Após a aula, o grupo ficou por mais algum tempo na sala de música, conversaram novamente sobre a bolsa de estudos de Naty, todos estavam tão felizes quanto ela pela escolha feita.

            - Ain amiga, estou tão feliz por você! – Cami falou e abraçou Naty de lado.

            - Todos nós estamos – León corrigiu.

            - Ah seu chato – Cami se emburrou e todos riram.

            - Obrigada gente – Naty sorriu. – Vou sentir muita saudade de todos, e fico muito triste de não participar das mostras desse ano.

            - É por uma boa causa, ano que vem, quando você voltar vai ser uma bailarina mais incrível do que é, e poderá ajudar muito a gente nas coreografias – Ludmila comentou.

            - Ficarei muito grata! – riu.

            - É só triste pensar que você vai no final de semana, está tão perto – Fran falou e entristeceu, assim como ela, todos ficaram cabisbaixos nesse momento.

            - Ah gente, não façam isso – Naty falou com a voz falhando -, não quero pensar nisso agora, vai ser muito triste me acordar segunda-feira e saber que não virei ao Studio.

            - Gente, gente, não vamos pensar nisso agora – Violetta sugeriu -, vamos aproveitar os últimos dias antes da viagem da Naty com ela, sorrindo, cantando.

            - Isso mesmo, a Vilu tem razão, vamos apenas aproveitar e deixar as tristezas para o final de semana – Tomás falou.

            - Posso começar a aproveitar amanhã? – Naty perguntou. – Preciso ir para casa agora, meus pais a essa altura já devem ter ligado para a família inteira, preciso resolver isso, me organizar e absorver essa história.

            - Vai lá, Naty – Ludmila falou.

            - Tchau, pessoal. Até amanhã! – Naty despediu-se e saiu.

            Estava indo para sua casa, havia sido um dia de muitas alegrias e dúvidas, e agora que já tinha tomado sua decisão, só queria chegar a casa e absorver melhor a história de viajar em menos de uma semana e deixar para trás tudo que aos poucos construiu em Buenos Aires. Não estaria deixando tudo para trás a toa, ela estava indo para estudar dança em uma das melhores escolas do mundo, mas seria por um ano, e tudo em Buenos Aires mudaria.

            Quando Naty saiu da sala de dança, os demais permaneceram por ali, então, Fran resolveu contar algo que havia pensado durante todo o dia.

            - Que tal fazermos uma festa de despedida para Naty? Assim como fizemos para o Maxi – propôs.

            - Acho uma ótima ideia – Tomás concordou.

            - Aliás, já falei com o Luca, e podemos fazer no Restó.

            - Ótimo! Vamos então dividir as tarefas para organizarmos tudo – Ludmila sugeriu.

            - Podem deixar qualquer coisa comigo, mas preciso ir agora. Tchau – Maxi falou rapidamente e saiu da sala deixando todos com sorrisinhos no rosto, afinal, eles sabiam para onde ele estava indo.

            Naty estava andando em direção a sua casa calmamente e com fones nos ouvidos, foi quando sentiu uma mão tocando seu ombro, olhou para trás e lá estava ele, Maxi.

            - Oi – ele disse com uma voz triste.

            - Oi.

            - Quis conversar com você o dia todo, mas não consegui... Podemos falar agora? Sei que não estamos em uma boa situação, mas queria muito isso...

            - Tudo bem Maxi, podemos conversar, nós somos amigos, estarei sempre aqui para falar com você – ela deu um sorriso encorajador para ele.

            - Obrigado – ele sorriu de volta. – Parabéns pela bolsa, você a mereceu, realmente mudou muito nesse ano.

            - Obrigada! Mas não era só isso que você queria falar, né? – ela questionou rindo.

            - Não – ele concordou. – Queria dizer que apesar de estar muito feliz por você, sentirei sua falta, demais! Esse ano todo longe de você vai ser muito difícil, seria difícil mesmo que estivéssemos juntos, mas agora, depois dos últimos acontecimentos, vai ser mais...

            - Sabe Maxi, vai ser duro para mim também, só que muitas pessoas disseram que talvez isso seja o melhor para nós – comentou.

            - Já ouvi isso também. Você concorda?

            - Eu não sei, não vou mentir para mim, não vou mentir para você... Ainda gosto muito de você Maxi, e ano passado, quando foi sua vez de viajar, eu já gostava de você, e não consegui me esquecer de você – ela foi sincera -, estou na mesma situação agora, só que tem mais um problema, agora temos uma história juntos, e isso vai pesar bem mais.

            - Naty, eu também ainda gosto muito de você, isso não é segredo para ninguém, nem para você, não queria que tudo tivesse terminado como terminou, mas já conversamos sobre isso... Só queria dizer de novo que sinto muito por tudo, mas que vou estar aqui torcendo por você – falou por fim.

            - Também sinto, mas agora já passou. Penso que muitas coisas poderiam ter sido diferentes...

            - Penso todos os dias em quão idiota e burro eu fui em não acreditar em você!

            - Não se culpe, hoje eu consigo entender que talvez Ana tenha uma parcela de culpa maior que a sua em tudo isso. Tudo bem que você deveria ter acreditado em mim, porque eu era sua namorada e não mentiria ou aprontaria tanto quanto ela fazia parecer, mas Ana interpretava muito bem – riu.

            - E eu cai como um patinho. Queria que nada disso tivesse acontecido, que Ana não tivesse aparecido, ou que pelo menos eu pudesse voltar no tempo e não ter dado bola para ela – comentou.

            - Não vamos nos lamentar mais por isso, passou. Agora é bola pra frente, alguém quem sabe, tudo volte a ser como antes.

            - Você acha que ainda temos chance? – ele questionou esperançoso.

            - Jamais diga nunca, não é? – ela sorriu.

            - É, espero que tudo volte a ser como antes, mesmo que seja daqui a um ano, quando você voltar para nós.

            - Agora preciso ir, meus pais me esperam – ela comentou.

            - Vai lá, parabéns novamente!

            - Obrigada! Tchau, Maxi.

            - Tchau, Naty. Fica bem – ele deu um sorriso amarelo.