Impressão Draconica escrita por Anny Taisho


Capítulo 11
O Contrato


Notas iniciais do capítulo

Oh kami, estamos prestes a chegar a 50 comentários!!! mais uma vez vale a história, quem mandar o quinquagésimo comentário vai ter o próximo capítulo em sua homenagem!!!!!!! Espero que gostem e que não me matem!!!
Se não respondi todos os comentários me desculpe...

Boa leitura!!!



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Cap. XI – O Contrato

Blair observava o rosto de Cana com um sorriso enigmático nos lábios, simplesmente sentia-se olhando para a face de uma pessoa que morreu a muito tempo atrás. Os mesmos cabelos castanhos com ondulações enigmáticas, sem dizer os olhos peculiares de quem tinha o dom de prever o futuro. Uma oração para que ela jamais despertasse o dom da clarividência totalmente.

- Quanto tempo Cana-chan...

- Realmente, já fazem mais de dez anos Blair, esses dias estava pensando em você... Nada como coincidências.

- Você sabe que coincidências não existem, as coisas tem um destino próprio, os caminhos podem ser mais ou menos tortuosos, mas o que acontece sempre tem um motivo...

- Prefiro pensar que algumas coisas podem ser mudadas, destino é algo tão trágico.

- Está certa, criança, destino é trágico... Principalmente quando se sabe cada vírgula que virá a seguir. Mas então, passou bem pela noite de tempestade? Laxus-kun lhe fez companhia como deveria?

Naquele momento, um leve constrangimento pigmentou o ar. A mulher mais velha demorou algum tempo para entender o clima, mas no final, já havia sido jovem e cheia de vida. Sorriu complacente para o casal, realmente eles formavam uma dupla harmoniosa.

- Vou buscar coisas para comermos... Nossa, deve fazer uma vida que não tenho visitas assim!

Enquanto ela sumiu porta a dentro, Cana aproveitou para fitar ao redor. Aquele lugar lhe lembrava Tenroujima em sua aura mágica, realmente parecia que a qualquer momento veriam fadas, duendes e elfos correndo. Na verdade, desde a infância a maga lhe passava uma impressão parecida... O mundo ao redor dela parecia mudar. Soube histórias de que em tempos áureos Blair havia sido uma grande maga de combate, sua capacidade de ver o futuro havia sido a ruína de muitos adversários.

- Eu sempre fui fascinada pela impressão que a Blair deixa... Quando minha mãe saia em missões e eu ficava com ela, eu adorava ouvir histórias sobre criaturas mágicas... E ela sempre contava histórias sobre o que eu viria a saber que era o time Fairy Tail.

- O velhote adorava contar histórias quando eu era pirralho, mas raramente falou dela...

- Mak sempre sentiu-se muito culpado em relação a mim, por isso não falava muito... – Blair apareceu com uma bandeja – Foram bons tempos aqueles, nós deixamos o conselho de cabelo em pé!

- E depois o velhote reclama de uma destruiçãozinha ocasional...  – disse Laxus com um meio sorriso numa tentativa de humor –

- Ocasional se não levarmos em conta os desajustados da Erza...

Blair sentou-se e serviu chá ao casal, realmente já fazia muito tempo que não recebia visitas assim, mas com certeza era bom rever aquelas crianças.

- Então, Cana-chan, Laxus-kun entregou o baralho para você?

- Oh sim... Entregou, mas eu não sei nem o que fazer Blair... Faz mais de cem anos que ninguém ativa esse baralho!

- Oh querida, eu sei que você pode e ele é seu por direito, eu o consegui muito tempo atrás quando viajei com os saltimbancos... Mas infelizmente eu não tenho sangue cigano e Conny não tinha poder mágico suficiente apesar de ser uma classe S.

- Eu não sei... Isso aqui é quase magia antiga...

- Deveria confiar mais em si mesma, porque eu sei que muita gente confia, não é, Laxus-kun?

O loiro que estava quietinho comendo bolinho e tomando chá quase morreu engasgado e ficou vermelho arrancando risadas debochadas de Cana. Os dois tinham uma ligação tão presente que Blair quase conseguia tocar, depois de tantos anos vendo o futuro, seu olhar havia tornado-se clínico.

Ficou entretida com a pequena discussão que a dupla começou que mal notou que estava entrando em transe... Os olhos vermelhos começaram a ficar nebulosos e os poderes mágicos trataram de materializar um tempo distante quando ela também era jovem e cheia de vida.

Caminhavam por uma trilha alternativa de volta a Magnólia um grupo de jovens magos. Cinco homens e uma garota de cabelos azuis. Nesse tempo distante os cabelos azuis caiam ondulados até a altura dos quadris e usava um vestido que conseguiu com uma trupe de ciganos vermelho com branco. As pulseiras tilintavam nos braços e as moedas presas ao cinto da cintura fazia barulho ao andar.

- Oe, Blair... Por que mesmo que nos convenceu a sair do caminho para guilda? – indagou Yajima caminhando alguns passos atrás da garota –

- Eu tive um pressentimento... Vamos conhecer alguém hoje, Yaji! Não seja tão ranzinza! Nem Mak está reclamando!

- Já podíamos estar na Fairy Tail... Ficar caminhando sem rumo não é nada selvagem! Será que esse seu baralho não deu problema? Talvez alguma coisa esteja de cabeça para baixo...

- Argh! Se quiserem podem voltar para estrada principal... Eu vou continuar... Meus instintos nunca me enganaram!

- Então okay, nós vamos voltar! Tem certeza de que vai continuar, vai demorar o mais dois dias para chegar a Magnólia por aqui? – indagou Makarov que estava quieto até o momento –

- Yare, yare... Nos vemos daqui dois dias então, mas depois não reclamem se o futuro de vocês derem um nó porque decidiram virar a esquerda e não a direita!

E assim a garota saiu correndo sobre a relva verde que se curvava desaparecendo do campo de visão dos amigos que começaram a fazer o caminho contrário. O rapaz louro colocou as mãos nos bolsos e depois de dez passos parou.

- O que foi, Mak? – Rob perguntou –

- Não podemos deixar a Blair para trás, ela pode acabar se machucando sozinha.

- Tsk... Relaxa, não tem nenhuma alma viva num raio de cem quilômetros!

- Mas e se ela entrar num daqueles transes estranhos... Da última vez ela quase caiu da janela do segundo andar da guilda! – Bob passou a mão pelos cabelos pretos – Bem que o mestre avisou para ela não mexer mais nessas coisas de prever o futuro...

- O mestre bateria na gente se largássemos nossa nakama para trás, wild!

- Argh! Essa vidente de araque sempre consegue fazer a gente fazer o que ela quer! – Rob riu – Consegue pegar o rastro dela Goldmine?

- Eu acho que ela não teve tempo de correr tanto assim! Se apressarmos o passo a pegamos antes que entre na floresta!

O quinteto disparou em direção a amiga, mas não conseguiram alcança-la antes que entrasse na floresta, suspiraram e Goldmine entrou em ação para tentar achar seu rastro, não foi exatamente difícil para um rastreador como ele, mas ela parecia estar andando em círculos. Preocupante. Se  Blair tivesse entrado em transe podia estar em cima de uma árvore prestes a pular.

Seguiram pela mata densa até perto de uma série de grutas e quando estavam prestes a vistoriar uma a uma ouviram sons de perseguição e um minuto depois a maga de cabelos azuis apareceu sendo perseguida por um grande animal que nenhum deles havia visto antes.

- SAIAM DA FRENTE!!

Foi tudo muito rápido, mas o quinteto imediatamente entrou em formação para parar o animal que tinha as vezes de um touro com grandes chifres e olhos vermelhos. Rob lançou uma rajada de fogo que distraiu o bicho permitindo que Yajima, com Bob e Goldmine pegassem Blair enquanto Makarov usou Titan para parar a fera e depois de erguê-la sobre a cabeça e atirá-la longe. Devido a velocidade com que vinha correndo, o impulso de ser puxada pelos amigos a garota terminou no colo do mago selvagem que ficou constrangido já que rolava um boato de que ela e Makarov tinham uma história. O loiro ficou a cena com uma sobrancelha erguida, porque a posição da outra dupla era no mínimo constrangedora. O rosto de Goldmine estava contra os seios garota e ele a segurava no colo pelas pernas, os cachos azuis caiam de lado.

- Wild...

- Fique quieto, Gold... Não se mexa...

- Hey vocês dois, será que dá para agilizar, temos que voltar para guilda!! – Rob gracejou –

Em seguida o chão debaixo dos pés do mago de coleira sumiu e a dupla caiu em um buraco.

- Drogaaaaaaaaaa, Gold, eu disse para ficar quieto!!!

Do segundo andar de grutas surgiu então uma figura de cabelos rosa selvagens com olhar furioso. Vestia-se com simplicidade e não parecia muito comunicativa. Tinha uma vassoura improvisada na mão que voou e acertou o garoto loiro.

- Qual o problema de vocês em? Saiam da minha casa!!!!

- Maaaaakkk!!! – trio deixou que a dupla do buraco se virasse sozinha para sair e foi ver o amigo inconsciente –

- Qual é o seu problema sua bruxa??? – Bob abanava o amigo com um leque que saiu não sabe-se de onde – A gente só estava salvando nossa amiga!

- Hey, Mak, acorda! Acorda!! – Rob o chacoalhava pelos ombros batendo com a cabeça dele no chão –

- Pare de bater a cabeça dele no chão, Rob!! – ralhou Yajima –

- Own... Mas que droga...

Blair saia do buraco sendo empurrada pelo amigo toda descabelada e suja, seus olhos vermelhos fitaram então a figura que ainda estava furiosa olhando-os como se fossem insetos.

- Olá, Grandneey... Eu sabia que conheceríamos alguém hoje!

A outra se assustou pelo fato da desconhecida saber seu nome, entretanto, eles não pareciam humanos tão ruins quanto alguns outros que haviam passado por ali. Mal sabia o grupo que tinham acabado de conhecer a mulher que viria a mudar o destino até então já escrito.

Blair acordou do transe e olhou ao redor para descobrir onde estava. Laxus e Cana ainda estava num misto de provocações, seu transe provavelmente não tinha durado mais do que alguns segundos. Aquilo deveria fazer pelo menos sessenta anos.

O primeiro encontro com Grandneey, a mulher que roubou o grande amor de sua vida...

Engraçado como uma série de acontecimentos aparentemente aleatórios podia escrever o futuro de suas crianças mais de meio século depois. Sorriu. Já não conseguia mais sentir raiva.

- Por que não vamos ver algumas fotos?

***

Cana Alberona quase rolava no chão da sala da maga e Laxus estava se segurando para não estrangula-la. Blair estava sentada na poltrona folheando alguns álbuns, estava com a mente um pouco confusa depois daquela repentina volta ao passado. Engraçado como na juventude ver o futuro tornou-se sua ruina, para então chegar a velhice e o passado voltar para atormentá-la.

- Oh meu Kami... Laxus você era tão bonitinho! Olha só isso... Quem diria olhando para esse brutamontes de dois metros que você foi essa coisinha fofinha?

- Por que estamos falando de mim? Têm fotos suas aqui!!

- Laxus, eu tô pouco me lixando para isso... Esse é o caso!!! Geeeeente, olha isso, de macacão xadrez!!! Que coisa mais sorridente!!

- Conny gostava muito de tirar fotos... Você gostava muito dela Laxus, foi um sacrifício para o Mak quando ela voltou para Kreuz, você chorou uma semana sem parar!!

- Que coisa mais meiga, você era chorão além de fofinho!!! Ai Blair, por que nunca me mostrou isso?

- Tudo acontece a seu devido tempo, criança... Talvez anos atrás essas fotos pouco significassem para você.

- É talvez sim... mas de qualquer maneira a Mira vai pirar quando eu contar para ela! Gente, é capaz de eu ganhar bebida se dar uma dessas belezinhas para ela!

- Não se atreveria... – o Dreyar estreitou os olhos –

- Não tenha tanta certeza, garotão! – replicou provocativa com um sorriso gatuno nos lábios –

E foi quando de repente os olhos violetas ficaram nublados e perderam o foco.

- Cana? – Laxus a chamou sem sucesso –

- O que foi, Laxus-kun?

- Não sei, ela de repente perdeu o foco...

- Com seis cartas posso ler seu futuro e a sétima nos conta o passado. A alta sacerdotisa previu a vinda da portadora...

- Nani? – o loiro se assustou e Blair levantou-se para depois se ajoelhar diante de Cana –

- Cana?

- Esse é o nome da portadora? – a mulher morena perguntou –

- Com quem estou falando? – a maga de cabelos azuis indagou –

- Tentei, a senhora da sabedoria... Estou aqui para fazer um contrato com a portadora.

- Laxus, pegue o baralho! – falou Blair em um tom áspero –

- Como? O que está acontecendo?

- Pegue o baralho agora!!

O loiro olhou pela sala a procura da bolsa de plumas azuis e pegou as cartas que estavam ainda enroladas no pano de veludo. Entregou a Blair que colocou as quatro entidades principais diante de Cana.

- Com seis cartas posso ver o futuro e com a sétima lhe conto o passado. O arcano agora deve servir a nova portadora...

A Alberona pegou sete cartas e as desvirou da última para a primeira, numa ordem incomum de leitura do futuro.

- O contrato está completo, com sete cartas vi o passado e com a sétima vejo o futuro. Num espiral de tempo a morte de aproxima, o corvo virá agourar e a guerra recomeçará... Feche os olhos e deixe acontecer. O que foi escrito já não pode mais ser mudado e o que será mudado não pode ser descrito.

Os olhos da garota voltaram a ter cor natural, olhou para os lados, confusa, sentindo a cabeça pesar e em seguida caiu para frente sem sentidos. Laxus pegou Cana e olhou preocupado para a outra maga.

- Não se preocupe, ela só esgotou sua magia. O baralho aceitou sua nova portadora e veio fazer o contrato com uma leitura reversa. Eu não sabia que era realmente possível ver o passado assim nas cartas...

- Ela foi possuída ou foi impressão minha?

- Transfiguração ou possessão do baralho sim, só que a partir de agora, quando ela o fizer terá consciência. Coloque-a no sofá para que fique mais a vontade, vou fazer uma bebida para gente.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Genteeeeeeeeeeee, podem falar, eu viajei legal na batinha!!! kkkkkkkkk Não me matem por favor!!! Mas enfim, desculpe quaisquer erros, eu simplesmente não ando terminando os capítulos a tempo de revisar!!!

Kisskiss



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