Sheldon estava na porta da sua vizinha há cinco minutos exatos. Tinha levantado a mão em punho algumas vezes, mas não tinha criado coragem ainda para bater na sua porta. Estava, sim, fazendo uma pesquisa de campo, mas não tinha certeza se Penny entenderia exatamente o que ele pretendia com aquilo. Mas, mesmo assim, bateu na porta dela três vezes.

— Penny — Bateu três vezes novamente — Penny — ...e de novo — Penny-

— Sheldon, Sheldon, Sheldon. — Ela abriu, se apoiando no beiral da porta. — São três da manhã, o que você quer, Shelly? — Ela perguntou, sua voz arrastada.

— Entenda que isso é apenas uma pesquisa de campo e que, como um Homo novus, não estou sendo fortemente influenciado pela liberação de oxitocina ou dopamina e também que, pelo contrário do que os estudos indicam, os níveis de serotonina em meu corpo estão em equilíbrio, obrigado. Mas, mesmo assim, preciso entender porque existe tanto alarde sobre ósculos trocados entre uma pessoa e outra, não importando o sexo, idade ou nacionalidade.

— … Hã? — Ela levantou uma sobrancelha - tinha deixado de entender as palavras de Sheldon a partir do Homo novus — Sheldon, eu tenho trabalho amanhã, preciso dormir, o que você quer?

Ele abriu a boca, mas ao perceber que não conseguiria explicar, apenas se aproximou - sem jeito algum - e encostou seus lábios nos de Penny. A loira não esperava aquilo, e quando levantou a mão para afastar Sheldon, ele mesmo se afastou, voltando ao lugar de antes.

— Hm... Interessante. Boa noite, Penny. — Então ele se virou, voltando ao apartamento.

Penny ficou um minuto na porta, se perguntando o que tinha acontecido. Por que diabos Sheldon a beijou?!

—x—

Howard falava alguma coisa sobre uma cantada que simplesmente achava infalível enquanto Raj ria, ouvindo e fazendo comentários - inúteis, diga-se de passagem - sobre isso, e Leonard... Bem, ele apenas comia e tentava aturar os dois. Sheldon estava calado demais, olhando para a comida em seu prato.

— … Não sei porque as pessoas fazem tanto alarde sobre isso. — Ele comentou aleatoriamente. Os outros três na mesa pararam, olhando para o jovem gênio.

— Alarde sobre o que, Sheldon? — Leonard perguntou, olhando para o amigo. Pelas olheiras e bolsas visiveis embaixo de seus olhos, poderia dizer que ele andava extremamente estressado, e pelo seu bem, Sheldon decidiu que seria omisso daquela vez.

— Ervilhas. No purê. — Então os outros, sem dar muita importância, voltaram a conversar e se distrair consigo mesmos.

"Não entendo", ele pensou, deixando os talheres de lado, "não ouvi sinos ou senti como se estivesse anestesiado. Devo ser superior demais para isso", ele sorriu, então, voltando a comer. Mas não admitiria para si mesmo que, depois daquilo, sentia os níveis de serotonina aumentarem cada vez que pensava em Penny.