O Verdadeiro Lar escrita por Yui


Capítulo 4
Persistência


Notas iniciais do capítulo

O título condiz com o que alguns personagens estão fazendo, ou seja, persistindo no que querem.
E o que está em itálico nesse capítulo, é o que já aconteceu.
-
Boa leitura.



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Na margem do rio, havia um tigre solitário que chorava uma perda que ele mesmo provocou, iniciando então sua lenta descida ao poço da loucura. Mandou trazerem de volta aquele que criou como próprio filho e por quem, inacreditavelmente, sentia amor e que por saber a verdade, deveria ter o mesmo fim de sua mãe.

"Isso é passado. Agora eu vou dar início a uma nova era para a China, tão gloriosa como nenhuma outra", pensou ele imaginando o que estava acontecendo na caçada pelo sobrinho na floresta próxima.

Estava bem escuro. Ouvia passos atrás de si e acelerava o máximo permitido, mesmo tropeçando e sem deixar cair os pergaminhos.

- Pare onde está!

Ouvindo a voz do soldado, Dishi pensou em despistá-los. Eles estavam perto demais só que mesmo assim, ele tentava manobras evasivas.

Foi apanhado e rendido por um dos apenas dois soldados. Foi espancado como punição de ter feito aqueles guardas irem tão longe para capturá-lo. Os maus tratos cessaram.

- Agora, você voltará e pagará pelo seu crime contra o imperador.

- Mais? E que crime?! - Não entendeu o que estava acontecendo - Por acaso é crime ser da realeza? Ataquem seu líder, então!

- Cale a boca! - Repreendeu-lhe o segundo soldado apontando uma lança para ele - você é acusado de traição contra sua própria mãe e será julgado. Mas que vergonha, que desonra.

Colocaram Dishi de pé e começaram a empurrá-lo por onde tinham vindo. Sua raiva era tanta que aproveitou que ambos estavam com a guarda baixa, quando começou a ser amarrado e se inclinou para traz chutando um deles, soltando suas patas. Recebeu vários arranhões, chutes dos dois guardas e foi acertado em cheio na cara ao se esquivar da lança atirada para feri-lo e cambaleou. Ao se equilibrar, se deu conta de que os dois estavam novamente correndo para ele. Empurrou o primeiro, quebrou a lança do segundo, os derrubou com socos e ao se esquivar, o jovem príncipe varreu os pés dos agressores, fazendo-os cair.

Mesmo machucado, correu para a direção inicial com menos velocidade e cansado, determinado a encontrar e pedir ajuda ao panda, grande guerreiro e herói.

-

No Vale da Paz, os Cinco Furiosos e o Dragão Guerreiro, foram se deitar. Mas não antes de um certo panda fazer uma pergunta.

- Tigresa - chamou Po do corredor -, posso falar com você? - A porta se abriu.

- Estou ouvindo.

- Você ficou brava comigo porque chamei Song para jantar com a gente?

- Eu continuo não confiando nela - disse enquanto estreitava seus olhos com a visão do corredor, e voltando a olhar para ele - não sei o que ela quer dessa vez, mas sei que você ainda é ingênuo.

- Me desculpe, não queria te deixar brava... e dê uma chance a ela - acrescentou ele com expressão de arrependimento e a pata na porta evitando que Tigresa a fechasse em sua cara. Olhou diretamente nos olhos da felina, e ela esboçou um pequeno sorriso.

- Não precisa se desculpar, agora, boa noite - fechou a porta e foi se deitar, obrigando o Po a fazer o mesmo. Estava claro que, agora, ela não queria conversar sobre isso.

Quatro dos Cinco furiosos, Po e Song sentados numa mesa próxima à cozinha do restaurante do Sr. Ping, quando chegam as duas mestres de kung fu. O jantar havia sido tenso desde que Tigresa avistou o leopardo fêmea a um lado do panda, então ela se sentou do outro dele. Os outros amigos imaginando o momento em que a mestre do estilo tigre saltaria para cima da amiga de Po. Mas ao contrário do que imaginavam, ela foi irônica desde o momento em que chegou com Víbora.

- Olá Tigresa... olá Víbora - o panda as saldou de modo alegre e com um sorriso, buscando para elas os pratos de macarrão.

Depois de se sentarem, a conversa fluía e Song nem se importava com a maneira que Tigresa a encarava, tentou ignorar. Po tentou que o tigre participasse das conversas do grupo e puxou assunto com a mestre.

- Hey, o que você tem aí? - Perguntou apontando para o pacote.

- Só uma compra e não, não vou te mostrar - sorriu e viu o Dragão Guerreiro emburrar ao cortar seu pedido para saber o que é.

Song chamou Po e começaram a conversar, o que fez aquele sorriso desaparecer. E ao tentar de novo introduzi-la na conversa, começaram os fingimentos de alegria e sorrisos amarelos.

- Pode continuar conversando com ela, não se importe com a minha confiança.

Entre uma e outra brincadeira dos meninos, o silêncio que surgia era incômodo. Depois do jantar, Tigresa foi a primeira a subir para o palácio e ir para seu quarto.

Dois dias se passaram normalmente, exceto por Víbora tentar amenizar a desconfiança de sua amiga e que Song permanecer  no Vale, tomando algum tempo do herói da China, que ao final das seções descia para vê-la. Ele não queria chatear Mestre Tigresa novamente como no dia em que sua amiga chegou. Sobraria para os equipamentos da sala de treinamento ou mesmo para ele e os outros se a levasse para visitar o Palácio de Jade.

- Po, obrigada por estar comigo esses dias..

- Não tem problema, mas só posso vir a essa hora. Mestre Shifu me joga de novo das escadas se eu faltar ao treinamento - disse o panda com tom de temor, provocando a risadas.

- Tudo bem, o que importa é podemos passar algum tempo juntos antes de eu ir - sorriu para ele.

- Quando você vai?

- Quando me chamarem. Pediram esperasse em algum lugar mais próximo. Eu estava muito mais longe trabalhando e disse que estaria aqui, com um amigo.

- Tudo bem... Ah, desculpe, Song. Hoje não posso ficar por muito tempo...

- Por que não?

- É aniversário da Tigresa. Ela não comemora, mas eu preparei uma surpresa pra ela... preciso correr.

- Boa sorte, Po.

Ele deu um abraço em Song e correu para as escadas que levavam ao palácio. Ela sorriu sabendo o quanto isso era importante para Po e foi para sua hospedaria.

-

- Senhor?

Uma grande figura que estava observando os trabalhadores de seu altar de meditação se levantou e virou para encarar quem lhe chamava.

- Ah, você chegou... trouxe a minha resposta? - Perguntou o grande ser ao mensageiro estendendo a pata negra.

- Sim, aqui está.

- Pode ir, se eu o que estiver escrito aqui é o que estou pensando, haverá uma grande festa hoje à noite.

Ambos sorriram e o mensageiro encapuzado se foi.

A carta foi aberta e ao longo da leitura, um enorme sorriso surgiu nos lábios do leitor e algumas lágrimas escaparam de seus olhos. Ele chorava de alegria.

"Enfim, te encontrei... tanto tempo, mas encontrei", pensava ele enquanto percorria uma breve descida. Era a melhor notícia possível e queria compartilhar a informação com os outros de sua vila, sem se lembrar que essa notícia tinha um lado ruim. Isso envolvia um acontecimento ruim e que se tornava cada dia mais próximo de seu início.

Mas o que isso importava agora? O que vale é o que ele confirmou e estava pronto para recuperar o maior bem que recebeu em toda sua existência e que uma armadilha do destino tirou. Esse foi o momento mais feliz de toda sua vida.


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Notas finais do capítulo

Há outras surpresas que eu gostaria de ter iniciado agora porque eu mesma estou ansiosa pra ver o que sai da minha mente. haha
Mas no próximo quem sabe, direciono a elas...
-
Até mais. o/



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