"Não é possível". Aquele lugar, aquelas casas. Alice reconheceu imediatamente o lugar onde estava; principalmente uma casa. Era a casa de Elena Gilbert, da série de que gostava. "Como isso é possível."  Pensava.     " Não acredito que isso está acontecendo". Quando se virou novamente,  lembrando-se do colar, viu que ele já não estava mais lá. Havia apenas a árvore, a mesma que tinha visto no jardim dos fundos da fazenda de seus tios.

Sem saber direito o que fazer, começou a andar pelas calçadas. Vendo um pouco longe ainda,  uma praça. Nesse momento, lembrou-se que do lado ficava o Mystic Grill, onde trabalhava Matt Donovan e, melhor ainda, lembrou-se também de um indivíduo que sempre frequentava o local, Damon Salvatore. Algum tempo andando, viu uma loira inconfundível: Caroline Forbes. Num primeiro momento, resolveu ir até ela, mas pensou melhor e resolveu que não. Como poderia chegar  até ela e falar o que estava acontecendo? Iria chamá-la de doida, ainda mais sabendo da personalidade da garota e, o mais importante de tudo, muitos ali eram vampiros como ela, ou seja, uma garota humana desconhecida e perdida naquela cidade corria perigo na certa. Alice, começou a se assustar com tal pensamento.

         “Certo, Alice, respire. É só um sonho...”

Chegando a frente do Grill, viu que depois da praça ficava o colégio de seus sonhos: Mystic Falls High School. Mas como era noite, não havia ninguém na frente do colégio e não havia movimento nenhum nas ruas, o que Alice não tinha decidido se isso era bom ou ruim. Sem saber o que fazer, o medo falou mais alto e num impulso entrou na lanchonete, mas não viu ninguém "conhecido". Nada de Matt e muitos menos nada de Damon, por incrível que pareça.  Mas isso era ótimo, pois com certeza Damon Salvatore seria a pessoa mais perigosa para todas na situação dela.

"Droga, o que eu vou fazer agora? Para onde eu vou? Já está escuro e onde eu vou dormir? Meu Deus, acorda, Alice. Anda logo”

 Saindo da lanchonete decidiu sentar-se em um banco na praçinha, mas começou a sentir um pouco de frio e tentou se esquentar esfregando as mãos nos braços.

— Acorda, Alice... anda... _ falava baixinho para si e num ato de desespero começou a se beliscar para ver se conseguia sair daquilo que, no início, parecia sonho, mas, agora, estava parecendo um pesadelo.

Foi quando, de repente,  viu um vulto atrás de uma árvore que não ficava muito longe do banco onde estava. E, não demorou muito para que sua ficha caísse.

— Acorda, Alice, vamos! _ quase gritava consigo mesmo e os beliscões ficavam cada vez mais vermelhos.

O desespero tomou conta quando percebera que os beliscões de nada adiantavam.

 - Meu Deus! Eu estou sozinha, à noite, em uma praça, não conheço ninguém, não tenho para onde ir e para piorar tudo, trata-se de uma cidade cheia de vampiros!! _ Alice dizia para si já com as mãos sobre a cabeça, em sinal de desespero.

 Os vultos passaram a ficar mais próximos e mais frequentes. Levantou-se do banco e olhou para os lados não sabendo se corria – mesmo sabendo que não adiantaria – ou ficava parada, ou se fingia um desmaio – quem sabe assim acordava de uma vez.

Sentiu, então, um vento ainda mais perto de si. Nesse momento, fechou os olhos com muita força, ainda na esperança de que acordasse daquilo. Alguns segundos depois, não sentiu mais o vento e nem ouviu mais nenhum ruído. Abriu os olhos devagar e para sua tristeza não estava na fazenda dos tios. Damon Salvatore estava a sua frente olhando-a curiosamente.