. Ela já tem um pouco de idade, estava em um canil abandonado. É uma labradora, tem em media 5 anos. Eu lhe dei o nome de Margaret Thatcher, exatamento como o cachorro de pelúcia que Kurt me deu em seu último ano do Ensino Médio.

Eu abri a porta e ela saltou em cima de mim. Começou a me cheirar e procurar comida. Derrubei o pouco de café que ainda tinha em meu copo. Eu gargalhava que nem uma criança. Ela começou a lamber meu rosto. A cena chegava a ser engraçada, como a de um filme. Eu sentado na porta do apartamento, com um cachorro enorme sobre mim.

Quando finalmente consegui me levantar ela correu até o sofá, sentou e ficou me observando. Fui até o quarto e tirei o casaco sujo de café, segui para o banheiro e peguei um pano a qual eu pudesse limpar a sujeira na entrada do apartamento. Fui até a cozinha e peguei alguma coisa para comer, e a ração de Margaret.

Sentei-me no sofá, liguei a TV. Assim que achei uma posição confortável e Margaret tinha deitado sobre minhas pernas, o telefone tocou. Margaret soltou um ganido de choro. Eu resmunguei, mas mesmo assim levantei para atendê-lo.

– Senhor Blaine Hummel-Anderson? – Disse a voz de um homem.

– Sim, é ele. – Coloquei a mão na cintura e franzi a testa.

– O Sr. poderia comparecer no Roosevelt Hospital? É uma emergência. – Pude ouvir vozes ao fundo.

– C-Como? – Gaguejei ao pensar no pior. – O que aconteceu?

– O Sr. Kurt Hummel-Anderson deu entrada no hospital tem uns quinze minutos. Seu número estava na lista de familiares. – Eu nem sequer desliguei o telefone, apenas corri.

Eu peguei as chaves do carro e disparei pelas ruas de New York. O hospital ficava próximo ao nosso antigo apartamento, do outro lado do Central Park. Segui reto a 9A. levei trinta minutos. Maldito trânsito. Mas apesar do acidente no meio do caminho, onde um carro bloqueava parte da pista, eu cheguei.

– Quarto do Kurt Hummel-Anderson, por favor. – Disse para a atendente.

– Parentesco? – Ele me olhou sobre os óculos.

– Marido. – Ela olhou para baixo e abriu um sorriso.

– 341, 3º andar. – Ela sequer olhou para mim, mas eu podia ver seu sorriso. Acho que até o segurança, fora do prédio, conseguia ver.

Entrei no elevador com aquela música ambiente que só te deixa mais nervoso. Quando ele parou no terceiro andar, dei alguns passos para a esquerda e parei em frente ao quarto 341. Abri a porta lentamente e encontrei um castanho inconsciente e o outro sentado em uma poltrona, os olhos vermelhos e os cabelos bagunçados.

– Rory... – O menino pulou em meu colo. As lágrimas rolando.

– Pai, ainda bem que você chegou. – Sua voz estava rouca.

– O que aconteceu? – Lhe soltei e olhei bem em seus olhos.

– E-Eu não sei. – Meu filho soluçava. – Cheguei em casa e encontrei ele caído na sala.

Um médico entrou na hora com uma prancheta. Ele parou aos pés de Kurt, pegou a prancheta que estava presa a cama, fez algumas anotações, virou para mim não pude deixar de me perder no verde de seus olhos.

– Sr. Hummel-Anderson? – Ele olhou na prancheta.

– Sim. – Pigarreei. – Qual o estado dele, Dr.?

– Seu marido está com um caso grave de anemia. – Ele continuava olhando para a prancheta. – Por pouco não se transformou em leucemia. Clicose baixa, imunidade baixa. Tudo aparenta que ele não vem comendo direito. O Sr. notou alguma mudança no comportamento?

– E-Eu... Nós estamos nos divorciando. Rory, você não disse que seu pai estava melhorando? – Olhei para meu filho, que voltou a chorar.

– Vou dar um momento para a família. O paciente vai acordar em alguns minutos, tentem não estressa-lo ou preocupa-lo. – Ele saiu fechando a porta.

– Rory. – Olhei sério para os olhos azuis.

– Papai, eu... – Levantei a mão para que se calasse.

– Você vem mentindo para mim? – Tirei o casaco e joguei-o em cima da poltrona.

– N-Não... – Ele começou a andar para longe de mim.

– Rory, seu pai não estava melhorando. POR QUE DISSE QUE ELE ESTAVA? – Eu comecei a gritar, não conseguia me controlar.

– Eu estava com raiva. Ele destruiu minha família. – Ele estava cabisbaixo.

– Oh meu Deus. – Passei as mãos pelos cabelos. – Você passou dos limites, Rory. PASSOU DOS LIMITES. Você por acaso pensou que ele poderia morrer? Leucemia é uma doença muito séria. E se isso acontecesse aí sim que você jamais teria sua família de volta.

– Papa...

– NÃO. – Apertei as mãos contra os olhos. – Você está de castigo a partir de hoje. Sem saidas, sem amigos. NADA. Vai ficar em casa e cuidar do seu pai. – Eu abri a porta. – Vá para casa, agora!

Ele saiu aos prantos. Posso ter sido duro, mas não conseguia ver outro jeito. Simplesmente perdi o controle.

– Não devia ter gritado assim. – Ouvi uma voz rouca.

– Kurt...

– Ele é só uma criança, Blaine. – Os olhos azuis se abriram aos poucos.

– Eu sei, eu acabei perdendo o controle. Mas o que ele fez... – Sentei na poltrona ao lado da cama.

– Ele não tem culpa. Eu é que tenho. Devia ter me cuidado mais. – Ele tentou se sentar.

– Não, continue deitado. – Peguei sua mão. – Não devia ter deixado vocês dois, sinto muito.

– Você fez o que queria. – Ele fixou os olhos aos meus. – O que achou certo.

– E agora eu sei que não foi certo. – Ele arqueou uma sobrancelha. – Eu vou me mudar de volta, garantir que você fique bem.


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Notas finais do capítulo

Gostaram??
Não sei quando sai o próximo, mas acho que em breve... :3