Maxi colocou levemente sua mão sobre o ombro de Naty, que olhou para trás imediatamente.

- Ah, é você... – falou indiferente e voltar a olhar para a parede.

- Sim, sou eu. Podemos conversar? – ele falou sentando-se de frente para ela.

- É sobre o trabalho da Angie?

- Não.

- Então não podemos!

- Por favor, Naty, é importante... Pra mim.

- Pode falar, então.

- Primeiro olha pra mim – ele sugeriu já que Naty olhava o tempo todo pra a parede, sobre os ombros de Maxi, mas não para seus olhos. Cedendo ao pedido dele, ela olhou para ele. – Antes de te falar o que quero, sinto muito.

- Pelo quê?

- Por hoje, por como te tratei na frente dos meninos antes, lá na sala de música, mas é que...

- Tudo bem, eu entendo – ela o interrompeu.

- ...não está tudo bem, eu não deveria ter sido tão idiota como fui, mas eu não sei como agir quando estou você.

- Mas por que, Maxi?

- Porque eu ainda gosto de você, Naty, porque eu gostava antes de viajar e gosto mais ainda agora que voltei – ele falava enquanto mexia as mãos, nervoso. – Eu não sei se há um ano você sentia alguma coisa por mim, e se sentia se ainda sente, por isso, eu resolvi começar a tentar te esquecer, mas os meninos me incentivaram a falar com você antes de tudo, é por isso que estou aqui agora Naty, pra falar dos meus sentimentos.

- Maxi, eu também sinto muito – ele olhou para ela confuso -, sinto por ter acreditado na Ludmila, por ter ficado ao lado dela e ter sido tão ignorante. Sinto por ter agido com um pouco de indiferença no primeiro dia da sua volta, mas eu não sabia como ia ser ver você um ano depois e descobrir que meus sentimentos por não mudaram...

- Isso quer dizer que você ainda gosta de mim? E que vamos poder ficar juntos? – ele perguntou animado.

- Sim, eu gosto de você, Maxi, mas do que antes – ela sorriu -, mas não podemos ficar juntos.

- Por que, não?

- Eu ouvi o Broadway contando ao André sobre a menina que você conheceu na Rússia, não quero...

- Naty – ele a interrompeu dessa vez -, não vou mentir pra você que conheci o mundo, conheci muita gente, conheci outras meninas, mas não aconteceu nada porque eu só pensava em você, deixei de sair muitas com os outros para ficar “em casa” criando coragem para te escrever um e-mail dizendo que estava com saudades, falar de tudo que havia acontecido. Eu só pensava comigo: poderia estar em todos os lugares, mas eu só quero estar ao lado dela. No fim, eu ia dormir mais uma noite sem ter tido a coragem de falar com você.

- Eu não sei o que dizer – ela falou boquiaberta.

- Sei que eu não sou o cara mais bonito do estúdio, nem o mais talentoso, e que você poderia sair com quem você quisesse, eu não me importaria, desde que você estivesse feliz, mas eu queria que você soubesse o quanto eu gosto de você, o quanto eu quero estar com você e esquecer tudo que passou.

- Maxi – ela falou com os olhos marejados -, apesar de eu não concordar com o que você disse, eu não me importo se você não é o mais bonito ou talentoso, eu não quero estar com os outros, sabe por quê? Eles não são você! E não me fariam tão feliz como sei que você vai me fazer, sendo que já o faz agora que nem estamos tão próximos. E pensando bem, eu não gosto de você... Eu amo você! – ela falou sorrindo.

E nesse momento o mundo pareceu parar para os dois, eles ficaram se olhando por alguns segundos e começaram a se aproximar, foi quando seus lábios se tocaram para um beijo inevitável, um beijo com amor, um beijo esperado, e naquele beijo eles permaneceram por alguns minutos.

Os dois desejavam em seu interior que o tempo congelasse naquele momento, no qual nada de ruim pudesse os atingir, nem as pessoas, nem as mentiras, nem as desconfianças, nem as indiferenças. Quando relutantes eles terminaram o beijo, Maxi olhou fundo nos olhos de Naty.

- Eu também amo você!

E beijaram-se mais algumas vezes, aproveitaram finalmente para conversarem sobre eles, sobre o ano em que ficaram separados, até resolverem voltar ao Stúdio.