O Verdadeiro Lar escrita por Yui


Capítulo 6
Pedido de Ajuda


Notas iniciais do capítulo

Porque demorei pra postar, vou colocar dois capítulos.
-
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/334436/chapter/6

Ao tirar a o capuz que cobria seu rosto, Shifu, os Cinco Furiosos e Po ficaram em choque, apesar que já tinham visto sua pata laranja rajada de preto. Mas em especial Tigresa, que o encarava sem nem ao menos piscar. Percebendo a presença da felina de sua espécie, ele voltou seu olhar para ela e mesmo demonstrando tristeza, abriu um pequeno sorriso. E antes que pudesse falar algo a ela, Po saiu do choque.

- Eu sou o Dragão Guerreiro. Quem é você? - disse sério encarando o tigre.

- Sou Dishi. Graças aos deuses eu encontrei você! Minha mãe estava certa! - Fechou os olhos por um segundo para suspirar.

- Certa sobre o que?

- Você precisa salvar a China de novo... - sentia dor quando falava e acabou caindo sobre seus joelhos - e ela, como ela veio parar aqui?

- Vamos para a enfermaria, depois vocês conversam e saberá o que quiser – disse Shifu levando-o.

Os dois se afastaram dos guerreiros que os seguiram com os olhos até desaparecerem. Tigresa ainda estava de olhos arregalados olhando para onde sumiram seu mestre e o jovem tigre. Ela tinha tantas perguntas para ele: há muitos tigres mais? Eles vivem muito longe? Como é viver com outros dos seus? E uma pergunta surgiu quando ela se lembrou do que ele disse sobre sua mãe, mas ela não admitia que queria saber: como é ter mãe?

Querendo ou não, em sua mente isso era surpreendente, porque jamais havia visto outros como ela. Tigresa sorriu involuntariamente.

Os outros a observaram, estranhando o sorriso que apareceu. Víbora chegou perto e a tirou do transe.

- Amiga, está sorrindo - disse a serpente sorrindo também.

- Ah... não, estou... normal - desfez a expressão.

- Hm, eu vou preparar o café - Po disse quase que em um sussurro já em direção à cozinha, fazendo com que todos se lembrassem do café da manhã.

- Bem, vamos comer. Estou com fome - afirmou Louva-a-Deus seguindo Po e assim fizeram os outros.

Na enfermaria Shifu observava como os gansos cuidavam das feridas do recém-chegado. Olhava para ele, reparou em suas vestes que mesmo rasgadas, mostravam vários detalhes com seu padrão de folhas em dourado.

Se sentindo melhor o tigre olhou para o panda vermelho, e sorriu.

- O Palácio de Jade é incrível! Mas são muitos degraus - riu um pouco, parando logo pela dor de suas costelas. Shifu riu junto a ele por um momento e manteve o sorriso.

"Conheço alguém que pensa o mesmo", pensou o mestre.

- Sim, mas daqui, vemos o que acontece no vale.

- Entendo... e é incrível que eu finalmente tenha conhecido o Dragão Guerreiro!

- Ah, vejo que já ouviu falar de Po. De onde vem meu jovem? Dishi, não é?

- Sim. Venho do oeste da China, próximo à grande muralha para alertar o grande Dragão Guerreiro sobre uma ameaça a todos do sul e futuramente do resto do país. Me sinto honrado em sua presença e adoraria aprender com ele se tiver oportunidade.

- Se surgir oportunidades e se Mestre Po consentir, poderá treinar com ele. – Aí o sorriso que ele levava se transformou em expressão séria - E que ameaça seria essa?

- Seu nome é Hui Nuan. Vivi com ele a vida toda e não percebia que era tão cruel, só notei há alguns meses quando o vi maltratando criados e ouvia conversas com alguns de seus soldados. Tive certeza quando minha mãe me contou sobre ele ter tomado nosso reino e quando fugi, mandou me matar... espero que ela esteja bem – sua voz soou rouca e sentiu lágrimas por seus olhos - eu achava que ele era meu pai..

Ouvindo aquela história, tocou o ombro de Dishi e respirou fundo.

- Vamos ajudá-lo a retomar seu lugar de direito. Mas por agora, você ficará aqui para se recuperar e fortalecer. Quando ele pretende iniciar o plano?

- Já iniciou, está recrutando soldados ao longo do rio principal e eu organizava suas estratégias, acho que temos três semanas até que ele comece a lutar... muitos estão seguindo como se ele estivesse certo dizendo que a China deve ter um líder melhor e mais justo. Ele consegue convencer.

- Certo. Você não vai demorar para melhorar, então treinaremos.

- Eu também estou procurando por um guerreiro, para entregar um pergaminho.

Dishi mostrou o pergaminho branco com detalhes em dourado, com uma parte rasgada. Shifu observou por alguns segundos tentando se recordar de algum pergaminho que fosse assim.

- Está rasgado...

- Fui perseguido quando fugi. Até o meu está rasgado, mas é apenas na lateral, não deve ter se perdido nada.

- E, ele seria para o Dragão Guerreiro?

- Não, não. Ele é para um guerreiro da lenda, o Guerreiro Prometido... ele deve ter nascido mais ou menos quando eu nasci, e logo faço 25 anos.

- Quem fez as previsões?

- Vendo pelos padrões, foi algum adivinho do meu clã quem o escreveu. Sempre alguém dotado do dom da previsão escreve para nós, os jovens tigres e ganhamos no nosso aniversário para saber e compreender o que passamos e o que será...

-... e pela história, para salvar a China e o clã tigre o escolhido tem que encontrar o Dragão Guerreiro porque juntos vão nos salvar – completou Shifu.

Dishi não respondeu. O Grão-Mestre, levou sua mão ao queixo e pensando.

-

Na cozinha os guerreiros aguardavam seu café da manhã. Po estava quieto de costas para todos sem entrar em nenhuma das brincadeiras dos outros três Machos.

Víbora e Tigresa notaram isso e ficaram inquietas.

- O que será que ele tem? - Perguntou Tigresa sem tirar os olhos do panda.

- Eu não sei - sussurrou a serpente - talvez fosse melhor alguma de nós falar com ele, porque os outros três só fariam piadinhas e isso não vai ajudar.

Po distribuiu os pratos e se sentou em silêncio. Sentiu um olhar e quando o procurou, notou que Tigresa o olhava com o semblante preocupado. Ele apenas sorriu para tranquilizá-la, como se soubesse o que pensava.

Ouviram passos que pararam na porta da cozinha e ao olharem, estavam o Mestre e Dishi com alguns curativos em seus cortes e faixas. Ele estava com roupas novas e tinha um aspecto melhor e mais limpo do que quando chegou, saudou todos e Po se levantou para dar a ele um prato de comida. O tigre se sentou na outra ponta da mesa, longe de Tigresa, para alívio de certo urso. Mestre Shifu foi meditar. Começaram a comer.

- Então, o que trás você aqui, amigo? - Perguntou Garça.

- Vim à procura de ajuda.

O jovem tigre contou a eles o que contou à Shifu. Um pensamento não saía de sua cabeça, “preciso melhorar logo para salvar minha mãe”. Então eles mudaram de assunto.

- E... qual é o seu nome? – Perguntou o príncipe.

- Tigresa - disse normalmente.

- Como você, um tigre, veio parar aqui tão longe de onde vivemos?

- Não gosto de falar sobre isso... menos ainda com quem acabo de conhecer. Vejo que acabaram de comer, vamos treinar.

Todos abandonaram a cozinha levando Dishi para conhecer o Palácio de Jade. Shifu os incumbiu de ajudá-lo enquanto se recuperava e saíram perguntando se ele sabia algo de kung fu. Dishi respondia animadamente as perguntas e repetia que queria treinar com o grande Dragão Guerreiro assim que estivesse melhor. Ele sabia alguma coisa, mas usava mais sua força e admitiu que era um pouco atrapalhado.

Era a vez de Po lavar a louça da manhã e era a hora perfeita para uma conversa séria com ele.

- Po?

- Hey, Tigresa - mostrou um pequeno sorriso e voltou o corpo para a pia - ainda está com fome?

- Não, quero saber se você está bem. Víbora e eu ficamos preocupadas, você ficou quieto, nem fez brincadeiras hoje...

- Ah, eu... ah...- parecia visivelmente nervoso, terminou de lavar a louça e foi saindo da cozinha.

- Então? - Levantou uma sobrancelha e foi se aproximando do panda de braços cruzados. "É, alguma coisa ele tem e é péssimo em mentir", pensava ela.

- Não se preocupe, estou bem. Confie em mim - sorriu e virou-se para escapar de um tema desagradável. Realmente não queria contar a ela.

Correu como pode para chegar ao Salão de treinamento. O dia passou como sempre, tirando o fato de serem observados atentamente pelo novato. O jantar chegou e Po comeu pouco. Como era a vez de Macaco lavar a louça do jantar, o urso foi o primeiro a deixar a cozinha para se sentar debaixo do Pessegueiro, deixando todos estranhados. Colocando-se em posição de lótus e respirando fundo para alcançar a paz interior, se concentrou.

Víbora se aproximou dele sem que percebesse e o chamou. Começaram a conversar de temas variados apenas para puxar conversa e ela notava a distância na voz do amigo.

-

- Você tem certeza disso? - perguntou a grande figura para um lince que se juntou ao seu bando.

- Tenho sim, quando fui embora ele estava em um ponto do rio para juntar mais recrutas. Eu deixei a imperatriz Akame e estou certo de que encontrei os dois que ela procurava.

- Obrigada pelas informações sobre eles e por me contar o conteúdo do pergaminho, já sei que meu filho encontrou quem deveria e que vai ajudar o guerreiro a derrotar Hui Nuan de uma vez por todas.

- Eu agradeço, senhor - respondeu o lince se inclinando para seu novo chefe. Era um ser bondoso, assim como seu filho, conforme era dito sobre ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não esqueça de dizer o que achou... eee vamos pro próximo. (:



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Verdadeiro Lar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.