Family escrita por BabyMurphy


Capítulo 6
Capítulo 6




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Os dias se tornaram mais difíceis. Eu não tinha as duas pessoas que eu amava no meu dia a dia. Já fazia uma semana desde que saí definitivamente daquele apartamento. É pedir demais uma vida sem drama? Sem essa tristeza que acaba com tudo?

É, acho que é pedir demais.

Eu tinha conseguido o papel principal em uma nova peça da Broadway, os ensaios tomavam todo o meu tempo e em alguns dias meu rosto estaria espalhado por toma a Times Square.

Sonhei tanto com isso, mas agora que não tenho com quem compartilhar essa felicidade, não parece tão especial assim.

POV RORY

Quando fechou uma semana que meu pai havia saído de casa, as coisas começaram a ficar sérias. Papai não saia mais do quarto. Eu o ouvia andar pela casa a noite. Carson também percebeu isso quando ele passou a noite conosco.

Em uma das manhãs, eu entrei na cozinha e encontrei um homem de preto com o cabelo bagunçado. Peguei o telefone e comecei a discar 911 antes de perceber que aquele era Kurt, meu pai.

Tudo bem, eu não tentei realmente ligar para a policia, só era completamente estranho ver meu pai desse jeito. Eu peguei sim o telefone, mas não liguei para a policia, liguei para a minha madrinha. Rachel.

Ela me prometeu vir fazer uma visita a ele enquanto eu estivesse na escola. Rachel achava que ele iria se abrir mais estando só os dois, como eram melhores amigos desde o colegial. E ela ter consolado ele quando papai e ele brigaram pela primeira vez.

Então Carson e eu fomos para a tortura matinal que é o ensino médio.

POV BLAINE

Eu estava saindo de um dos ensaios terrivelmente cansativos quando vi Rachel sentada na plateia. Ela tinha uma expressão séria, porém os olhos estava caídos e vermelhos. Os lábios contraídos e os cabelos postos para trás. A Rachel Berry de 18 anos estava de volta.

– Está indo bem. – Ela parou em minha frente e sinalizou o palco, onde antes estávamos ensaiando. – Tentei algum papel nessa produção, mas eles claramente não sabem distinguir uma diva quando veem uma.

– Claro que eles não sabem. – Sorri e lhe dei um beijo na bochecha. – Obrigado, alias.

– Sabe de onde vim? – Ela colocou o casaco sobre uma das poltronas. – Do seu antigo apartamento. Blaine Anderson.

– Continuo sendo Blaine Hummel-Anderson, não oficializamos ainda. – Sorri torto. – O que estava fazendo lá, Rach? – Suspirei.

– Seu filho me ligou. – Seu tom de voz estava ficando mais grave. – Ele estava preocupado por não ver mais o pai em casa.

– C-COMO? – Alterei o tom de voz. – Kurt está deixando Rory sozinho?

– Não, só não sai do quarto, nem conversa. Nada. – Ela soltou um longo suspiro. – Blaine, eu sei que vocês brigaram feio, e sei que não devia me intrometer, mas...

– Acha que eu queria isso, Rachel? – Minha voz tremulou. – Eu não aguentei. Todos os dias eu chegava em casa exausto e tudo o que me esperava era um marido histérico, brigando porque coloquei a geleia do lado errado da mesa.

– Blaine, tente endente-lo, tudo bem? – Rachel pegou seu casaco. – Sabe pelo que ele está passando, não é fácil.

– Pelo que ele está passando, Rachel? – Arqueei uma sobrancelha.

– Ele não te contou? – Rachel parecia surpresa, até demais.

Eu não fiquei um segundo a mais naquele lugar depois de ouvir as novidades. Peguei meu carro e dirigi o mais rápido que pude até o lugar onde antes eu chamava de casa. Rory ainda não estava lá, o que era bom, tínhamos em torno de duas horas para uma boa e longa conversa.

Entrei no apartamento com a minha cópia de chave. Passei na sala e na cozinha. Nada de Kurt. Cheguei até a porta do quarto, que estava fechada. Eu abri lentamente e encontrei um Kurt adormecido na cama.

Por deus, vê-lo assim me deixou muito mal. As olheiras sob os olhos. O cabelo desgrenhado e a bagunça do quarto. O que diabos aconteceu com o meu Kurt? Por que ele tinha de fazer isso consigo mesmo?

Sentei-me na ponta da cama e fiquei o observando por alguns minutos. Decidi então arrumar a bagunça. Comecei pela louça na cozinha, depois a sala, e por fim o quarto. Eu estava arrumando o closet quando uma voz rouca soou no quarto.

– O que está fazendo aqui? – Kurt me olhava sério, o cenho franzido.

– Dando uma de diarista já que alguém não o faz. – Apontei para ele com a cabeça.

– Vá embora. – Ele deu as costas e saiu, eu corri e puxei seu braço.

– Que merda você está fazendo, Kurt? – Ele puxou o braço.

– VÁ EMBORA! VÁ COMO FEZ ANTES. VÁ! – Ele gritou e então lágrimas simplesmente começaram a cair.

– Você me mandou embora, Kurt. Por que afasta as pessoas quando mais precisa? – Eu peguei sua mão e dessa vez ele não recuou.

– Eu... Eu não faço isso. – Ele mirou o chão.

– Sim, você faz. Sempre fez. – Sorri torto. – Lembra quando seu pai teve câncer, você não deixou eu me aproximar. Não deixou ajudar.

– Blaine, só vá embora. – Ele ainda olhava para o chão, mas eu sabia que ele estava chorando. Não pelo tom de voz, nem por nada. Só sabia. Eu morei, amei e vivi com esse homem por anos. Ele foi minha vida por muito tempo.

– Eu não posso. – Segurei seu queixo. – É tarde demais para pular fora disso tudo.

– Está me dizendo que vai voltar? – Os olhos azuis, com tons esverdeados, me fitaram.

– Não, acho melhor ainda termos esse tempo. – Eu peguei sua outra mão e as segurei firme. – Por que não me contou que a empresa estava falindo?

– Porque não era grande coisa. Eu achei que daria conta. – Ele suspirou. – Olha como soa ridículo. Eu perdi o amor da minha vida por culpa de uma empresa. – Ele riu irônico.

– Você não me perdeu. – Ele me olhou surpreso. – Ainda não.


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