Um Trapaceiro No Acampamento Meio Sangue escrita por Ana Paula Costa


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Esse é bem divertido,mas não perde a essência da história.
Espero que se divirtam lendo este capítulo :)



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Nesse momento Annabeth não sabia o que era pior: estar de castigo em seu chalé ou ter causado ao atravessar o pavilhão do refeitório em direção á um diretor zangado.

Ela marchou pela casa grande,seus pés a levavam até as grandes portas abertas com suas cortinas brancas brilhantes cintilando a luz da recente lua no céu.

Annabeth ouviu murmúrios vindos da janela,onde alguns garotos a espionavam curiosos.

–Que foi?- perguntou ela,zangada

–Nada-Eles correram para longe,com muita pressa

Annabeth resmungou.

Ela continuou seu caminho em direção ao seu chalé,onde já esperava encontrar seus irmãos que iriam perguntar sobre a conversa com senhor D.

Annabeth estava disposta a conta tudo,afim de expressar sua revolta e causar indignação nos campistas.

Enquanto caminhava apressada pelo caminho ladrilhado até o grande U de chalés,Annabeth notou os inúmeros olhares que a seguiam.Os semideuses que faziam o mesmo percurso cochichavam entre eles,apontavam e outros a perguntavam diretamente.

–Não é nada.Senhor D. encontrou pistas sobre meu acidente e o de Clarisse- mentia ela para todos os campistas que lhe faziam a mesma pergunta.

Annabeth não queria dar a notícia tão de repente.Ela sabia que o mais breve possível,alguém fofocaria suas duas semanas de retenção no chalé seis,e logo todos saberiam.

Mas ela preferiu esperar.Conversar com seus sábios irmãos antes de tomar alguma atitude.

Enquanto andava pelo liso caminho da entrada do chalé de Atena,Annabeth pensou na discussão que presenciara no refeitório.Teria mesmo o chalé de Afrodite feito algo sobre ela?Annabeth sabia do envolvimento das garotas com Richard do chalé de Nemesis,mas elas terem diretamente se envolvido em seu acidente...mas a garota no refeitório confessou.Então...qual é o envolvimento de Richard na história?

A confusão na cabeça de Annabeth já estava completa.Ela mal percebera,mas já estava na escadaria que levava até o segundo andar de seu chalé.

–Annabeth- chamou uma voz conhecida.Ela Lucy- O que aconteceu?Você saiu de repente e com o senhor D. lhe chamando...o que você fez?

Annabeth explicou pacientemente cada detalhe da conversa com o diretor do acampamento.Ela teve cuidado para expressar sua indignação á a irmã caçula.Lucy ouviu atentamente e assentia nas horas certas.

Por sua vez,Annabeth teve certeza que precisava de descanso;pensar no que faria no dia seguinte e seus planos futuros.Mas de uma coisa ela sabia: Ela não passaria duas semanas presa no chalé de Atena.

–Minha nossa,Annabeth!Você é...maluca!Todos aqui sabemos as consequências de entrar sem ser convidados na sala do diretor!-Lucy quase gritava,fazia cara feia e articulava como se ela fosse a irmã mais velha- Pelos deuses!Ele estava com uma pasta cinza nas mãos,não estava?!

Annabeth hesitou em responder.Ela mal acreditava que estava levando bronca da garota mais nova de seu chalé- Sim.- respondeu ela.Foi a única coisa que ela conseguira responder.

–Sabe o que isso significa?-perguntou Lucy,esperando que a irmã respondesse.Mas Annabeth não fez menção- Isso vai para seu prontuário.

–Como na escola?

–Exato.Lá estará anotado sua tudo o que você fez e fará todos os anos que frequentar o acampamento.

Annabeth deu as costas á irmã,cansada e irritada,louca para cair de cara no travesseiro e acordar só no dia seguinte.

–Boa noite,Lucy- disse ela,por cima do ombro- Explique há quem perguntar- Annabeth entrou no quarto batendo a porta com força.

Ela entrou no quarto bem organizado do chalé de Atena,mas ao invés de dormir,Annabeth se sentou sobre a cama e apoiou os pés sobre as laterais de madeira,encostou sua testa em seus joelhos dobrados e tentou descansar a mente antes de tomar qualquer atitude- o que ela menos queria nesse momento era meter os pés pelas mãos.

Logo seus irmãos chegariam e ela não queria estar acordada pra conversar com ninguém.-Talvez amanhã- murmurou ela para as beliches.

Annabeth se levantou.Mesmo exausta- tanto fisicamente como psicologicamente- ela queria tomar um banho para relaxar,mas antes que suas mãos tocassem a maçaneta,ela ouviu um barulho de estalos do lado de fora,como se pedras batessem na janela do segundo andar.

Ela olhou para trás,curiosa por causa do som.Ela caminhou ainda fitando a janela,então a abriu e se debruçou sobre ela,encarando a garota de cabelos castanhos e curtos que lançava pedregulhos nos vidros de seu quarto.

–Brandy?-perguntou ela,resaltada- O que faz aqui?

Brandy olhou para os lados com hesitação- Lembra quando te levei na cabana ao lado do estábulo?Queria te mostrar uma coisa...se ainda quiser ver...

–Não posso sair daqui,Brady.Estou de castigo por duas semanas!

Brandy olhou com preocupação para os lados mais uma vez.

–Por que olha tanto para os lados?-perguntou Annabeth,irritada com o comportamento da garota

–As Parcas- Respondeu Brandy- e os campistas já estão voltando,e eu não deveria estar aqui falando com você.Eles me proibiram.Se quiser ver o que tenho para mostrar vai ter que sair daí e me seguir.

Annabeth quis hesitar,dizer que não podia e tinha que seguir as ordens do diretor,mas a raiva pela injustiça era tanta que ela simplesmente a ignorou.Desceu as escadas silenciosamente para não chamar a atenção de Lucy que saboreava um grosso livro de literatura grega ao lado da lareira.

Annabeth abriu a porta e saltou para fora,ansiosa para saber o que Brandy tinha para lhe mostrar,mas preocupada que o senhor D. descobrisse sobre sua ‘escapada’ e quebra de ‘regras’.

Brandy contornou o chalé até encontrar com Annabeth na porta.Juntas,correram até as escadas de pedra até a cabana ao lado do estábulo.

Os filhotes dormiam e seus pais também.Estava tudo quieto na região.

Brandy abriu as portas de madeira e deixou que Annabeth entrasse.

Depois que as duas já estavam frente há frente,Brandy disse:

–Vi quando guardaram a pá que cavou o buraco- disse ela,tão rápido que Annabeth teve que perguntar mais uma vez para entender.

–O que?

–Eu disse que...- Brandy apontou para uma pá suja de barro no canto da cabana- Ela.Usaram para cavar o buraco que você e a La Rue caíram...

–Como sabe?-perguntou Annabeth desconfiada

–Eu vi- respondeu Brandy de prondidão- Confie em mim.Eu vi.

–Quem você viu?!

–Não posso dizer!-Brandy estava quase berrando- Não posso.

–Tudo bem- disse Annabeth para Brandy,mas parecendo para si mesma- Era só isso que queria me contar?

Brandy assentiu

–Aham.

–Fez tudo isso...-Annabeth serrou os punhos,enfurecida- para me mostrar...uma pá!

Brandy se encolheu

–Por favor,achei que pudesse ajudar

–Ajudar?A única coisa que você fez foi me tirar de meu chalé e de alguns minutos amais de sono.

Annabeth abriu a porta e deixou a garotinha sozinha na cabana,durante uma noite escura.

Ela marchou em direção ao chalé de Atena com os punhos ainda fechados e contando até os números infinitos,até que os belos olhos verdes,tão conhecidos a fizeram parar.

–Não sei o que foi aquilo...mas você tem que me explicar-disse Percy

Annabeth não sabia como começar.Era obvio que ela contaria para ele,e é claro,não tinha porque esconder.

–Onde podemos conversar...?-Annabeth olhou em volta.Muitos campistas voltavam para seus chalés- Precisamos de um lugar com...menos intrometidos.

Percy assentiu.Ela não sabia onde,mas ele a levaria para algum lugar onde ela pudesse contar o acontecido sem que fossem atrapalhados.

Ele pegou sua mão e não disse mais nada.Ela apenas o seguiu.

Mesmo estando com Percy,Annabeth se sentiu perturbada.

Ela sabia que Dionísio- o diretor do acampamento- Mandaria que a vigiassem.Ela só não sabia quem e quando.

–O que foi?-perguntou Percy,notando a preocupação da garota

Annabeth contou sobre sua conversa com senhor D. enquanto caminhavam em torno no grande U.

–Insensível- rosnou Percy- Ele não entende!Você precisava fazer isso...

–Não contei o motivo.Mas do mesmo jeito...isso não existe

–Ele quer manter você presa por duas semanas...Quíron já sabe disso?

–Imagino que não.-Annabeth olhou por cima dos ombros procurando por olhos que a seguissem

Percy seguiu seu olhar,então voltou a perguntar

–Por que está tão tensa?

–Acho que o senhor D. vai colocar alguém para me vigiar durante essas duas semanas.

Percy parou,fazendo Annabeth parar no lugar ao seu lado.Ele se virou e a fitou.Mesmo de noite,ela não pode deixar de notar o quanto ele era bonito.

–Durante a noite?O maior perigo agora são as Harpias.

Annabeth sorriu de leve

–Não se preocupe-disse ele,abraçando-a- Você não vai ficar duas semanas presa.Vamos enganar esse diretor rolha de poço.

Ela fez força para não rir.Tudo o que tinha acontecido até agora tiravam totalmente seu senso de humor,mas fora inevitável.

–Vamos cabeça de alga.-Ela o puxou de volta para o caminho ladrilhado até o U de chalés.Ela precisava mesmo dormir.

Enquanto caminhavam de volta para os chalés,Percy parou no meio do caminho,mas dessa vez inquieto.

Ele levou Annabeth até o chalé de Hermes.Ao lado da porta havia uma certa de ovos que cheiravam muito mal.

Ele se agachou e fitou os ovos.Então se levantou num pulo e disse:

–São para o meu aniversário.-disse ele assustado- Eles vão...

Annabeth caiu na gargalhada.

–Quieta Annabeth!- advertiu Percy- Você vai acordar tudo mundo!

Ela limpou as lagrimas do rosto e disse,ainda sem fôlego:

–Se não quiser virar uma omelete viva,vai ter que dar um fim nesses ovos!

Percy olhou de Annabeth para os ovos,e depois voltou a encara-la.

–Me ajuda?

Annabeth pegou um lado da cesta enquanto Percy segurava a outra.Os dois andaram alguns metros até encontrarem um bom lugar para jogar os ovos e poupar Percy de um terrível constrangimento e dias de banho com vinagre.

–Aqui está bom?-perguntou Annabeth,enquanto observava o fluxo do lago de canoagem-Ele vai levar os ovos para o mar.

–Perfeito.

Eles começaram a jogar os ovos no lago,que levantavam água para cima e aquietavam-se enquanto eram levados pela correnteza.

Mas haviam tanto ovos que Annabeth achou que passaria a noite e a madrugada ajudando Percy a se livrar dos ovos que pareciam infinitos.Enquanto se preveniam de uma chuva de ovos mau cheirosos no dia dezoito,ela se esqueceu das Harpias.Elas tinham a função de garantir que nenhum semideus estivesse fora da cama após o toque de recolher e evitar os intrusos.

Eles continuaram a jogar os ovos por de cima da ponte,e nem se deram o trabalho de prestar atenção nos sons em suas costas.

–O que foi isso?- perguntou Annabeth,parando de repente- Esse som

Ela e Percy viraram as costas bem a tempo de ver duas Harpias  vindo em sua direção.

–Ah...droga- Percy jogou a cesta toda dentro do rio e puxou Annabeth pela mão enquanto corria.

Ela o seguiu aos tropeços,mas ele conseguiu garantiu que ela o acompanhasse.

Annabeth conhecia as histórias das Harpias que encontravam semideuses fora da cama.Elas os devoravam antes mesmo de perguntar o motivo de estarem acordados.

–Para...onde.Vamos?- perguntou ela,ofegante.

Percy olhou por cima dos ombros,checando a distância entre eles e as Parcas- Precisamos.Nos.Esconder- respondeu ele,igualmente ofegante.

Eles não disseram mais nada.Apenas correram pelo caminho ladrilhado do U de chalés e quase derrubaram a porta do chalé três.

Enquanto se recuperavam,ofegando e respirando com velocidade,Annabeth disse:

–Uma aventura durante a noite só para sair da rotina.

–Uma rotina bem diferente...Durante anos sempre imaginei como seria fugir das harpias- Percy riu,como se tivesse contado a melhor piada do mundo.Fora tão contagiante que Annabeth acabou se juntando a ele.




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Notas finais do capítulo

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