- Você queridinha, com certeza você irá – ela falou apontando para Naty que entrava na sala de dança, e todos olharam para ela imediatamente -, parece que você é mais irresponsável que seus amiguinhos, e por isso vai ficar aqui depois do horário.

- Como assim, Gregório? O que está acontecendo aqui? – perguntou Naty sem entender nada.

- Natália, alguém te explica isso depois. Agora vamos a nossa aula que já estamos mais do que atrasados.

- Mas Gregório, você ainda não falou quemé o outro escolhido... – Maxi falou.

- Maximiliano, é bom ver você por aqui! – Gregório falou ironicamente - Já que você está de volta depois de tanto tempo acho que não faria mal nenhum que você ficasse depois do horário fazendo companhia a sua colega. Agora vamos lá... 5, 6, 7, 8.

E então a aula de dança seguiu normalmente, com Gregório ditando suas regras esdrúxulas e gritando com os alunos como se não houvesse amanhã. No pequeno intervalo que Gregório deu enquanto ia até a sala dos professores buscar um CD que havia esquecido, Violetta explicou a Naty o que havia acontecido e para que ela foi convocada.

- Então você quer dizer que eu vou ter que ficar aqui depois do horário para limpar a sala de dança? – Naty falava indignada.

- Isso mesmo Naty, Gregório ficou muito chateado quando chegamos 10 minutos atrasados e resolveu nos punir por isso.

- Não acredito! A gente vem pra cá, se esforça, dança, canta e todos os dias, nunca nos atrasamos, e por causa de um dia, ele faz isso, o Gregório não tem mais jeito mesmo, mas fazer o que, vou ficar né – Naty falou por fim.

- Muito bem Natália, tudo seria mais fácil se todos concordassem com tanta facilidade com minhas medidas como você – Gregório falou rindo -, agora, de volta a aula.

A aula continuou, assim que terminara, os amigos ficaram conversando mais um tempinho no Zoom, até que aos poucos, começaram a ir embora.

- Vamos Léon, papai está nos esperando para o jantar. – Violetta pegou a mão de Léon ajudando-o a levantar – Tchau pessoal, até amanhã! Naty, Maxi, boa sorte pra vocês – sorriu.

- Tchau gente! Até mais – Léon falou e ele e Vilu saíram de mãos dadas.

- Nós também vamos indo, não é, Tomás e Cami? Temos que terminar nossa música para a aula da Angie – Francesca falou.

- Vamos! Até mais, gente – Cami falou e saiu junto com Tomás e Francesca.

- Eu também já vou! – Broadway falou por fim, deixando apenas Naty e Maxi no Zoom.

Assim que todos saíram, eles levantaram-se em silêncio e foram até a sala de dança onde Gregório e Ludmila terminavam de dançar uma nova coreografia. Entraram e ficaram lado a lado olhando para Gregório que por fim falou:

- Ora, ora, antes tarde do que nunca... Parece que vocês não aprendem mesmo, faz mais de 20 minutos que suas aulas acabaram.

- Mas estamos aqui, não estamos? – Maxi falou alterado.

- Não fale assim comigo, rapaz, não pense que sou favorável a sua volta a este estúdio, mas como minha palavra não vale nada, você está aqui!

- Olha aqui, Gregório... – Maxi aumentou a voz e aproximou-se de Gregório, Naty colocou a mão em seu braço, o que fez com que ele a olhasse e evita-se cometer erros. Mudou o tom de voz e falou – O que é para gente fazer?

- Bom, deem uma arrumadinha por aí, vou estar na sala dos professores. Ali no canto têm panos, produtos, coisas que vocês possam precisar. Até mais queridinhos – falou e saiu seguido por Ludmila que até então só tinha ficado quieta e rindo da situação toda.

Logo que os dois fecharam a porta, Naty notou que ainda estava com a mão no braço de Maxi, e retirou-a imediatamente virando-se para ir até o canto pegar um pano, Maxi aproximou-se e falou perto do rosto dela.

- Obrigada.

- Pelo quê? – afastou-se dele.

- Por evitar que eu brigasse com o Gregório.

- Não foi nada. Não seria uma boa ideia você brigar com ele no seu primeiro dia, isso lhe causaria muitos problemas.

- E nesse momento o que Gregório mais quer, é que eu me meta em problemas.

- Exatamente – Naty sorriu -, agora vamos terminar isso logo, que quero ir para casa.

Então eles organizaram tudo em silêncio. Naty por ser menina, ficou responsável pela organização dos objetos em seus lugares, enquanto Máxi limpava por cima e por baixo dos poucos móveis. Durante todo tempo, ela evitou ao máximo ter contato com ele, enquanto Máxi limpava em um lado, ela arrumava do outro. Não conversaram mais do que o necessário. Após umas duas horas aproximadamente, terminaram.

- Tudo pronto! – Máxi exclamou sentando-se no chão.

- Ah, que bom! Não via hora de terminar para poder ir para casa, estou morrendo de fome – Naty comentou.

- Eu também... Então, não quer passar no Restó para alguma coisa?

- Não acho uma boa ideia.

- Por quê? Estou te convidando como convidaria qualquer uma das meninas aqui, você é minha amiga, Naty.

- Tudo bem. Então vamos...

“Bem que eu gostaria de ser mais do que sua amiga, Máxi” pensou Naty. Eles saíram em silêncio em direção ao Restó, lá se sentaram, fizeram o pedido e ficaram conversando.

- Então, como está tudo lá no Stúdio? – Máxi questionou – Em um ano, parece que muitas coisas mudaram.

- Como você pôde ver, o Pablo é novamente nosso diretor...

- Amém! – Máxi interrompeu-a.

- ...os casais que já esperávamos estão juntos, e felizes. Passaram por aqui alguns alunos de intercâmbio, mas foi uma passagem rápida.

- E você?

- O que tenho eu?

- Soube que não é mais amiga da Ludmila...

- Mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer, não é mesmo?

- Posso parecer idiota por falar isso, mas foi melhor assim, ela só lhe mal. E vejo que você já está se dando muito bem com todos.

- Acho que nunca tiveram algo contra mim, o problema de todos é a Ludmi – Naty sorriu.

- No começo você era bem do tipo da Ludmila né, entrava nas suas maldades, ajudava nos seus planos, mas agora está diferente.

- Eu entrava na dela, porque não conhecia o pessoal, não sabia que iriam me aceitar com tanta facilidade, e precisava de um amigo aqui né.

- Mas agora você tem muitos. E preciso ressaltar que essa mudança toda, te deixou mais bonita... – Máxi riu.

- Ahh, obrigada. Tenho que ir embora – falou firme e levantou-se.

 - Espera, eu falei alguma coisa? – ele perguntou, mas Naty já estava saindo – HeyLucca, bota na minha conta – gritou para Lucca que assentiu, deixou o dinheiro sobre a mesa e correu atrás dela. Encontrou-a na porta. - Está tarde, é perigoso andar sozinha.

- Está tudo bem, estou acostumada – falou ainda andando.

- Não sei o que aconteceu ali que te deixou assim, mas eu te acompanho, prometo que fico em silêncio, só não quero que ande sozinha, não dormiria em paz sem saber que você chegou bem em casa – Máxi falou indo um pouco mais atrás dela.

- Obrigada – Naty falou parando até que Máxi ficou ao seu lado e seguiram em silêncio.

Andaram por alguns minutos até que Naty parou em frente a sua casa e virou-se para Máxi agradecida.

- Bem, é aqui que fico... Obrigada por me acompanhar – sorriu e se virou.

- Err.. Disponha! – riu – Até amanhã.

- Até – sorriu.

Ele ficou observando-a até que Naty estivesse dentro de casa, e seguiu seu caminho para sua casa. Aquele tinha sido um dia muito confuso para ambos e havia remexido em sentimentos do passado.